Por Mauro Donato, no blog Diário do Centro do Mundo:
No começo de outubro, o presidente Michel Miguel Temer reuniu-se com os irmãos Marinho, donos da Globo, num jantar ‘reservado’, algo camuflado na agenda oficial.
Pegos no pulo, tanto Michel Temer quanto os Marinhos soltaram notas esclarecendo que o encontro tinha sido apenas para pedir apoio para a reforma da Previdência e que a conversa se deu de maneira “absolutamente republicana, sem pedidos ou promessas de qualquer das partes”.
Segundo a Folha, o convescote ocorreu na casa de Roberto Irineu Marinho e contou com seu irmão João Roberto Marinho, além do vice-presidente de Relações Institucionais da Globo, Paulo Tonet.
Temer se queixou sobre a cobertura de seu governo pelos jornais, rádios e canais de TV do grupo. Reclamou que o Globo foi o veículo que divulgou a conversa entre ele e o empresário Joesley Batista. Falou de um editorial que pedia sua renúncia.
E de um outro que praticamente sentenciava Michel Miguel como culpado na compra de silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha. Provavelmente o presidente golpista deve ter reclamado ainda da próstata, de dor no ciático, etc.
Por que os Marinhos teriam marcado um jantar se só Temer fez pedidos, é algo a se debruçar. O que mais se sabe do encontro é que, depois de tanto chororô, o presidente soltou um ‘veja bem’.
Como se insatisfeito com a receptividade oferecida pelo alto comando ali sentado diante de seus apelos, Michel Miguel começou um discurso acerca das ‘injustiças’ contra ele.
Afirmou que delações não podiam ser tomadas a sério daquela forma, que o conteúdo delas nem sempre é conclusivo, que muitos o fazem para se livrar das penas, que não comprou o silêncio de Eduardo Cunha, que isso, que aquilo. E então veio o ‘veja bem’.
Michel Miguel mencionou o caso Fifa, as denúncias envolvendo a Globo, a delação de J. Hawilla, da agência Traffic. O presidente enviou um claríssimo ‘vocês sabem do que estou falando’ para os irmãos Marinho. Chantagem? Uma espetada? Ou só o roto falando do remendado?
Dinheiro.
Coincidentemente, a partir dali a Globo passou a pegar leve com ele. Os telejornais noticiam diariamente uma retomada da economia e o aumento do índice de empregos. Nos intervalos, propaganda oficial.
Sumiram dos destaques e manchetes os R$ 500 mil que rolavam na mala de Rodrigo Rocha Loures, ex-assessor especial e um de seus homens de confiança, sumiu Geddel Vieira Lima, parou-se de perguntar de quem afinal são os R$ 51 milhões que estavam no bunker em Salvador.
Não existe almoço – nem jantar – grátis. O que aconteceu naquela noite de 4 de outubro foi um acerto informal de propaganda gratuita do seu governo, além de uma demonstração clara, claríssima, de que a velha mídia não sobrevive sem a promíscua relação com os cofres públicos.
A Globo colocou Temer lá e quis mostrar que poderia também catapultá-lo, como fez com Collor e Dilma. Perdeu a briga e ainda teve que pagar o prato de comida e ser condescendente com alguém que possui 3% de aprovação.
Pela suavidade do tratamento recente do clã Marinho que o governo tem recebido, é de se supor que na hipótese de um novo encontro, o presidente irá agradecer com um “Tem que manter isso aí, viu?”
No começo de outubro, o presidente Michel Miguel Temer reuniu-se com os irmãos Marinho, donos da Globo, num jantar ‘reservado’, algo camuflado na agenda oficial.
Pegos no pulo, tanto Michel Temer quanto os Marinhos soltaram notas esclarecendo que o encontro tinha sido apenas para pedir apoio para a reforma da Previdência e que a conversa se deu de maneira “absolutamente republicana, sem pedidos ou promessas de qualquer das partes”.
Segundo a Folha, o convescote ocorreu na casa de Roberto Irineu Marinho e contou com seu irmão João Roberto Marinho, além do vice-presidente de Relações Institucionais da Globo, Paulo Tonet.
Temer se queixou sobre a cobertura de seu governo pelos jornais, rádios e canais de TV do grupo. Reclamou que o Globo foi o veículo que divulgou a conversa entre ele e o empresário Joesley Batista. Falou de um editorial que pedia sua renúncia.
E de um outro que praticamente sentenciava Michel Miguel como culpado na compra de silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha. Provavelmente o presidente golpista deve ter reclamado ainda da próstata, de dor no ciático, etc.
Por que os Marinhos teriam marcado um jantar se só Temer fez pedidos, é algo a se debruçar. O que mais se sabe do encontro é que, depois de tanto chororô, o presidente soltou um ‘veja bem’.
Como se insatisfeito com a receptividade oferecida pelo alto comando ali sentado diante de seus apelos, Michel Miguel começou um discurso acerca das ‘injustiças’ contra ele.
Afirmou que delações não podiam ser tomadas a sério daquela forma, que o conteúdo delas nem sempre é conclusivo, que muitos o fazem para se livrar das penas, que não comprou o silêncio de Eduardo Cunha, que isso, que aquilo. E então veio o ‘veja bem’.
Michel Miguel mencionou o caso Fifa, as denúncias envolvendo a Globo, a delação de J. Hawilla, da agência Traffic. O presidente enviou um claríssimo ‘vocês sabem do que estou falando’ para os irmãos Marinho. Chantagem? Uma espetada? Ou só o roto falando do remendado?
Dinheiro.
Coincidentemente, a partir dali a Globo passou a pegar leve com ele. Os telejornais noticiam diariamente uma retomada da economia e o aumento do índice de empregos. Nos intervalos, propaganda oficial.
Sumiram dos destaques e manchetes os R$ 500 mil que rolavam na mala de Rodrigo Rocha Loures, ex-assessor especial e um de seus homens de confiança, sumiu Geddel Vieira Lima, parou-se de perguntar de quem afinal são os R$ 51 milhões que estavam no bunker em Salvador.
Não existe almoço – nem jantar – grátis. O que aconteceu naquela noite de 4 de outubro foi um acerto informal de propaganda gratuita do seu governo, além de uma demonstração clara, claríssima, de que a velha mídia não sobrevive sem a promíscua relação com os cofres públicos.
A Globo colocou Temer lá e quis mostrar que poderia também catapultá-lo, como fez com Collor e Dilma. Perdeu a briga e ainda teve que pagar o prato de comida e ser condescendente com alguém que possui 3% de aprovação.
Pela suavidade do tratamento recente do clã Marinho que o governo tem recebido, é de se supor que na hipótese de um novo encontro, o presidente irá agradecer com um “Tem que manter isso aí, viu?”
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