Por Hylda Cavalcanti, na Rede Brasil Atual:
Reforma da Previdência
“Com este resultado o Planalto não vai conseguir nem mesmo aprovar uma lei simples, quanto mais uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que precisa de 342 votos”, afirmou o líder da minoria, José Guimarães (PT-CE), numa referência à PEC da reforma da Previdência.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), confirmou que apesar do resultado ter sido inferior ao da primeira denúncia, foi melhor do que o que esperavam os integrantes da base no início da noite. Sem falar nas divergências que teve com a equipe política do Planalto nas últimas semanas, Maia reconheceu as dificuldades que o Executivo terá para aprovar as próximas matérias de caráter polêmico, mas disse que não tem que ser ele quem vai ensinar o presidente Michel Temer a recompor a sua base.
“Estamos falando de um presidente da República que foi presidente desta Casa por três vezes. Ele entende disso aqui bem mais do que nós”, afirmou, embora admitindo as dificuldades. Outros deputados, alguns próximos de Temer, admitiram que ficará difícil a aprovação de qualquer reforma.
O deputado Chico Alencar (Psol-RJ), um dos principais críticos da prática de uso do cargo por parte do presidente para conseguir amealhar mais votos para rejeitar a denúncia, disse que o resultado mostrou uma base de sustentação do governo dividida, enfraquecida e com os aliados do Planalto “cada vez mais viciados na cultura de chantagear e pedir vantagens”.
“Prevejo um futuro complicado para o Planalto, daqui por diante”, destacou o deputado, concordando com a versão repassada por vários analistas políticos de que Temer corre o risco de ficar “refém” dos parlamentares, daqui por diante.
Para o líder do PT, Carlos Zarattini (SP) “se a denúncia tivesse sido acolhida, além de sair do país um presidente ilegítimo, deixariam de tramitar várias propostas que estão no Congresso e que representam ameaças aos trabalhadores e ao patrimônio nacional”.
Ao mesmo tempo, Zarattini elogiou o trabalho da oposição. “Não conseguimos chegar lá, mas estamos empenhados para lutar na derrubada destas ameaças e retrocessos durante as próximas votações e o resultado desta noite provou isso”, acrescentou.
Fator PSDB
No resultado a ser contabilizado a partir de hoje (26) pela equipe de articulação política do Planalto para recomposição da base, constam, dentre votos favoráveis e contrários, a mudança de posição de 11 parlamentares. Destes, oito votaram favoráveis ao governo na primeira denúncia e contrários, ontem.
Outros três, fizeram um sentido reverso: votaram contra Temer na primeira denúncia e passaram a apoiar o governo, na votação de ontem. O grupo dos 11, no total, é formado por integrantes dos PMDB, Podemos, PRB, PSD e DEM.
Outro fator que contribuiu para enfraquecer o governo na sessão da denúncia foi a ausência de 25 deputados. Destes, 15 votaram favoráveis a Temer na primeira denúncia e o Planalto esperava contar com o voto deles. A maioria se justificou com atestados para comprovar que estavam doentes ou se recuperando de cirurgia de emergência nos seus estados. Outros, alegaram sérios problemas familiares que os impediram de comparecer à Câmara.
A grande deserção, contudo, foi do PSDB. O Planalto tentou cativar votos dos tucanos oferecendo como moeda de troca apoio à votação para salvar o senador Aécio Neves (PSDB-MG) no Senado, mas não conseguiu fazer os integrantes da legenda votarem unidos em favor do presidente.
Para completar, surtiu efeito contrário a indicação de um tucano para a relatoria da denúncia sem que, antes, tivessem sido ouvidas lideranças do partido. Como resultado, o PSDB se posicionou totalmente dividido, com maioria contra o governo: Foram 23 votos dos tucanos pelo acolhimento da denúncia contra 20 votos favoráveis a Temer.
