Não há o que comemorar na economia

Editorial do site Vermelho:

Nunca é demais repetir a sabedoria popular que, muitas vezes, diz verdades no linguajar do futebol: quando o time vai mal, comemora até escanteio, diz o povo. Com razão.

Escanteio que o presidente golpista Michel Temer e seu parceiro no desmonte nacional, Henrique Meirelles, comemoram desde a divulgação pelo IBGE, na semana passada, da medíocre variação de 0,2% do PIB no último trimestre.

Número tacanho que apresentam como sinal de retomada da economia. Na qual só eles e seus apoiadores acreditam. Esse desempenho medíocre não resulta de nenhum erro do governo golpista, mas sim da opção alçada ao comando da presidência da República em 2016 – a política econômica recessiva, o austericídio, dirigido por Temer e Meirelles, que paralisa a economia, afasta o crescimento e favorece apenas à especulação financeira e ao capital estrangeiro que tomam a República de assalto.

O desmonte do Estado social

Por Makota Célia Gonçalves Souza, no jornal Brasil de Fato:

O Brasil vive, há um ano, um estado de golpe à democracia, aos direitos e às conquistas das trabalhadoras e dos trabalhadores. O desmonte do Estado social patrocinado pelos golpistas de plantão demonstra claramente o que pretende a elite brasileira: o retorno a um país onde impera a fome, a miséria, o desemprego, a morte e a violência social.

Ainda se encontra viva em minha memória as cenas de fome e de sede que estampavam as páginas dos jornais e os telejornais da imprensa golpista. Eram cenas que me deixavam atordoada com a situação de extrema pobreza de nosso povo. Era a indústria da sede e da fome que alimentava uma elite que só se sente completa quando expõe os mais pobres, os humildes a um estado de subserviência absoluta a seus interesses. Nesse caso, não há espaço para o Estado social, um Estado que coloque os interesses coletivos acima dos interesses dos poderosos.

O perigoso narcisismo de João Doria

Por Fran Alavina, no site Outras Palavras:

Os leitores de Outras Palavras lembram-se de que acompanhamos criticamente o “fenômeno” Doria desde a campanha para o último pleito municipal. Em sua primeira fase, nosso ovacionado prefeito notabilizou-se por unir na publicidade eleitoral duas figuras distintas: ele dizia ser tanto trabalhador, quanto gestor. Nestas duas figuras, preparadas para o consumo eleitoral mais imediato, não havia mais que a construção de simulacros: superficiais e de fraca densidade, porém de potência considerável, pois quanto mais baixa a densidade, mais fácil manipulá-los.

Caravana de Lula e a Marcha do Sal

Em Altos/PI, 03/9/17. Foto: Ricardo Stuckert
Por Pedro Tierra, no site Carta Maior:

Há um ano, com a deposição da presidente eleita pelo voto popular, Dilma Rousseff, o Brasil foi lançado a uma velocidade vertiginosa nessa espiral descendente de retrocessos nos direitos conquistados pelos trabalhadores ao longo de décadas. Dia após dia vêm à público informações de que Dilma foi inocentada das acusações assacadas contra ela pela mídia, pelos procuradores, pelo Tribunal de Contas, por gente como Eduardo Cunha, que ainda segue preso, por gente como Aécio Neves, que consegue permanecer solto. Definitivamente o Brasil é um país além da imaginação.

Delação contra Temer sobe no telhado

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Nos EUA, a delação premiada se sustenta porque lá os procuradores não tem nenhuma autonomia.

Ganham baixos salários (em relação à média nacional), não tem estabilidade funcional e podem ser demitidos a qualquer momento por quem os nomeou, a saber, o presidente da república.

Outra parte dos procuradores são eleitos pela população e também podem ser denunciados e cassados pelo eleitor.

A destrutiva cartilha seguida por Temer

Por Marcio Pochmann, na Rede Brasil Atual:

A lógica de encanador (menos Estado, mais mercado) se tornou central na agenda do governo Temer. Com isso, a aposta da retomada econômica assentada na expansão do setor privado a partir do esvaziamento do setor público segue ativa enquanto embuste.

Desde que assumiu, até o mês de julho de 2017, o discurso da desordem das finanças públicas justificou a defesa do ajuste fiscal focado no corte das despesas governamentais. Apesar da aprovação de várias medidas nesse sentido, inclusive emenda constitucional que reduz o gasto público per capita para os próximos 20 anos e reforma que retira direitos trabalhistas, a situação das contas públicas somente piorou.

Doria se revela cada vez mais um oportunista

Por Tomás Chiaverini, no site The Intercept-Brasil:

Faltou um tiquinho para o pós-prefeito de São Paulo, João Doria, lançar-se pré-candidato ao Planalto. Em mais uma viagem, dessa vez à França, o (ainda) tucano se derramou em elogios ao presidente Emmanuel Macron. “Ele fez uma revolução nas eleições presidenciais da França”, afirmou Doria. “Rompeu com as tradições e onde haviam (sic) apenas dois partidos, um de esquerda e um de direita, ele veio pelo meio, acelerou e ganhou as eleições”.

Bolsonaro ataca Glenn Greenwald

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:
O deputado de extrema-direita Jair Bolsonaro, que já foi condenado pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) a pagar indenização e se desculpar publicamente com a petista Maria do Rosário por incitação ao estupro, não se emenda: usou a homossexualidade do jornalista norte-americano Gleen Greenwald para atacá-lo no twitter. “Você queima a rosca?”, disse, em inglês.


FHC, entre o cinismo e o delírio

Por Jeferson Miola

FHC, presidente de honra e oráculo do PSDB, exibe sintomas claros de alguém em desconexão com a realidade. No artigo Uma candidatura agregadora [O Estado de SP, 3/9/2017], seu raciocínio oscila entre o cinismo e o delírio.

O partido dele, o PSDB, é co-autor do golpe de 2016 que derrubou Dilma, e sócio-fundador do “governo de ladrões” [cleptocracia, no grego] liderado pelo conspirador e golpista Michel Temer.

A despeito disso e das cenas escatológicas de corrupção da quadrilha que assaltou o poder, porém, FHC rememora o nascimento do PSDB como oposição às “práticas de conduta reprováveis” do PMDB [sic], e critica o que chama de “presidencialismo de cooptação” – justamente aquele do qual seu partido é o principal avalista e beneficiário.

Paraná afunda na lama. Richa segue impune!

Por Altamiro Borges

O rico Estado do Paraná, sede da midiática Lava-Jato, segue produzindo escândalos de corrupção. Mas parece que “não vem ao caso” para o juiz Sergio Moro, que mantém sua obsessão doentia contra o ex-presidente Lula. Na semana passada, o dono da Construtora Valor, Eduardo Lopes de Souza, preso por integrar um esquema de desvio de R$ 20 milhões da Secretaria Estadual de Educação, acusou o governador Beto Richa (PSDB) e o presidente da Assembleia Legislativa, Ademar Traiano, de receberam propinas. O “justiceiro”, que troca afagos com influentes tucanos – como o “ético” Aécio Neves – nada comentou sobre a grave denúncia. Já a mídia chapa-branca, nutrida com milhões em publicidade oficial, noticiou o caso, mas logo abafou o escândalo.