segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Rejeição de Temer atropela Meirelles

Por Altamiro Borges

O ministro Henrique Meirelles, czar da falida economia do covil golpista, segue com seu sonho de disputar a presidência em 2018. Ele ora com pastores evangélicos – alguns deles, famosos corruptores da religiosidade popular –, reúne-se com os líderes da cloaca empresarial e articula nas sombras com os partidos da base fisiológica do odiado Michel Temer. Considerado o queridinho do “deus-mercado”, ele também ocupa generosos espaços na mídia chapa-branca e rentista. Apesar de tudo, o bajulado “ministro” da Fazenda não decola nas pesquisas – até parece o “pibinho” anunciado com alarde na semana passada. No Datafolha divulgado neste sábado (2), Henrique Meirelles oscila entre 1% e 2% das intenções de voto.

Três fatores, no essencial, explicam as dificuldades do todo-poderoso czar da economia. Em primeiro lugar, a baixa popularidade do seu chefe, Michel Temer. Segundo o mesmo Datafolha, 71% dos brasileiros rejeitam o presidente ilegítimo. Os milhões gastos em publicidade na mídia mercenária não têm sido suficientes para melhorar a imagem do covil golpista. Apenas 5% consideram o governo ótimo ou bom. Ainda de acordo com a pesquisa, 87% dos entrevistados garantem que não votariam em um candidato apoiado pelo usurpador. Henrique Meirelles, o mais identificado com esta tragédia, afirma que defenderá o “legado” da quadrilha, o que só serve para aumentar ainda mais a rejeição da sociedade à sua pretensa candidatura presidencial.

Um segundo fator reside no desencanto econômico. Os golpistas prometeram que bastava depor Dilma Rousseff para o país voltar a crescer “instantaneamente”. Os ex-urubólogos da imprensa agora são otimistas de plantão e afirmam, diariamente, que o Brasil está melhorando. Mas os brasileiros, que não são “midiotas”, sentem na pele o aumento do desemprego, da inadimplência e da miséria. Segundo o Datafolha, 60% acham que a inflação vai piorar e 50% avaliam que o desemprego vai crescer ainda mais nos próximos meses. Henrique Meirelles é o símbolo desta tragédia e ainda é responsável por jogar todo o peso da crise nas costas dos trabalhadores – com as suas contrarreformas trabalhista e previdenciária e outras maldades.

Por último, pesa contra a sua ambição presidencial o seu próprio histórico, que não é dos mais palatáveis. Henrique Meirelles já foi ligado aos agiotas financeiros, como presidente internacional do BankBoston, e serviu ao “ético” empresário Joesley Batista, do Grupo J&F. Numa das gravações vazadas em junho passado, o atual presidiário trata Henrique Meirelles como “companheiro” e “maleável”, um aspone que sempre atendeu aos interesses da corporação empresarial. Além disso, pesam contra o ministro várias denúncias de corrupção, evasão de divisas e muita grana em paraísos fiscais. Com uma biografia como esta será difícil deslanchar nas pesquisas – vai ficar atolado como o “pibinho” na economia.

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