Por Ricardo Kotscho, em seu blog:
Manchete do Estadão desta sexta-feira:
“Previdência fica para 2018 e governo cede a servidores”.
É o réquiem da fracassada Reforma da Previdência que queria acabar com os “privilégios”.
Feitas as contas e passada a régua, o balcão de compra e venda montado pelo governo para aprovar a reforma que não houve consumiu no mínimo R$ 15 bilhões dos cofres públicos em agrados a parlamentares, governadores e prefeitos, segundo cálculo do jornal O Globo.
Mais do que isso: custou-nos um ano inteiro de tempo e trabalho perdidos nas negociações entre o governo e o Congresso.
Tudo isso para quê? Para nada.
Da economia esperada com a reforma de cortar R$ 800 bilhões em dez anos, sobrou algo em torno de R$ 450 bilhões - isto se até fevereiro não fizerem novos puxadinhos no remendo que sobrou.
Do início ao fim desta encenação mambembe com atores canastrões do tipo Carlos Marun, que ganhou um ministério de presente, todos sabiam que o governo nunca chegou nem perto dos 308 votos necessários para a aprovação.
Participou desta farsa toda a grande mídia, que gastou toneladas e toneladas de papel e tempo de TV em defesa da reforma, apresentada como a salvação da lavoura do ajuste fiscal, deixando ao fim um rombo fiscal de R$ 159 bilhões este ano.
O papel mais grotesco ficou para o PSDB, que passou o ano todo ameaçando desembarcar do governo e fez de conta que “fechou questão” a favor da reforma, para no fim do baile sair como o grande paladino do funcionalismo público, ao defender os privilégios dos servidores contratados antes de 2003.
O governo gastou todo seu arsenal para se defender das denúncias da Procuradoria Geral da República e raspou o tacho do Tesouro, tudo em nome da tal reforma que só Michel Temer seria capaz de fazer para acalmar os mercados.
Do outro lado da praça dos Três Poderes, o Congresso, ainda comandado pelo Centrão de Eduardo Cunha, o que fez em 2017, além de salvar Temer? Aprovou a nova reforma trabalhista para acabar com os direitos dos empregados e agradar aos empregadores, sob o pretexto cínico de combater o desemprego e levar o país à modernidade.
Agora ficou tudo para depois do Carnaval e do julgamento de Lula em segunda instância.
Em Brasília, o ano já acabou, deixando um cenário de terra arrasada, com o presidente entrando e saindo de hospitais, e sua tropa de choque batendo cabeça.
Entramos assim no ano eleitoral, com o governo, a mídia e o mercado incapazes de encontrar um candidato competitivo para enfrentar Lula.
Só restou um jeito: tirá-lo do jogo o quanto antes, não importa como. Ou jogar todas as suas fichas e recursos no inacreditável capitão Jair Bolsonaro, como fizeram com Fernando Collor em 1989.
E vamos que vamos.
Vida que segue.
“Previdência fica para 2018 e governo cede a servidores”.
É o réquiem da fracassada Reforma da Previdência que queria acabar com os “privilégios”.
Feitas as contas e passada a régua, o balcão de compra e venda montado pelo governo para aprovar a reforma que não houve consumiu no mínimo R$ 15 bilhões dos cofres públicos em agrados a parlamentares, governadores e prefeitos, segundo cálculo do jornal O Globo.
Mais do que isso: custou-nos um ano inteiro de tempo e trabalho perdidos nas negociações entre o governo e o Congresso.
Tudo isso para quê? Para nada.
Da economia esperada com a reforma de cortar R$ 800 bilhões em dez anos, sobrou algo em torno de R$ 450 bilhões - isto se até fevereiro não fizerem novos puxadinhos no remendo que sobrou.
Do início ao fim desta encenação mambembe com atores canastrões do tipo Carlos Marun, que ganhou um ministério de presente, todos sabiam que o governo nunca chegou nem perto dos 308 votos necessários para a aprovação.
Participou desta farsa toda a grande mídia, que gastou toneladas e toneladas de papel e tempo de TV em defesa da reforma, apresentada como a salvação da lavoura do ajuste fiscal, deixando ao fim um rombo fiscal de R$ 159 bilhões este ano.
O papel mais grotesco ficou para o PSDB, que passou o ano todo ameaçando desembarcar do governo e fez de conta que “fechou questão” a favor da reforma, para no fim do baile sair como o grande paladino do funcionalismo público, ao defender os privilégios dos servidores contratados antes de 2003.
O governo gastou todo seu arsenal para se defender das denúncias da Procuradoria Geral da República e raspou o tacho do Tesouro, tudo em nome da tal reforma que só Michel Temer seria capaz de fazer para acalmar os mercados.
Do outro lado da praça dos Três Poderes, o Congresso, ainda comandado pelo Centrão de Eduardo Cunha, o que fez em 2017, além de salvar Temer? Aprovou a nova reforma trabalhista para acabar com os direitos dos empregados e agradar aos empregadores, sob o pretexto cínico de combater o desemprego e levar o país à modernidade.
Agora ficou tudo para depois do Carnaval e do julgamento de Lula em segunda instância.
Em Brasília, o ano já acabou, deixando um cenário de terra arrasada, com o presidente entrando e saindo de hospitais, e sua tropa de choque batendo cabeça.
Entramos assim no ano eleitoral, com o governo, a mídia e o mercado incapazes de encontrar um candidato competitivo para enfrentar Lula.
Só restou um jeito: tirá-lo do jogo o quanto antes, não importa como. Ou jogar todas as suas fichas e recursos no inacreditável capitão Jair Bolsonaro, como fizeram com Fernando Collor em 1989.
E vamos que vamos.
Vida que segue.
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