Por Luciana Console, no jornal Brasil de Fato:
Com toda a crise política, econômica e social desencadeada em 2017, os rumos do Brasil para o próximo ano, que também será um ano de eleição, estão carregados de incertezas. Questões como o desempenho da economia e os objetivos que podem ser traçados para o próximo período estão na boca do povo nesta virada de ano.
E é justamente essa a pergunta da Paula Mesquita, residente de fisioterapia, para o quadro Fala Aí desta semana. A fisioterapeuta quer saber qual a perspectiva da economia do país em 2018 e se finalmente sairemos da crise.
Para responder essa questão, o Brasil de Fato ouviu Marilane Teixeira, economista e pesquisadora do Centro de Estudos Sindicais de Economia de Trabalho da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
“Olá meu nome é Paula Mesquita, tenho 22 anos, sou residente de fisioterapia e a minha pergunta é a seguinte: Gostaria de saber como está a perspectiva da economia para o ano que vem. Nós vamos conseguir sair da crise? Os preços vão estar mais acessíveis?”
“Paula, quero primeiro te agradecer pela pergunta, meu nome é Marilane Oliveira Teixeira, sou economista, sou pesquisadora do Centro de Estudos Sindicais de Economia de Trabalho da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
Bom, as perspectivas para o próximo ano são perspectivas não muito alentadoras, com o orçamento votado para o próximo ano, em que se prevê um crescimento de apenas 2,5%, que basicamente repõe a inflação de 2017 e foi inclusive aprovado com a Emenda Constitucional 95, que é o teto dos gastos sociais.
Considerando que para que a economia possa retomar o nível de atividade econômica aos patamares de 2013, 2014, é fundamental ampliar os investimentos públicos, tanto em infraestrutura quanto em políticas públicas e isso implica em ampliar gastos sociais, como a rede de educação, saúde, isso não vai ocorrer no próximo ano.
Nós estamos vivendo um cenário que o mercado está ditando o ritmo da atividade econômica e o mercado é menos Estado e mais iniciativa privada. Todo o compromisso deste governo é em continuar pagando os juros da dívida pública que deve alcançar no próximo ano mais ou menos em torno de R$ 500 bilhões.
Só que pagar isso implica em reduzir ainda mais as políticas públicas, os gastos primários. Então o cenário é um cenário difícil, que ainda se complica por conta do processo eleitoral. Acredito que dependendo do resultado eleitoral do próximo ano, as perspectivas de recuperação da atividade econômica, inclusive de emprego, só vão se colocar a partir de 2019”.
Com toda a crise política, econômica e social desencadeada em 2017, os rumos do Brasil para o próximo ano, que também será um ano de eleição, estão carregados de incertezas. Questões como o desempenho da economia e os objetivos que podem ser traçados para o próximo período estão na boca do povo nesta virada de ano.
E é justamente essa a pergunta da Paula Mesquita, residente de fisioterapia, para o quadro Fala Aí desta semana. A fisioterapeuta quer saber qual a perspectiva da economia do país em 2018 e se finalmente sairemos da crise.
Para responder essa questão, o Brasil de Fato ouviu Marilane Teixeira, economista e pesquisadora do Centro de Estudos Sindicais de Economia de Trabalho da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
“Olá meu nome é Paula Mesquita, tenho 22 anos, sou residente de fisioterapia e a minha pergunta é a seguinte: Gostaria de saber como está a perspectiva da economia para o ano que vem. Nós vamos conseguir sair da crise? Os preços vão estar mais acessíveis?”
“Paula, quero primeiro te agradecer pela pergunta, meu nome é Marilane Oliveira Teixeira, sou economista, sou pesquisadora do Centro de Estudos Sindicais de Economia de Trabalho da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
Bom, as perspectivas para o próximo ano são perspectivas não muito alentadoras, com o orçamento votado para o próximo ano, em que se prevê um crescimento de apenas 2,5%, que basicamente repõe a inflação de 2017 e foi inclusive aprovado com a Emenda Constitucional 95, que é o teto dos gastos sociais.
Considerando que para que a economia possa retomar o nível de atividade econômica aos patamares de 2013, 2014, é fundamental ampliar os investimentos públicos, tanto em infraestrutura quanto em políticas públicas e isso implica em ampliar gastos sociais, como a rede de educação, saúde, isso não vai ocorrer no próximo ano.
Nós estamos vivendo um cenário que o mercado está ditando o ritmo da atividade econômica e o mercado é menos Estado e mais iniciativa privada. Todo o compromisso deste governo é em continuar pagando os juros da dívida pública que deve alcançar no próximo ano mais ou menos em torno de R$ 500 bilhões.
Só que pagar isso implica em reduzir ainda mais as políticas públicas, os gastos primários. Então o cenário é um cenário difícil, que ainda se complica por conta do processo eleitoral. Acredito que dependendo do resultado eleitoral do próximo ano, as perspectivas de recuperação da atividade econômica, inclusive de emprego, só vão se colocar a partir de 2019”.
Não sou economista. O único mérito que tenho nessa área, foi, há muitos anos decorridos, emprestar o meu livro "O Capital", de Marx, Volume I, para Alfredo Saad Filho, no tempo em que ele, então estudante de Economia na UnB, dividia um apartamento em Brasília comigo.
ResponderExcluirEntendo que é correto a economista fazer suas previsões sobre o desempenho da economia em 2018 levando em conta que estamos sendo governados por prepostos do mercado financeiro. Esse é, sem dúvida, o vetor principal que tenderá produzir os efeitos previstos pela profissional da área, vinculada a um dos melhores departamentos de Ciências Econômicas do Brasil. Entretanto, não podemos esquecer de que há que se levar em conta também o vetor político-eleitoral, que pressionará o governo, a partir do Congresso Nacional, a injetar recursos na economia acima do que recomendaria a aplicação apolítica do receituário neoliberal. Intuitivamente, penso que 2018 terá números melhores que os de 2017 e, se houver eleições, isto será exaustivamente manipulado pelos meios de comunicação responsáveis pela propaganda governamental (principalmente os que são representados pela grande mídia golpista), visando influir no processo eleitoral favoravelmente aos candidatos representativos do projeto neoliberal. DARCY BRASIL RODRIGUES DA SILVA