Por Maurício Dias, na revista CartaCapital:
Com muito papel à disposição, oferecido pela mídia aliada desde outros carnavais, Fernando Henrique Cardoso costumeiramente tem bombardeado Luiz Inácio Lula da Silva com palavras e acusações vãs.
A intenção do príncipe dos sociólogos é a de desqualificar o metalúrgico como deixa antever, pela undécima vez, na coluna dominical assinada por ele em dois jornais: O Globo e Folha de S.Paulo.
Sem muita certeza, FHC julgou que a pátria amada precisa muito “de líderes como de instituições”.
A democracia de FHC, no entanto, é seletiva. Não admite que Lula, um dos líderes políticos, o maior deles, participe livremente da disputa eleitoral. O ex-presidente tucano, pelo que parece, apenas tolera a democracia. E já não esconde o sentimento.
Em declaração à Rádio Jovem Pan, de São Paulo, rasgou a fantasia e, após confessar que não leu o processo contra Lula, mesmo assim afirmou: “Antes podiam dizer que era um juiz, agora é um e mais três desembargadores. Não dá pra tapar o sol com a peneira”.
Registre-se que Lula nunca tocou nas encrencas de Paulo Henrique Cardoso com a Justiça. FHC, pai de Paulo Henrique, está muito velhinho, 86 anos, para acreditar em julgamentos imparciais. Veterano nesse ambiente, ele sabe avaliar a integridade dos juízes. De uns e de outros.
O ex-presidente tucano partiu dessa obviedade para outra, ao anunciar, na coluna impressa, que torce para que o eleitor leve ao poder “quem tenha visão de país e mundo”. Se for considerada a indicação inicial de FHC para o PSDB, esse candidato seria o apresentador Luciano Huck, para tristeza de Geraldo Alckmin. Dá para acreditar?
Nessa embaralhada situação projetada pelo ex-presidente talvez seja possível acreditar no que escreveu sobre o perfil de um candidato, inspirado no “fenômeno Emmanuel Macron” na França. “Sim, pode-se despertar esperanças e juntar segmentos de uma sociedade fragmentada e desiludida com os políticos”, assegura FHC. Nesse perfil se enquadraria Luciano Huck.
Implacável com as evidências, Millôr Fernandes repetiria: “Pior cego é aquele que quer ver”. Aproximar, para comparação, os dois ex-presidentes – Lula e FHC – expõe brutalmente a diferença. A história guarda uma distância abissal.
Talvez FHC, mesmo se a idade permitisse, esbarraria no calor dos eleitores. Há uma forte rejeição ao tucano. Ele deixou o governo com 57% de desaprovação. Lula, ao contrário, saiu com aprovação de 87%, segundo números do Ibope.
De qualquer forma, quem sabe o que pensa FHC nas noites de insônia?
A intenção do príncipe dos sociólogos é a de desqualificar o metalúrgico como deixa antever, pela undécima vez, na coluna dominical assinada por ele em dois jornais: O Globo e Folha de S.Paulo.
Sem muita certeza, FHC julgou que a pátria amada precisa muito “de líderes como de instituições”.
A democracia de FHC, no entanto, é seletiva. Não admite que Lula, um dos líderes políticos, o maior deles, participe livremente da disputa eleitoral. O ex-presidente tucano, pelo que parece, apenas tolera a democracia. E já não esconde o sentimento.
Em declaração à Rádio Jovem Pan, de São Paulo, rasgou a fantasia e, após confessar que não leu o processo contra Lula, mesmo assim afirmou: “Antes podiam dizer que era um juiz, agora é um e mais três desembargadores. Não dá pra tapar o sol com a peneira”.
Registre-se que Lula nunca tocou nas encrencas de Paulo Henrique Cardoso com a Justiça. FHC, pai de Paulo Henrique, está muito velhinho, 86 anos, para acreditar em julgamentos imparciais. Veterano nesse ambiente, ele sabe avaliar a integridade dos juízes. De uns e de outros.
O ex-presidente tucano partiu dessa obviedade para outra, ao anunciar, na coluna impressa, que torce para que o eleitor leve ao poder “quem tenha visão de país e mundo”. Se for considerada a indicação inicial de FHC para o PSDB, esse candidato seria o apresentador Luciano Huck, para tristeza de Geraldo Alckmin. Dá para acreditar?
Nessa embaralhada situação projetada pelo ex-presidente talvez seja possível acreditar no que escreveu sobre o perfil de um candidato, inspirado no “fenômeno Emmanuel Macron” na França. “Sim, pode-se despertar esperanças e juntar segmentos de uma sociedade fragmentada e desiludida com os políticos”, assegura FHC. Nesse perfil se enquadraria Luciano Huck.
Implacável com as evidências, Millôr Fernandes repetiria: “Pior cego é aquele que quer ver”. Aproximar, para comparação, os dois ex-presidentes – Lula e FHC – expõe brutalmente a diferença. A história guarda uma distância abissal.
Talvez FHC, mesmo se a idade permitisse, esbarraria no calor dos eleitores. Há uma forte rejeição ao tucano. Ele deixou o governo com 57% de desaprovação. Lula, ao contrário, saiu com aprovação de 87%, segundo números do Ibope.
De qualquer forma, quem sabe o que pensa FHC nas noites de insônia?
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