terça-feira, 28 de novembro de 2017

Surto racista se deve à total impunidade

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Não se consegue mais parar de falar em racismo no Brasil. Como que em uma resposta irônica do destino aos CRIMINOSOS que negam essa que é a pior perversão social em nosso país, os casos de racismo estão chovendo. Você mal parou de denunciar um caso e já surge outro pior.

Vendo o que disse Dayane Alcantara Couto De Andrade – que se apresenta nas redes sociais como “Day McCarthy – sobre Titi, filha adotiva do ator Bruno Gagliasso e da atriz Giovanna Ewbank, algum gozador diria que William Waack já começa a deixar saudade, porque a fala da tal Day McCarthy faz a gente duvidar que tenha sido dita por um ser humano.

Não importa o que essa criatura disse sobre a menina além do adjetivo que usou para ela: “macaca”. Uma criança inocente. Mesmo se não fosse uma bela menina, se fosse doente, deformada, seja lá o que for, continuaria desumano ridicularizar sua aparência.

Diante da abominação que essa mulher produziu, vale saber mais sobre ela. Talvez entendendo o que produz uma pessoa assim seja possível entender o mecanismo da mente racista e esse seria um passo importante para combater uma das maiores perversões da história humana.

Apesar do espanto que Day McCarthy, a agressora em questão, causou, não foi a primeira vez que virou notícia por seus comentários preconceituosos na internet. Neste ano, ela já chamou atenção ao comparar Rafa Justus, a filha de Ticiane Pinheiro com Roberto Justus, ao boneco Chuck, da franquia de filmes de terror.

Além de sugerir que a cantora Anitta estaria envolvida com drogas. A conta no Instagram da personalidade acabou sendo excluída após a primeira polêmica, mas ela retornou à rede social para ostentar o seu estilo de vida e, eventualmente, causar mais polêmicas. Mas, afinal, quem é Day McCarthy?

Day McCarthy é codinome para Dayane Alcantara Couto De Andrade. A brasileira radicada atualmente no Canadá e com cidadania canadense é bastante reservada sobre as suas origens, mas não hesita em ostentar riqueza nas redes sociais.

Dayane se diz “graduada em Belas Artes na New York Film Academy” e em “Harvard”, sem mencionar o curso. Além disso, afirma ter conquistado um diploma de Administração na Universidade George Washington.

A socialite se descreve como “latina com orgulho” e diz ter negócios nos Estados Unidos e na Europa, mas a única referência que aparece na web é de um Instagram em que a socialite aparece com as mesmas roupas que famosas internacionais.

“Day McCarthy” diz ter publicado quatro livros. Ainda que tenha publicado esta declaração em seu site oficial, a única referência que aparece na rede com o seu nome é o livro “Primeiro Amor”, publicado por uma editora cujo website não funciona mais e o conteúdo se restringe a um blog com o último post publicado em 2010.

Apesar de não viver no Brasil há muito tempo a socialite é fã da família Bolsonaro, tendo publicado nos seus stories o anuncio do apoio ao deputado além de sugerir que o seu filho, Eduardo Bolsonaro, é um homem que lhe desperta o interesse.

Já nos Estados Unidos, “Day McCarthy” apoia Donald Trump.

A socialite racista possui mais de 600 mil seguidores nas redes sociais.

As últimas declarações dessa pessoa, porém, ultrapassaram os limites por conta de um discurso racista de virulência poucas vezes vista. Sobretudo por se concentrar em uma criança.

Não adianta nos indignarmos nem fazermos onda nas redes sociais se as autoridades continuarem amaciando para o lado dos racistas. O fato é um só: o Poder Judiciário condescende com racismo e não cumpre a lei porque, via de regra, os racistas têm projeção social e muito dinheiro.

Para pôr fim nessa barbaridade temos que pressionar o Judiciário para cumprir a lei. Apesar de ser contrário o punitivismo, a zombaria da lei praticada pelos racistas estimula ocorrência de mais e mais casos. Cobremos da Justiça que cumpra a lei ou isso não vai parar.

Assista o comentário em vídeo sobre o tema [aqui].

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