Ilustração: Yannis Antonopoulos |
O slogan de campanha do presidente dos EUA, Donald Trump - America First (América Primeiro) - revelou de novo seu caráter agressivo com a divulgação da Estratégia de Segurança Nacional dos EUA, na segunda-feira (18). Que contém ameaças explícitas contra a China e a Rússia, vistos como “potências rivais” que ameaçam o status de única superpotência que os EUA se auto atribuem. São nações, diz aquele documento do imperialismo, que agem para "desgastar a segurança e a prosperidade da América". “Os EUA estão no jogo – e vencerão”, diz ameaçadoramente o presidente dos EUA.
É o clímax de uma campanha que vem crescendo e ameaça o mundo. Traduzida numa série de eventos ao longo de 2017, como a tentativa, no início de dezembro, de reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel, que despertou uma resistência generalizada. E renovada na votação ocorrida na ONU, na quinta-feira (21), na qual, apesar das ameaças contra os países que votassem contra os EUA. Sua derrota, na votação, foi acachapante –128 países condenaram aquela decisão unilateral que afronta resoluções anteriores da ONU, e apenas 9 foram a favor dela, e 35 se abstiveram naquela votação que a embaixadora dos EUA, Nikki Haley, considerou um "insulto".
O reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel foi uma das peças no ofensivo e guerreiro quebra-cabeças armado pelo governo de Donald Trump, e que coloca perigosamente o mundo à beira de uma guerra de grandes proporções.
Outras peças são as freqüentes e crescentes pressões contra o Irã, as ameaças de destruir a Republica Popular da Coréia, o reforço de grupos terroristas para desestabilizar o governo legítimo da Síria, o apoio (traduzido num acordo militar de 360 bilhões de dólares) às ações agressivas da Arábia Saudita que podem agravar a situação no Oriente Médio.
Estas foram as agressões mais visíveis feitas pelo imperialismo nestes meses, e que revelam como os EUA rejeitam a realidade de um mundo multipolar, no qual devam partilhar a liderança e negociar soluções para os conflitos em um cenário de grandes mudanças geopolíticas no qual o papel de liderança global exercido pela China cresce e é reforçado.
O caráter imperialista e ameaçador da política externa de Trump foi denunciado pelos governos da Rússia e da China, que acusam Trump de voltar à retórica da guerra fria, como reforçou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Hua Chunying. "Pedimos aos EUA que deixem de distorcer os interesses estratégicos da China e abandonem o 'jogo de soma zero' e a mentalidade da Guerra Fria", disse ele.
A Estratégia de Segurança Nacional dos EUA ora divulgada piora a situação mundial, e a coloca perigosamente à borda de uma ameaça grave. O imperialismo dos EUA demonstra, mais uma vez, que é a maior ameaça à paz mundial e à estabilidade e soberania das nações.
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