Por Maurício Dias, na revista CartaCapital:
Talvez para fechar o ciclo de provocações inúteis, o general Eduardo Villas Bôas, comandante do Exército, convocou para um encontro no Rio de Janeiro, realizado dia 26 de setembro, alguns generais da ativa e muitos da reserva, com a finalidade de “orientar pessoalmente” comandados e ex-comandados. Lá enquadrou todo mundo.
Civis tresloucados – algumas dezenas de homens e mulheres – clamam hoje pelo golpe, dirigindo-se insistentemente ao Twitter do general Villas Bôas. Ele não dá resposta. Os civis se dividiram. O Exército, não.
A maioria dos tuiteiros alardeia ódio e muitos deles se inspiraram no discurso do general da ativa Hamilton Mourão, pronunciado durante palestra feita por ele numa loja maçônica, em Brasília. Mourão avaliou assim os desdobramentos da crise: “Os Poderes terão de buscar a solução (...) se não conseguirem, chegará a hora em que nós teremos de impor uma solução”.
Assustadora perspectiva. Mas foi blefe. Elementar. Não há registro, mesmo nos trópicos, onde tudo é possível, que um general, antes de golpear, tenha avisado algo assim: “Siga-me quem for brasileiro”.
A partir da posse de João Goulart, na surdina, os militares tramaram o golpe bem-sucedido, desfechado em 1964, com a inestimável contribuição dos ricos e da mídia. A ditadura durou 21 anos e deixou rastros amargos. Por isso, o discurso do general Mourão assustou, não progredirá, no entanto.
Os golpes militares no Brasil não se deram com a reação no poder. Como é o caso de agora. Temer não atrapalha. Ele ajuda desfazendo o que foi feito em benefício da população desvalida. Neste caso, a corrupção é tolerável. Intolerável é a distribuição de renda, os programas sociais.
Golpearam Getúlio Vargas em razão da pauta política do governo dele. Pontificou, no seu governo, a criação da Petrobras. O presidente pagou com a própria vida. João Goulart foi a próxima vítima. Foi para o exílio.
Lula superou os obstáculos. Quase foi derrubado no primeiro mandato. Conseguiu se reeleger. Apostou em Dilma duas vezes. Na segunda, ela não chegou ao fim. Foi golpeada.
Civis tresloucados – algumas dezenas de homens e mulheres – clamam hoje pelo golpe, dirigindo-se insistentemente ao Twitter do general Villas Bôas. Ele não dá resposta. Os civis se dividiram. O Exército, não.
A maioria dos tuiteiros alardeia ódio e muitos deles se inspiraram no discurso do general da ativa Hamilton Mourão, pronunciado durante palestra feita por ele numa loja maçônica, em Brasília. Mourão avaliou assim os desdobramentos da crise: “Os Poderes terão de buscar a solução (...) se não conseguirem, chegará a hora em que nós teremos de impor uma solução”.
Assustadora perspectiva. Mas foi blefe. Elementar. Não há registro, mesmo nos trópicos, onde tudo é possível, que um general, antes de golpear, tenha avisado algo assim: “Siga-me quem for brasileiro”.
A partir da posse de João Goulart, na surdina, os militares tramaram o golpe bem-sucedido, desfechado em 1964, com a inestimável contribuição dos ricos e da mídia. A ditadura durou 21 anos e deixou rastros amargos. Por isso, o discurso do general Mourão assustou, não progredirá, no entanto.
Os golpes militares no Brasil não se deram com a reação no poder. Como é o caso de agora. Temer não atrapalha. Ele ajuda desfazendo o que foi feito em benefício da população desvalida. Neste caso, a corrupção é tolerável. Intolerável é a distribuição de renda, os programas sociais.
Golpearam Getúlio Vargas em razão da pauta política do governo dele. Pontificou, no seu governo, a criação da Petrobras. O presidente pagou com a própria vida. João Goulart foi a próxima vítima. Foi para o exílio.
Lula superou os obstáculos. Quase foi derrubado no primeiro mandato. Conseguiu se reeleger. Apostou em Dilma duas vezes. Na segunda, ela não chegou ao fim. Foi golpeada.
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