Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:
O jornal Gazeta do Povo, do mesmo grupo GRPCOM que é afiliado à Globo no Paraná, lançou uma plataforma para que professores sejam dedurados anonimamente por supostamente “usar seu tempo em sala de aula para extrapolar os conteúdos pré-definidos com claro posicionamento ideológico”. É exatamente o mesmo tipo de ação que acontecia nos Estados Unidos durante os anos do Macarthismo, quando professores eram denunciados e em seguida levados a depor diante de uma comissão, perseguidos, presos e demitidos.
Versão pseudojornalística do famigerado programa Escola Sem Partido, que estimula estudantes a filmar professores em sala de aula, a plataforma X9 do Gazeta do Povo foi chamada pelo jornal de “Monitor da Doutrinação”, sob a desculpa de que é necessário “checar” as denúncias recebidas. O jornal promete inclusive fazer sua própria “lista negra” de docentes, exibindo os professores acusados, de todo o país, organizados em um mapa na plataforma.
A ferramenta “irá reunir num mesmo ambiente casos registrados de excessos, com identificação clara de quando e onde aconteceram. Também irá identificar quem são os envolvidos e, quando possível, as repercussões. Embora haja discordâncias quanto à extensão do problema, é inegável que ele existe”, afirma o veículo de comunicação, ligado à direita paranaense.
Ridiculamente, a Gazeta do Povo diz que não pretende criar “um ambiente de denuncismo” com uma plataforma para denunciar professores. “É importante reforçar que a ferramenta não tem o objetivo de criar um ambiente de denuncismo entre alunos e professores. A confiança dentro das salas de aula deve ser mantida e reforçada”, diz o jornal, que será ele mesmo o julgador dos casos que avaliar procedentes, através de “metodologia jornalística para separar os verdadeiros casos de doutrinação, independentemente do lado ideológico”. Ou seja, é como se o senador Joseph Mcarthy, mentor da “caça às bruxas” nos EUA, tivesse ressuscitado como dono de jornal no Brasil.
Ridiculamente, a Gazeta do Povo diz que não pretende criar “um ambiente de denuncismo” com uma plataforma para denunciar professores. “É importante reforçar que a ferramenta não tem o objetivo de criar um ambiente de denuncismo entre alunos e professores. A confiança dentro das salas de aula deve ser mantida e reforçada”, diz o jornal, que será ele mesmo o julgador dos casos que avaliar procedentes, através de “metodologia jornalística para separar os verdadeiros casos de doutrinação, independentemente do lado ideológico”. Ou seja, é como se o senador Joseph Mcarthy, mentor da “caça às bruxas” nos EUA, tivesse ressuscitado como dono de jornal no Brasil.
A Associação de Professores Universitários Federais do Paraná repudiou a iniciativa. “A APUFPR-SSind repudia a atitude da Gazeta e segue lutando para defender o direito dos professores de ensinarem as mais diversas visões de mundo aos seus alunos, construindo uma sociedade tolerante, justa e consciente”, disse.
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