Todas estas questões e dados serão checados e rechecados para reuniões de recomposição da base, por parte do Executivo, e de novas estratégias para combate às matérias em tramitação tidas como negativas, pela oposição, nos próximos dias. Na capital do país, sobretudo na Câmara, o ambiente é de cansaço. Vários deputados já viajaram ou têm viagem marcada logo mais para seus estados, depois de uma sessão que foi complicada e estafante.
O resultado da Câmara, ontem (25), foi uma vitória esperada, mas sofrida para integrantes da base do governo, que não imaginavam ter tanto trabalho para conseguir reunir os deputados aliados para a votação. A primeira surpresa foi a mobilização bem estruturada dos oposicionistas, que conseguiram fazer barulho num ato público pela obstrução da sessão. Mas o que mais chamou a atenção do Palácio do Planalto foi a determinação de vários parlamentares que apoiam o governo em se dizerem na dúvida até o final.
Estes reclamaram de não terem tido pleito atendido pelo Executivo e insistiram em ficar ou em casa ou nos seus gabinetes. O resultado foi menor do que o esperado pela equipe do Planalto na véspera. E maior, diante do prognóstico que a base fez, já em tom de preocupação, por volta do meio do dia.
Na terça-feira (24), o Planalto apostava ter uma média de 270 a 280 votos. Entre 12h e 13h, o vice-líder do governo, Darcísio Perondi (PMDB-RS), checou tabelas no próprio plenário – para alegria dos repórteres fotográficos. Perondi deu telefonemas e confidenciou a colegas, conforme contou um peemedebista, logo depois, que mesmo com os atropelos, Temer seria salvo da denúncia com uma média de 230 a 240 votos.
O resultado foi 251 votos. Na primeira denúncia, foram 263 os votos que blindaram o presidente. Já a oposição, que conseguiu na primeira denúncia 233 votos, dessa vez conseguiu quase vinte votos a mais: 251.
“Não quero comemorar nada. Vamos ver como é que fica o dia de amanhã”, disse, logo após o término da sessão, o deputado Heráclito Fortes (PSB-PI), aliado de Temer, que cedeu por diversas vezes, nas últimas semanas, sua casa para jantares e almoços com os parlamentares. Sempre, na tentativa de convencê-los e negociar benefícios para que apoiassem o governo.
Estes reclamaram de não terem tido pleito atendido pelo Executivo e insistiram em ficar ou em casa ou nos seus gabinetes. O resultado foi menor do que o esperado pela equipe do Planalto na véspera. E maior, diante do prognóstico que a base fez, já em tom de preocupação, por volta do meio do dia.
Na terça-feira (24), o Planalto apostava ter uma média de 270 a 280 votos. Entre 12h e 13h, o vice-líder do governo, Darcísio Perondi (PMDB-RS), checou tabelas no próprio plenário – para alegria dos repórteres fotográficos. Perondi deu telefonemas e confidenciou a colegas, conforme contou um peemedebista, logo depois, que mesmo com os atropelos, Temer seria salvo da denúncia com uma média de 230 a 240 votos.
O resultado foi 251 votos. Na primeira denúncia, foram 263 os votos que blindaram o presidente. Já a oposição, que conseguiu na primeira denúncia 233 votos, dessa vez conseguiu quase vinte votos a mais: 251.
“Não quero comemorar nada. Vamos ver como é que fica o dia de amanhã”, disse, logo após o término da sessão, o deputado Heráclito Fortes (PSB-PI), aliado de Temer, que cedeu por diversas vezes, nas últimas semanas, sua casa para jantares e almoços com os parlamentares. Sempre, na tentativa de convencê-los e negociar benefícios para que apoiassem o governo.
