quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Temer ferra os servidores. Cadê a revolta?

Por Altamiro Borges

Após ser salvo pela Câmara Federal – que rejeitou as denúncias da PGR por formação de quadrilha e obstrução da Justiça graças à doação de R$ 32 bilhões em emendas parlamentares e outras benesses –, o presidente ilegítimo decidiu acelerar ainda mais as maldades contra os brasileiros. Um dos alvos principais são os servidores públicos federais, inclusive daquelas carreiras do topo da pirâmide que tiveram um papel ativo na cavalgada golpista pelo impeachment de Dilma Rousseff. A vida é cruel e cobra um alto preço daqueles que serviram de massa de manobra para as elites e ajudaram a alçar ao poder a quadrilha de Michel Temer. Será que esta turma de “indignados”, que ainda tenta esconder o arrependimento pela besteira que fez, sairá às ruas agora para lutar por seus direitos?

Na semana passada, sem maior alarde na mídia chapa-branca, o covil golpista baixou uma medida provisória (MP-805) que eleva a contribuição previdenciária do funcionalismo dos atuais 11% para 14%. Ela também suspendeu os reajustes salariais previamente acordados com várias categorias para vigorar a partir de 2018. Entre as carreiras que ficarão com os salários congelados estão os auditores fiscais de vários ministérios e os policiais rodoviários federais. O violento ajuste fiscal – um típico austericídio – visa cobrir o rombo da União, que já ultrapassa R$ 159 bilhões. A MP beneficia a minoria rentista, que suga os cofres públicos com o pagamento dos juros, e penaliza 472.597 servidores ativos e 238.849 aposentados.

As maldades contra os servidores não se restringem à MP. Em julho passado, Michel Temer já havia lançado um plano de demissão voluntária, que reduz o número de funcionários e piora ainda mais a qualidade dos serviços públicos prestados à população que paga impostos. Além disto, o covil golpista tem estimulado vários projetos que tramitam no Congresso Nacional com o intento de acabar com a estabilidade no emprego no setor. Diante de tantos ataques, é justa a indagação do deputado Wadih Damous (PT-RJ): “Chega a ser incompreensível uma certa pasmaceira da categoria diante das investidas seguidas dos golpistas. Com um mínimo de esforço de memória vêm à tona as seguidas greves de servidores organizadas durante os governos Lula e Dilma, quando os professores universitários, por exemplo, chegaram a ficar três meses de braços cruzados. O que estará havendo?”.

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