domingo, 17 de setembro de 2017

Temer e os 815 milhões de famintos no mundo

Os retirantes 1944 – Cândido Portinari
Por Altamiro Borges

Na semana passada, em Roma, foi divulgado o relatório “The State of Food Security and Nutrition in the World” – O estado da segurança alimentar e nutrição no mundo. O estudo, elaborado por vários organismos da Organização das Nações Unidas (ONU), apresenta dados assustadores, que revelam o grau de barbárie produzido pelo capitalismo. Enquanto uma minoria residual e asquerosa de ricaços concentra o grosso das riquezas do planeta, 815 milhões de pessoas passam fome todos os dias. Com o golpe que alçou ao poder a quadrilha de Michel Temer, o Brasil volta a contribuir com esta estatística macabra. O país retorna ao “Mapa da Fome” da ONU, com os cortes em programas sociais, como o Bolsa Família, e outras crueldades neoliberais.

Segundo o estudo, a grande maioria dos famintos no mundo (489 milhões de pessoas) vive em países afetados por guerras. Quase 122 milhões de crianças menores de cinco anos, com atrasos de crescimento (75% delas), residem em áreas de conflito. Estes países apresentam em média uma taxa de desnutrição infantil de 9% a mais do que no restante do mundo. Desde 2010, com o aumento dos conflitos violentos, verificou-se o crescimento do número de desnutridos. Ainda segundo o relatório, após uma trajetória de queda, que durou mais de uma década, a fome em todo o mundo voltou a crescer, afetando 11% da população mundial. Enquanto em 2015 o número de famintos era de 777 milhões de pessoas, agora são 815 milhões de seres humanos.

Quem mais sofre são as crianças. No ano passado, 155 milhões de menores de cinco anos sofriam de desnutrição crônica, o que aumenta o risco de diminuição da capacidade cognitiva, de menor desempenho na escola e de morte por infecções. Em 2016, a desnutrição aguda afetava 7,7% das crianças no mundo, cerca de 17 milhões destas frágeis criaturas. Estes e outros números aterrorizadores com certeza não incomodam a quadrilha que assaltou o poder no Brasil. Pelo contrário. Ela segue em ritmo acelerado com suas políticas de austericídio fiscal, de genocídio de crianças e adultos.

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