sábado, 9 de dezembro de 2017

Jornal Nacional censurou caso Tacla Durán

Do Jornal GGN:

A defesa de Lula lançou uma nota pública nas redes sociais, na noite de quinta (7), denunciando que o Jornal Nacional, da Rede Globo, censurou parte de uma resposta enviada à emissora que citava o caso Tacla Duran.

O jornal decidiu produzir uma reportagem sobre o juiz Sergio Moro ter liberado uma parte dos bens bloqueados de Lula. O magistrado aceitou devolver cerca de R$ 63 mil vinculados à aposentadoria, mas disse que ainda quer que Lula prove a origem lícita dos R$ 10 milhões relativos à Previdência.

A redação solicitou um posicionamento da defesa de Lula, e recebeu, em resposta, uma afirmando: "A decisão do juiz Sérgio Moro é ilegal porque não cabe ao reu fazer prova da sua inocência e, além disso, ele negou pela terceira vez ouvir Rodrigo Tacla Duran, que fez graves afirmações perante a CPMI da JBS e poderia contribuir para esclarecer a verdade dos fatos."

Segundo a defesa de Lula, o Jornal Nacional não "censurou" toda a nota e não citou na reportagem o caso Tacla Duran, reforçando a blindagem que a grande mídia tem feito sobre as acusações do ex-advogado da Odebrecht.

Em depoimento à CPMI da JBS, Duran disse que provas da Lava Jato extraída do sistema Drousys ou do Meinl Bank foram manipuladas durante a investigação e, por isso, podem estar viciadas. Além disso, os dois sistemas pertencem à Odebrecht, que pode ter participado da fraude com o intuito de corroborar as investigações.

Fraude nos documentos

A defesa de Lula questiona a validade de uma série de documentos apresentados pela Odebrecht, extraído do Drousys, na segunda ação penal que deverá ser julgada por Moro.

Como Duran também denuncia um amigo pessoal do juiz (Carlos Zucolotto) por cobrar propina para ajudar a melhorar um acordo de delação com os procuradores de Curitiba, Moro já negou, 3 vezes, colher o depoimento do advogado na ação penal contra Lula.

Nulidade do processo

Em decorrência disso, os advogados pretendem pedir a nulidade do processo, alegando que Moro está cerceando a defesa de Lula e favorecendo os procuradores de Curitiba. (Leia mais abaixo)

Sobre o desbloqueio de bens, a defesa diz que "toda os sigilos de Lula - bancário, fiscal e telefônico - já foram quebrado e analisados pela Lava Jato, e o juiz já sabe que esses recursos tem origens perfeitamente legais em palestras proferidas pelo ex-presidente após deixar o cargo.”

Leia, abaixo, a nota da defesa de Lula sobre a nulidade do processo.

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Defesa de Lula pedirá nulidade do processo pela nova recusa para ouvir Tacla Durán.

É intrigante que mesmo após o denso depoimento prestado pelo Sr. Rodrigo Racla Duran na CPI da JBS o juízo da 13a. Vara Federal Criminal de Curitiba negue à defesa do ex-Presidente Lula a possibilidade de ouvi-lo como testemunha no incidente de falsidade que questiona a idoneidade de documentos apresentados pela Odebrecht e pelo MPF na Ação Penal n. 5063130-17.2016.4.04.7000.

Tacla Duran fez referências específicas em seu depoimento na CPI sobre supostas adulterações de documentos que estão relacionados ao incidente de falsidade proposto pela defesa de Lula, dentre outros temas. Por isso, seu depoimento se mostra relevante para contextualizar a forma como os documentos questionados pela defesa do ex-Presidente foram produzidos e levados ao processo. A mera autorização para a juntada do depoimento prestado por Tacla Duran na CPI não se mostra suficiente para a completa elucidação dos fatos, - deveria ser um guia para os questionamentos a serem formulados.

Além do cerceamento de defesa, a decisão mostra que Lula não está tendo o mesmo tratamento dado à acusação, para a qual foram deferidas as oitivas das testemunhas arroladas também no âmbito de incidente de falsidade. É mais um ato que contamina o processo de nulidade insanável.

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