domingo, 21 de janeiro de 2018

Collor candidato. Não é fake news!

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Parece mais uma dessas abobrinhas de internet, mas é verdade, por incrível que pareça.

Fernando Collor de Mello, ele mesmo, o “caçador de marajás” impichado em 1992, anunciou nesta sexta-feira, em entrevista à rádio 96 FM, de Arapiraca, em Alagoas, que será candidato a presidente em 2018.

“Eu digo a vocês que este é o momento dos mais especiais da minha vida pessoal e como homem público. Porque hoje a minha decisão foi tomada: sou, sim, pré candidato à Presidência. Obrigado e vamos à vitória”.

Pensando bem, se Bolsonaro, Huck, EiEiEiEymael, aquele outro alucinado do aerotrem, Valéria Monteiro, Álvaro Dias, Doria, Meirelles e Maia podem sonhar com a candidatura a presidente do Brasil, por que não ele, que já foi?

Em seu habitual tom enfático, que mais parece uma ameaça, Collor já tem o discurso pronto:

“Tenho uma vantagem em relação a alguns candidatos porque já presidi o país. Meu partido todos conhecem, sabem o modo como eu penso e ajo para atingir os objetivos que a população deseja para a melhoria de sua qualidade de vida”.

O partido é o PTC, do qual nunca tinha ouvido falar, uma reencarnação do PRN, partido nanico que o levou à Presidência em 1989, mas isso é o de menos.

A esta altura do campeonato, com a salada de mais de 30 partidos concorrendo às eleições de outubro, tanto faz a sigla.

Se as pessoas se lembrarem, no entanto, do que ele pensava e como agia quando foi presidente, Collor pode mais perder do que ganhar votos, mas este é um problema dele.

Sorte do candidato que brasileiro não costuma se lembrar de nada e adora embarcar na onda de quem é “contra tudo isso que está aí”, sem dizer o que colocar no lugar.

Cassado pelo Senado pelo conjunto da obra de corrupção, Collor acabou inocentado de todas as ações no Supremo Tribunal Federal, que ainda nem tinha Gilmar Mendes na época.

Em agosto de 2017, Collor foi declarado réu pelo STF pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa, depois de ser acusado pela Procuradoria Geral da República de ter utilizado a influência do PTB (seu partido na época, hoje controlado por Roberto Jefferson) para negociar R$ 29 milhões em propina num contrato de troca de bandeiras de postos de combustíveis.

Também ninguém deve se lembrar disso, nem da coleção de carros de luxo (Ferrari, Lamborghini, Bentley, Land Rover), da casa em Campos do Jordão, obras de arte e antiguidades usados para lavar dinheiro de propina.

Pois é, amigos, Collor vem aí. Só faltava ele para completar o burlesco elenco destas eleições.

Vida que segue.

Um comentário:

  1. Fora do assunto!
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