Reforma da Previdência
“Com este resultado o Planalto não vai conseguir nem mesmo aprovar uma lei simples, quanto mais uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que precisa de 342 votos”, afirmou o líder da minoria, José Guimarães (PT-CE), numa referência à PEC da reforma da Previdência.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), confirmou que apesar do resultado ter sido inferior ao da primeira denúncia, foi melhor do que o que esperavam os integrantes da base no início da noite. Sem falar nas divergências que teve com a equipe política do Planalto nas últimas semanas, Maia reconheceu as dificuldades que o Executivo terá para aprovar as próximas matérias de caráter polêmico, mas disse que não tem que ser ele quem vai ensinar o presidente Michel Temer a recompor a sua base.
“Estamos falando de um presidente da República que foi presidente desta Casa por três vezes. Ele entende disso aqui bem mais do que nós”, afirmou, embora admitindo as dificuldades. Outros deputados, alguns próximos de Temer, admitiram que ficará difícil a aprovação de qualquer reforma.
O deputado Chico Alencar (Psol-RJ), um dos principais críticos da prática de uso do cargo por parte do presidente para conseguir amealhar mais votos para rejeitar a denúncia, disse que o resultado mostrou uma base de sustentação do governo dividida, enfraquecida e com os aliados do Planalto “cada vez mais viciados na cultura de chantagear e pedir vantagens”.
“Prevejo um futuro complicado para o Planalto, daqui por diante”, destacou o deputado, concordando com a versão repassada por vários analistas políticos de que Temer corre o risco de ficar “refém” dos parlamentares, daqui por diante.
Para o líder do PT, Carlos Zarattini (SP) “se a denúncia tivesse sido acolhida, além de sair do país um presidente ilegítimo, deixariam de tramitar várias propostas que estão no Congresso e que representam ameaças aos trabalhadores e ao patrimônio nacional”.
Ao mesmo tempo, Zarattini elogiou o trabalho da oposição. “Não conseguimos chegar lá, mas estamos empenhados para lutar na derrubada destas ameaças e retrocessos durante as próximas votações e o resultado desta noite provou isso”, acrescentou.
Fator PSDB
No resultado a ser contabilizado a partir de hoje (26) pela equipe de articulação política do Planalto para recomposição da base, constam, dentre votos favoráveis e contrários, a mudança de posição de 11 parlamentares. Destes, oito votaram favoráveis ao governo na primeira denúncia e contrários, ontem.
Outros três, fizeram um sentido reverso: votaram contra Temer na primeira denúncia e passaram a apoiar o governo, na votação de ontem. O grupo dos 11, no total, é formado por integrantes dos PMDB, Podemos, PRB, PSD e DEM.
Outro fator que contribuiu para enfraquecer o governo na sessão da denúncia foi a ausência de 25 deputados. Destes, 15 votaram favoráveis a Temer na primeira denúncia e o Planalto esperava contar com o voto deles. A maioria se justificou com atestados para comprovar que estavam doentes ou se recuperando de cirurgia de emergência nos seus estados. Outros, alegaram sérios problemas familiares que os impediram de comparecer à Câmara.
A grande deserção, contudo, foi do PSDB. O Planalto tentou cativar votos dos tucanos oferecendo como moeda de troca apoio à votação para salvar o senador Aécio Neves (PSDB-MG) no Senado, mas não conseguiu fazer os integrantes da legenda votarem unidos em favor do presidente.
Para completar, surtiu efeito contrário a indicação de um tucano para a relatoria da denúncia sem que, antes, tivessem sido ouvidas lideranças do partido. Como resultado, o PSDB se posicionou totalmente dividido, com maioria contra o governo: Foram 23 votos dos tucanos pelo acolhimento da denúncia contra 20 votos favoráveis a Temer.
Todas estas questões e dados serão checados e rechecados para reuniões de recomposição da base, por parte do Executivo, e de novas estratégias para combate às matérias em tramitação tidas como negativas, pela oposição, nos próximos dias. Na capital do país, sobretudo na Câmara, o ambiente é de cansaço. Vários deputados já viajaram ou têm viagem marcada logo mais para seus estados, depois de uma sessão que foi complicada e estafante.
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