segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Quem vai sabatinar Alexandre de Moraes?

Ilustração: Bira Dantas
Por Altamiro Borges

Nesta terça-feira (21), a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) irá sabatinar Alexandre de Moraes, indicado pelo ilegítimo Michel Temer para ser ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) no lugar do falecido Teori Zavascki. O espetáculo burlesco será transmitido ao vivo pela TV Senado. Com amplo apoio dos golpistas e da sua mídia venal, o “plagiador” deverá ter seu nome aprovado. Afinal, ele foi escolhido com o nítido objetivo de “estancar a sangria” das investigações de corrupção, salvando a pele do Judas e dos senadores que o ajudaram a assaltar o poder. Basta conferir a relação dos integrantes da CCJ para ter certeza de que a sabatina será um jogo de cartas marcadas.

Temer já tem seis ministros delatados

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Passado o carnaval, no início de março o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve pedir e o ministro relator no STF Luiz Fachin deve autorizar o fim do sigilo sobre as delações da Odebrecht. Total ou parcialmente. Teori Zavascki pretendia fazer isso em fevereiro. Com sua morte, todos “ganharam algum tempo”, como previu Eliseu Padilha. Até lá, estará aberto um “bolão de apostas” que circula na Esplanada sobre quantos ministros de Temer serão delatados. Até agora são conhecidos seis: Padilha (Casa Civil/PMDB), Moreira Franco (Secretaria Geral/PMDB), José Serra (Relações Exteriores/PSDB), Bruno Araújo (Cidades/PSDB), Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia e Comunicações/PSD) e Marcos Pereira (MDIC/PRB), o último de que se tem notícia.

Sabatina de Moraes: jogo de cartas marcadas

Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:

Conhece aquele jogo em que todo mundo já sabe quem vai ganhar antes mesmo do juiz apitar o início da partida? São favas contadas e cartas marcadas. Não tem erro.

É este o clima que cerca a sabatina de Alexandre de Moraes no Senado nesta-terça feira, principal fato político da semana.

Desde que seu nome foi indicado por Michel Temer para a vaga de Teori Zawascki, Moraes desfila pelo Senado, sempre acompanhado de uma comitiva de assessores e seguranças, como se estivesse passando a tropa em revista.

"O golpe não terminou", afirma Dilma

Por Marco Weissheimer, no site Sul-21:

Quase seis meses depois da votação da última etapa do impeachment no Senado Federal, Dilma Rousseff olha para esse período não como uma página virada na sua história de vida ou na história política do país, mas sim como um processo em andamento. “O golpe não acabou”, afirma, advertindo para os riscos que a democracia brasileira corre com o desenrolar do processo golpista. Em entrevista ao Sul21, concedida em seu apartamento em Porto Alegre, Dilma Rousseff fala sobre as raízes profundas e aparentes do golpe, denuncia o desmonte de políticas sociais e de setores estratégicos para o país, como as indústrias naval e petrolífera, e aponta as tarefas que ela considera prioritárias para a esquerda e para todas as forças progressistas do país:

O ‘golpe dos corruptos’ e o neoliberalismo

Por Marco Aurélio Cabral Pinto, no site Brasil Debate:

Cumpre-se lembrar que brasileiros foram aqueles que aqui se estabeleceram com o objetivo de ordenar a exportação do pau-brasil. Havia ferreiros, marceneiros, açougueiros, assim como brasileiros, aos quais cabia o fornecimento da valiosa madeira. Eram então poucos, mas, a eles, progressivamente, se incorporaram índios Tupi-Guarani, que enxergaram nos portugueses poderosos aliados contra adversários de etnias diversas, conhecidas como Jê.

Portanto, na origem do Brasil se encontra a inserção como elemento subordinado na hierarquia poder-dinheiro internacional. Aos dominadores externos importou, ao longo de toda a formação histórica, que as elites aliadas locais promovessem a ordem social para boa organização da produção.

Se a Globo quiser, Doria trairá Alckmin

Por Renato Rovai, em seu blog:

Hoje, São Paulo amanheceu completamente imunda exatamente porque a gestão de João Doria Jr, o mister Dorian Gray, varre menos as ruas do que a de Haddad, segundo a insuspeita (neste caso) Folha de S. Paulo.

Mas isso não quer dizer nada para o prefeito marqueteiro. Ele pegou sua vassoura e saiu atrás de um bloco fazendo graça e brincando de trabalhar. E foi parar na Globo, como sempre.

Todos os dias ele aproveita a Globo e outros veículos de mídia para se dedicar à sua campanha. Isso mesmo, campanha. O atual prefeito não saiu do palanque por um dia sequer. E isso tem um único motivo. Ele é candidato em 2018.

Perguntas de Cunha não interessam à mídia?

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

É impressionante como, por conveniente seletividade, a grande imprensa simplesmente ignora tudo o que pode ser a mais explosiva revelação dos escândalos políticos em que o Brasil mergulho: as conexões entre Eduardo Cunha, o agente do impeachment, e Michel Temer, seu beneficiário, mesmo depois de o primeiro ter fornecido, publicamente, os temas e o roteiro – o que, no jornalismo, chamamos pauta – para que tudo seja investigado.

Perguntas que brotam das perguntas que Eduardo Cunha dirige a Temer para que – se o juiz Vallisney Oliveira, da 10ª Vara Criminal Federal de Brasília não fizer como Sérgio Moro, vetando aquilo que possa ser (palavras dele) ameaça ao atual presidente.

