Por Altamiro Borges
Nos anos de 1990, com a derrocada do bloco soviético e a crise fiscal dos Estados de Bem-Estar Social na Europa, o neoliberalismo conquistou uma hegemonia acachapante em várias partes do mundo. Adoradores do “deus-mercado” foram eleitos e reeleitos em muitos países. A América Latina tornou-se um laboratório das políticas de desmonte do Estado, da nação e do trabalho. A situação atual, porém, é diferente. As forças ultraliberais, em aliança com seitas fascistas, estão na ofensiva, mas não reconquistaram uma hegemonia absoluta. Isto talvez explique a rejeição ao usurpador Michel Temer. O covil golpista fez uma leitura errada do novo contexto e afunda na impopularidade. A pesquisa Datafolha divulgada nesta terça-feira (26) reforça esta possibilidade.
Segundo o levantamento, sete em cada dez brasileiros são contra as privatizações das estatais em curso no país. “A maioria (67%) da população também vê mais prejuízos que benefícios na venda de companhias brasileiras para grupos estrangeiros. A oposição às privatizações predomina em praticamente todos os recortes analisados – por região, sexo, escolaridade, preferência partidária e aprovação à gestão Temer. O único cenário em que a ideia é aceita pela maioria é entre aqueles com renda superior a dez salários mínimos por mês, dos quais 55% se disseram favoráveis. A aceitação cai conforme diminui a renda familiar mensal. Entre os que ganham até dois salários mínimos, 13% são a favor”, relata a contragosto a matéria da Folha privatista e golpista.
Ainda segundo matéria, “os moradores do Norte e do Nordeste são os mais resistentes – com taxas de 78% e 76% de reprovação, respectivamente –, enquanto os do Sudeste são os que melhor aceitam a ideia: são 67% contrários e 25% a favor. As privatizações sofrem resistência até de eleitores de partidos e políticos em geral favoráveis à venda de estatais. Entre quem aponta como partido de preferência o PSDB, que historicamente apoiou e promoveu desestatizações, 55% se disseram contrários, e 37%, a favor”. Nem mesmo entre os “midiotas” que ainda acreditam nas mentiras do Judas o cenário é favorável. “Entre os que avaliam como bom ou ótimo o governo de Michel Temer – que tem promovido uma série de projetos de privatização – a maioria (51%) também se opõe”.
A forte rejeição à criminosa privataria explica a dificuldade que o covil tem encontrado – inclusive entre aliados fisiológicos – para vender a preço de banana a Eletrobras. Ela também desmascara as manobras dos golpistas no fatiamento e entrega da Petrobras. Segundo o Datafolha, 70% dos brasileiros são contrários à privatização da maior estatal do país e 78% rejeitam a participação de capital estrangeiro na Petrobras – isto apesar de toda a campanha de satanização desenvolvida pela teleguiada Operação Lava-Jato e do apoio diuturno da mídia com complexo de vira-lata. Como aponta, preocupada, a Folha privatista, estes resultados terão forte impacto nas eleições do próximo ano e determinarão a postura dos candidatos.
“O tema deverá ganhar destaque nas eleições de 2018. A continuidade de programas de desinvestimento criados pelo atual governo é critério central para o apoio de investidores interessados em negócios de longo prazo no país. Mas a resistência de eleitores é clara, e não se restringe a candidatos de esquerda. Nenhum grupo que hoje votaria nos potenciais candidatos é majoritariamente favorável à privatizações em geral nem à venda da Petrobras. Os menos resistentes são aqueles que declararam voto em Geraldo Alckmin (PSDB) e Jair Bolsonaro (PSC). Em dois cenários – um com a participação de Lula (PT) na disputa e outro sem –, o apoio às privatizações varia de 31% a 36% entre os potenciais eleitores dos dois nomes. Os que declararam voto no petista são os que mais rechaçam as privatizações. A rejeição foi de 80% para a venda de estatais em geral e de 76% para a venda da Petrobras”.
