Do site do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo:
A Comissão de Empregados da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e os sindicatos de Jornalistas do Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal expressam em nota seu repúdio à atitude racista protagonizada por Laerte Rimoli, presidente da EBC.
Em seu Facebook, Rimoli postou diversos memes ironizando Taís Araújo depois da divulgação de um vídeo no qual a atriz afirmou que "a cor do meu filho faz com que as pessoas mudem de calçada". A declaração da atriz ocorreu na palestra Como criar crianças doces em um país ácido, realizada em São Paulo e gravada para a organização sem fins lucrativos TED.
Na nota, os jornalistas, radialistas e as entidades sindicais exigem a imediata exoneração de Rimoli e ressaltam que, além do racismo, prática que é crime no país, o presidente da empresa descumpre a própria legislação que regulamenta a EBC.
Confira a íntegra da moção de repúdio.
*****
Rimoli não desrespeitou só a atriz Taís Araújo, mas toda sociedade brasileira e a própria EBC
Nós, trabalhadores e trabalhadoras em greve da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), repudiamos com veemência os ataques racistas do presidente da EBC, Laerte Rimoli, à atriz Taís Araújo, sua família, toda sociedade brasileira e os princípios fundadores da Empresa Brasil de Comunicação.
As publicações racistas foram compartilhadas no perfil do presidente no Facebook, em modo público. Esse comportamento deplorável vai contra o posicionamento dos empregados e empregadas, que sempre lutaram por uma comunicação pública diversa, inclusiva, livre de preconceitos. Laerte Rimoli descumpre a própria lei que regulamenta a EBC e vai de encontro ao papel social da comunicação pública ao publicar comentários preconceituosos, contra os códigos de ética do serviço público e dos jornalistas.
Com nossas produções no rádio, na televisão e na web, nós, empregados e empregadas da EBC, lutamos diariamente contra a discriminação e o preconceito racial tão presentes na nossa sociedade. Um exemplo disso é que a EBC foi pioneira em práticas de afirmação contra a discriminação racial. Fomos a primeira TV aberta a exibir telenovelas com elenco majoritariamente negro, tivemos o primeiro correspondente fixo no continente africano e fomos a primeira televisão a exibir um desenho infantil com personagens negros. Assim, não aceitamos tal postura e exigimos respostas institucionais a esse desrespeito, incluindo ação imediata do Ministério Público Federal.
A atual gestão da EBC chegou junto à Medida Provisória 744, que entre outras providências extinguiu o Conselho Curador, um importante órgão que garantia a participação da sociedade na construção editorial da Empresa, colocando em xeque o compromisso com a diversidade que é natural da comunicação pública. O racismo, escancarado pelas piadas compartilhadas pelo atual diretor-presidente, hoje se reflete também dentro da EBC: contam-se nos dedos os funcionários que, atualmente, lideram equipes, têm funções de confiança ou estão em posição de destaque, como a reportagem em vídeo e a apresentação de programas. Em uma empresa onde a diversidade de gênero, raça e orientação sexual deveria ser prioridade, repete-se o triste estigma social e estético, que coloca as mulheres negras ocupando posições desfavoráveis ao seu protagonismo, prejudicando a imagem de representatividade que deveria chegar a cada cidadão e cidadã - os primeiros e mais importantes focos da comunicação pública.
A EBC pertence à sociedade brasileira, composta em sua maioria por negros e negras. Assim, não nos calaremos frente a mais esse retrocesso na defesa da comunicação pública do país. Por esses motivos, exigimos a imediata exoneração de Laerte Rimoli e a substituição dele levando em conta nomes indicados em lista tríplice pelo conjunto de empregados da EBC.
Racistas não passarão!
Comissão de Empregados da EBC
Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal
Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal
A Comissão de Empregados da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e os sindicatos de Jornalistas do Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal expressam em nota seu repúdio à atitude racista protagonizada por Laerte Rimoli, presidente da EBC.
Em seu Facebook, Rimoli postou diversos memes ironizando Taís Araújo depois da divulgação de um vídeo no qual a atriz afirmou que "a cor do meu filho faz com que as pessoas mudem de calçada". A declaração da atriz ocorreu na palestra Como criar crianças doces em um país ácido, realizada em São Paulo e gravada para a organização sem fins lucrativos TED.
Na nota, os jornalistas, radialistas e as entidades sindicais exigem a imediata exoneração de Rimoli e ressaltam que, além do racismo, prática que é crime no país, o presidente da empresa descumpre a própria legislação que regulamenta a EBC.
Confira a íntegra da moção de repúdio.
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Rimoli não desrespeitou só a atriz Taís Araújo, mas toda sociedade brasileira e a própria EBC
Nós, trabalhadores e trabalhadoras em greve da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), repudiamos com veemência os ataques racistas do presidente da EBC, Laerte Rimoli, à atriz Taís Araújo, sua família, toda sociedade brasileira e os princípios fundadores da Empresa Brasil de Comunicação.
As publicações racistas foram compartilhadas no perfil do presidente no Facebook, em modo público. Esse comportamento deplorável vai contra o posicionamento dos empregados e empregadas, que sempre lutaram por uma comunicação pública diversa, inclusiva, livre de preconceitos. Laerte Rimoli descumpre a própria lei que regulamenta a EBC e vai de encontro ao papel social da comunicação pública ao publicar comentários preconceituosos, contra os códigos de ética do serviço público e dos jornalistas.
Com nossas produções no rádio, na televisão e na web, nós, empregados e empregadas da EBC, lutamos diariamente contra a discriminação e o preconceito racial tão presentes na nossa sociedade. Um exemplo disso é que a EBC foi pioneira em práticas de afirmação contra a discriminação racial. Fomos a primeira TV aberta a exibir telenovelas com elenco majoritariamente negro, tivemos o primeiro correspondente fixo no continente africano e fomos a primeira televisão a exibir um desenho infantil com personagens negros. Assim, não aceitamos tal postura e exigimos respostas institucionais a esse desrespeito, incluindo ação imediata do Ministério Público Federal.
A atual gestão da EBC chegou junto à Medida Provisória 744, que entre outras providências extinguiu o Conselho Curador, um importante órgão que garantia a participação da sociedade na construção editorial da Empresa, colocando em xeque o compromisso com a diversidade que é natural da comunicação pública. O racismo, escancarado pelas piadas compartilhadas pelo atual diretor-presidente, hoje se reflete também dentro da EBC: contam-se nos dedos os funcionários que, atualmente, lideram equipes, têm funções de confiança ou estão em posição de destaque, como a reportagem em vídeo e a apresentação de programas. Em uma empresa onde a diversidade de gênero, raça e orientação sexual deveria ser prioridade, repete-se o triste estigma social e estético, que coloca as mulheres negras ocupando posições desfavoráveis ao seu protagonismo, prejudicando a imagem de representatividade que deveria chegar a cada cidadão e cidadã - os primeiros e mais importantes focos da comunicação pública.
A EBC pertence à sociedade brasileira, composta em sua maioria por negros e negras. Assim, não nos calaremos frente a mais esse retrocesso na defesa da comunicação pública do país. Por esses motivos, exigimos a imediata exoneração de Laerte Rimoli e a substituição dele levando em conta nomes indicados em lista tríplice pelo conjunto de empregados da EBC.
Racistas não passarão!
Comissão de Empregados da EBC
Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal
Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal
☺ O brasileiro parece ter perdido a capacidade de brincar. O salame da EBC fez apenas uma brincadeira, se bem que de mau gosto. Agora, como pessoa pública, ele deveria ter mais bom senso. Já que não tem, rua com ele!
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