Brotam, mas ninguém se aventura a fazê-las.

A economia oscila entre o fato e a versão

Por Marcio Pochmann, na Rede Brasil Atual:

A discussão a respeito da situação econômica atual no Brasil tem sido no mínimo excêntrica, pois parece resultar de certa confusão que se generaliza, muitas vezes, da inadequada interpelação do fato (a realidade econômica) por versões (narrativas) produzidas nas distintas análises sobre a realidade. Sobre a recessão econômica (o fato), por exemplo, não tem havido, em geral, maiores discordâncias entre analistas.

Entretanto, quando se trata de narrativas sobre a recessão, bem como sua possível superação, tende a predominar intensa controvérsia. De certa forma, a manifestação ideológica de um discurso que tende a expressar diferenças significativas entre análises de personagens distintos, como no caso do político e do técnico, conforme ensinou Max Weber. Enquanto o primeiro estaria mais comprometido com o convencimento de outros (independente de sua versão ser a verdadeira), o segundo preocupar-se-ia mais com a verdade (independente do convencimento de outros).

Quem são os donos da bola?

Por Thiago Cassis, no site Vermelho:

No começo eram só homens correndo atrás da bola. Depois dividiram em onze pra cada lado e passaram a usar uniformes pra distinguir seus jogadores. E então vieram federações para organizar o jogo com regras e campeonatos. A torcida, fiéis seguidores dos chutadores de bola, não parava de aumentar e logo, com o passar do tempo, o rádio se tornou um importante difusor das emoções que aconteciam dentro das 4 linhas. E assim o futebol se tornou o esporte mais popular do mundo.

Lula terá de lutar por sua candidatura

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A espetacular aprovação de Lula nas pesquisas eleitorais expressa o reconhecimento da população pelo seu desempenho como presidente - mas não só.

Também mostra que, para uma grande parcela de brasileiros, Lula é o personagem decisivo para o país retornar ao Estado Democrático de Direito, o que pode ocorrer pelo respeito ao calendário eleitoral, que prevê eleições livres e diretas para presidente em 2018.

Este é o básico e, como é frequente em tempos turbulentos, também é o incerto.

A naturalidade com que a maioria das pessoas se refere à próxima eleição presidencial mostra um ponto fundamental da situação política. Confirma que os brasileiros não admitem em hipótese alguma qualquer esforço capaz de ameaçar um direito conquistado com suor, lágrimas - e sangue também - após 21 anos de ditadura militar.

Engenharia reage à destruição da economia

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Do Clube de Engenharia, no site Carta Maior:

O Clube de Engenharia, ao longo dos seus 136 anos, contribuiu permanentemente para o desenvolvimento do município do Rio de Janeiro, do Estado e do País. No Império, no Distrito Federal, como capital da Guanabara e capital do Estado do Rio, a ação do Clube de Engenharia foi, é, e será a de formulador de propostas de desenvolvimento econômico, político e social.

Com Pereira Passos tivemos importante contribuição na modernização do Centro do Rio. Participamos das discussões do Plano Agache, em 1928; discutimos o código de água nos anos 30 e a proposta de eletrificação, de aproveitamentos hidroelétricos do Vale do Paraíba que deram origem ao Complexo de Ribeirão das Lajes. Participamos da defesa do minério de ferro brasileiro; da constituição da Companhia Vale do Rio Doce e, no momento seguinte, da constituição da Petrobras. Atuamos ativamente na discussão do Plano Doxiadis, no governo Carlos Lacerda, e da discussão do Metrô, tanto na década de 60 como na década de 70.

Brasil está parado na recessão

Por João Sicsú, na revista CartaCapital:

2017 será um pouco pior ou um pouco melhor que 2016. Com certeza, o futuro próximo não será muito melhor que o presente ou que o passado recente. Uma economia não sai de um estado recessivo simplesmente porque cansou de emagrecer. Uma economia não sai de um estado recessivo porque mudou o calendário: porque o ano novo chegou ou porque o segundo semestre chegará.

A saída de situações graves requer mais do que a fé ou fantasias, tais como: os empresários vão investir porque o PT não é mais governo – ou vão investir porque o governo vai privatizar empresas estatais – ou vão investir porque o governo aprovou um arranjo fiscal que congela os seus gastos reais por 20 anos. O Brasil está paralisado dentro de uma recessão.

O gesto contra a ditadura da Globo no futebol

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Pode não ser muito. Pode ser pouco. Mas também pode ser um acontecimento extraordinário: saberemos com o correr dos dias.

É possível que este domingo tenha sido o marco zero do fim do domínio imperial, tirânico da Globo sobre o futebol brasileiro.

Atlético Paranaense e Coritiba decidiram enfrentar a Globo - e a federação local.

Os times recusaram o dinheiro que a Globo pagaria pela transmissão do jogo entre os dois, o clássico Atletiba.

Era uma “esmola”, segundo o diretor de um dos clubes.

A desfaçatez como método de governo

Por Aldo Fornazieri, no Jornal GGN:

Desfaçatez é a qualidade de um desfaçado, daquele que não sente nem constrangimento e nem vergonha pelos seus atos condenáveis, publicamente assumidos. Trata-se daquele que, no senso comum, é conhecido como um cara de pau. Pois bem: Temer e, de certa forma, boa parte das autoridades que ocupam cargos superiores nos altos escalões dessa República destroçada, assumiram a desfaçatez como método de conduta e de governo.