segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Paraná afunda na lama. Richa segue impune!

Por Altamiro Borges

O rico Estado do Paraná, sede da midiática Lava-Jato, segue produzindo escândalos de corrupção. Mas parece que “não vem ao caso” para o juiz Sergio Moro, que mantém sua obsessão doentia contra o ex-presidente Lula. Na semana passada, o dono da Construtora Valor, Eduardo Lopes de Souza, preso por integrar um esquema de desvio de R$ 20 milhões da Secretaria Estadual de Educação, acusou o governador Beto Richa (PSDB) e o presidente da Assembleia Legislativa, Ademar Traiano, de receberam propinas. O “justiceiro”, que troca afagos com influentes tucanos – como o “ético” Aécio Neves – nada comentou sobre a grave denúncia. Já a mídia chapa-branca, nutrida com milhões em publicidade oficial, noticiou o caso, mas logo abafou o escândalo.

Segundo as investigações da chamada Operação Quadro Negro, o esquema criminoso garfou recursos que seriam aplicados na construção de escolas no Estado. Em sua delação premiada, Eduardo Lopes afirmou que o dinheiro desviado serviu para bancar as campanhas eleitorais de Beto Richa. Ele revelou que a fraude contou com a ajuda direta do ex-diretor da Secretaria da Educação, Maurício Fanini, que se dizia amigo pessoal do governador tucano. A equipe chefiada por ele era responsável por produzir relatórios sobre o andamento das obras contratadas junto à Construtora Valor. Em matéria postada neste sábado (2), o Jornal do Brasil deu mais detalhes sobre a descarada falcatrua:

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Segundo o empresário, os dois esperavam levantar R$ 32 milhões para o governador com contratos que a Valor fechou com o poder público. Souza contou aos investigadores que, entre abril e setembro de 2014, ele fazia os repasses diretamente a Fanini, na sala dele, no prédio da Superintendência de Educação. O empresário disse que entrava por uma porta lateral e Fanini dizia ‘banheiro’. Então, o dono da Valor ia até o vaso sanitário e pegava a mochila, que enchia de dinheiro. Ele afirmou que, em dado momento, perguntou a Fanini se o dinheiro realmente estava indo para a campanha de Richa. O ex-diretor teria dito que sim. Com a sequência das operações entre os dois, o volume de dinheiro começou a ficar muito alto.

Conforme o relato de Souza, ele e Fanini começaram a se preocupar e pensaram em uma alternativa que consideraram mais segura. Souza conta que passou a entregar o dinheiro com caixas de vinho. Ele diz que, das 12 garrafas, tirava 10 e preenchia o espaço aberto com o dinheiro... Para dar garantias ao empresário, Fanini sempre afirmava ser amigo pessoal de Beto Richa. Em novembro de 2014, o ex-diretor da Secretaria da Educação contou que viajaria com o governador. Ambos levariam as suas mulheres para passear no Caribe, no México, e em Miami, nos Estados Unidos. Fotos dessa viagem fazem parte de uma ação ligada às investigações da Operação Quadro Negro.

No depoimento, Souza disse que começou a pagar uma mesada de R$ 100 mil para o governador. Em janeiro de 2015, Fanini o chamou para dizer que teve uma reunião com Richa e ficou acertado que precisariam levantar a quantia. Segundo o delator, o ex-diretor da Secretaria afirmou que o dinheiro ajudaria a financiar a campanha de 2018 de Beto Richa ao Senado; do irmão dele, Pepe Richa, para deputado federal; e do filho do governador, Marcelo Richa, para deputado estadual. Souza afirma que concordou com a proposta e começou a fazer os repasses no mesmo mês da reunião. Os pagamentos seguiram, pelo menos, até junho de 2015, quando Fanini foi exonerado do cargo, pouco antes da descoberta das fraudes na Secretaria da Educação.


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Os esquemas do “ministro” da Saúde

O grão-tucano Beto Richa não é o único falso moralista acusado de corrupção no Paraná. Ainda de acordo com o dono da Construtora Valor, Ricardo Barros (PP), “ministro” da Saúde do covil golpista de Michel Temer, também estaria metido no esquema. “Um caso de pagamento de propina para a compra de cargo no governo do Estado do Paraná, revelado pelo delator Eduardo Lopes de Souza, envolve o ministro Ricardo Barros e sua esposa, a vice-governadora paranaense Cida Borghetti... Segundo o delator, ele negociou, diretamente com Ricardo Barros, a compra de um cargo no governo do Paraná pelo valor de R$ 15 mil mensais. Os pagamentos foram feitos, de acordo com Eduardo, a Juliano Borguetti, irmão da vice-governadora, cunhado do ministro e ex-vereador em Curitiba”, descreve o Jornal do Brasil.

“O relator contou que pagou três parcelas de R$ 15 mil por três meses e que Juliano Borghetti buscava o dinheiro com ele na empresa. Segundo os investigadores da Operação Quadro Negro, o vereador foi preso, em dezembro de 2015, justamente por ter recebido três cheques da Construtora Valor de R$ 15 mil cada... Ricardo Barros e Juliano admitiram os pagamentos que o último recebeu, mas negaram que tenham sido relativos à compra de cargo na vice-governadoria. Eles afirmaram que foi pelo fato de Juliano Borghetti ter trabalhado por três meses na construtora”. Será que a turma de justiceiros da “República do Paraná”, chefiadas pelo juiz Sergio Moro, acredita nas explicações do tucano Beto Richa e do velhaco Ricardo Barros?

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