terça-feira, 17 de outubro de 2017

Maia já fala de pós-Temer com aliados

Por Renato Rovai, em seu blog:

O presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM-RJ) já trata o presidente Michel Temer como adversário político e não mais como aliado, garantem fontes acessadas pelo blogue neste final de semana.

A crise entre ambos vem aumentando de temperatura a cada dia. Uma das pessoas que têm conversado com Maia disse ao blogue que “antes eles estavam numa guerra de baixa intensidade, agora virou sexo explícito”.

Ou seja, acabou o período do ouvi dizer. E Maia tem esculhambado Temer e seus ministros mais próximos em reuniões e telefonemas com outros deputados sem qualquer pudor.

O episódio da divulgação dos vídeos de Lúcio Funaro foi a gota d´água que faltava. Maia sabia que ao divulgar o conteúdo no site da Câmara causaria indignação do outro lado. E quando isso aconteceu, se colocou como vítima e partiu para o conflito aberto.


Ele não esperava, porém, que o ministro Edson Facchin se manifestasse e considerasse a divulgação um ato ilegal.

Isso, porém, não muda o roteiro armado por Maia. Não há disposição dele em voltar a manter uma relação de aliado com Temer. Por dois motivos, se Temer cair ele assume. Se Temer ficar ele se descola da sua péssima avaliação. E pode fazer um discurso menos comprometido com a sua rejeição tanto para se reeleger bem como deputado federal, quanto para melhorar a votação do seu partido em 2018. Candidatos a governador, como ACM Neto, na Bahia, já manifestaram a ele o temor de que o vínculo com o governo atual seja mortal para a disputa do ano que vem.


A decisão de Maia de se afastar da base do governo pode ainda ter um efeito colateral e prejudicar Aécio no Senado.

Se o barco de Temer se mostrar pouco seguro, avalia um interlocutor do blogue, o custo de votar por Aécio será melhor calculado principalmente por senadores que vão buscar a reeleição. Até por isso, seus aliados querem votar o seu caso o quanto antes e se possível amanhã. Antes que a situação se torne ainda mais tóxica.

Quem imaginava um momento tranquilo para os golpistas neste fim de ano, se enganou. O fim do ano de 2017 está muito mais distante do que parece.

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