quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Fakenews-2017: emprego e avanço econômico

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Há três fakenews em discussão na economia brasileira:

Fakenews 1 – a reforma trabalhista não afetará o nível do emprego

É evidente que não. O que define o nível de emprego é a demanda e o nível de automação da empresa. Se a empresa precisa de 100 funcionários para manter a produção, irá manter os 100 funcionários com ou sem lei trabalhista.

O que a lei provocará será a precarização do emprego e o aumento da rotatividade. E como haverá pequena reação cíclica da economia, é até possível que o desemprego seja reduzido.

A comparação correta, portanto, será do crescimento da massa de salários x crescimento do PIB.

Fakenews 2 – a recuperação da economia

Está havendo uma celebração indecente da suposta recuperação da economia. É evidente que, após uma queda pesada da economia, haja algum nível de recuperação.

Aliás, a fase mais favorável à do crescimento e após a grande queda, pois existe capacidade ociosa na economia que poderá ser utilizada sem grandes investimentos.

As projeções mais otimistas indicam que levará 23 trimestres para o PIB retornar aos níveis pré-crise. Que rapidez é essa?

Fakenews 3 – a inflação abaixo da meta é uma vitória

Inflação fora da meta é erro, seja acima ou abaixo. Acima, é sinal de descontrole. Abaixo, é sinal de recessão. O próprio Banco Central estima que em 2017 a política monetária tirou 0,8% do PIB.

E taxa de juros que conta é a real, aquela que se situa acima da inflação. A taxa real hoje em dia está em mais de 4% ao ano, contra quase zero de economias maduras.

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