*****
Leia também:
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- Temer quer privatizar até a água
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- A privataria temerária dos golpistas
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- Moro, Lava Jato e os interesses dos EUA
Nos anos de 1990, com a derrocada do bloco soviético e a crise fiscal dos Estados de Bem-Estar Social na Europa, o neoliberalismo conquistou uma hegemonia acachapante em várias partes do mundo. Adoradores do “deus-mercado” foram eleitos e reeleitos em muitos países. A América Latina tornou-se um laboratório das políticas de desmonte do Estado, da nação e do trabalho. A situação atual, porém, é diferente. As forças ultraliberais, em aliança com seitas fascistas, estão na ofensiva, mas não reconquistaram uma hegemonia absoluta. Isto talvez explique a rejeição ao usurpador Michel Temer. O covil golpista fez uma leitura errada do novo contexto e afunda na impopularidade. A pesquisa Datafolha divulgada nesta terça-feira (26) reforça esta possibilidade.
Segundo o levantamento, sete em cada dez brasileiros são contra as privatizações das estatais em curso no país. “A maioria (67%) da população também vê mais prejuízos que benefícios na venda de companhias brasileiras para grupos estrangeiros. A oposição às privatizações predomina em praticamente todos os recortes analisados – por região, sexo, escolaridade, preferência partidária e aprovação à gestão Temer. O único cenário em que a ideia é aceita pela maioria é entre aqueles com renda superior a dez salários mínimos por mês, dos quais 55% se disseram favoráveis. A aceitação cai conforme diminui a renda familiar mensal. Entre os que ganham até dois salários mínimos, 13% são a favor”, relata a contragosto a matéria da Folha privatista e golpista.
Ainda segundo matéria, “os moradores do Norte e do Nordeste são os mais resistentes – com taxas de 78% e 76% de reprovação, respectivamente –, enquanto os do Sudeste são os que melhor aceitam a ideia: são 67% contrários e 25% a favor. As privatizações sofrem resistência até de eleitores de partidos e políticos em geral favoráveis à venda de estatais. Entre quem aponta como partido de preferência o PSDB, que historicamente apoiou e promoveu desestatizações, 55% se disseram contrários, e 37%, a favor”. Nem mesmo entre os “midiotas” que ainda acreditam nas mentiras do Judas o cenário é favorável. “Entre os que avaliam como bom ou ótimo o governo de Michel Temer – que tem promovido uma série de projetos de privatização – a maioria (51%) também se opõe”.
A forte rejeição à criminosa privataria explica a dificuldade que o covil tem encontrado – inclusive entre aliados fisiológicos – para vender a preço de banana a Eletrobras. Ela também desmascara as manobras dos golpistas no fatiamento e entrega da Petrobras. Segundo o Datafolha, 70% dos brasileiros são contrários à privatização da maior estatal do país e 78% rejeitam a participação de capital estrangeiro na Petrobras – isto apesar de toda a campanha de satanização desenvolvida pela teleguiada Operação Lava-Jato e do apoio diuturno da mídia com complexo de vira-lata. Como aponta, preocupada, a Folha privatista, estes resultados terão forte impacto nas eleições do próximo ano e determinarão a postura dos candidatos.
“O tema deverá ganhar destaque nas eleições de 2018. A continuidade de programas de desinvestimento criados pelo atual governo é critério central para o apoio de investidores interessados em negócios de longo prazo no país. Mas a resistência de eleitores é clara, e não se restringe a candidatos de esquerda. Nenhum grupo que hoje votaria nos potenciais candidatos é majoritariamente favorável à privatizações em geral nem à venda da Petrobras. Os menos resistentes são aqueles que declararam voto em Geraldo Alckmin (PSDB) e Jair Bolsonaro (PSC). Em dois cenários – um com a participação de Lula (PT) na disputa e outro sem –, o apoio às privatizações varia de 31% a 36% entre os potenciais eleitores dos dois nomes. Os que declararam voto no petista são os que mais rechaçam as privatizações. A rejeição foi de 80% para a venda de estatais em geral e de 76% para a venda da Petrobras”.
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