Por Renata Mielli, no site Mídia Ninja:
Nesta briga de titãs, não nos cabe defender um ou outro monopólio. Mas não resta dúvida: Já passou da hora de mais setores da sociedade, em particular da mídia alternativa, repensarem sua presença no Facebook e descortinarem outros mecanismos que recuperem o papel da própria rede mundial de computadores, para enfim reduzir o poder desta corporação que quer fagocitar a internet.
Nesta quinta-feira, 08 de fevereiro, a Folha de S.Paulo anunciou, em chamada de capa, que não vai mais publicar seus conteúdos no Facebook. Os motivos elencados pelo jornal são: a alteração dos algoritmos implementada pela plataforma que “passou a privilegiar conteúdos de interação pessoal, em detrimento dos produzidos por empresas, como as que produzem jornalismo profissional”, e o fato de o Facebook não ter conseguido “resolver satisfatoriamente o problema de identificar o que é conteúdo relativo a jornalismo profissional e o que não é”, o que de acordo com a Folha contribui para a disseminação das “fake news”.
Há vários aspectos a serem analisados tanto na decisão da Folha, quanto nos argumentos por ela explicitados. É importante, também, refletir sobre este momento do Facebook, talvez a primeira crise da rede social criada por Mark Zuckerberg em fevereiro de 2004, e que tem em torno de 2 bilhões de usuários.
Nesta quinta-feira, 08 de fevereiro, a Folha de S.Paulo anunciou, em chamada de capa, que não vai mais publicar seus conteúdos no Facebook. Os motivos elencados pelo jornal são: a alteração dos algoritmos implementada pela plataforma que “passou a privilegiar conteúdos de interação pessoal, em detrimento dos produzidos por empresas, como as que produzem jornalismo profissional”, e o fato de o Facebook não ter conseguido “resolver satisfatoriamente o problema de identificar o que é conteúdo relativo a jornalismo profissional e o que não é”, o que de acordo com a Folha contribui para a disseminação das “fake news”.
Há vários aspectos a serem analisados tanto na decisão da Folha, quanto nos argumentos por ela explicitados. É importante, também, refletir sobre este momento do Facebook, talvez a primeira crise da rede social criada por Mark Zuckerberg em fevereiro de 2004, e que tem em torno de 2 bilhões de usuários.
A encruzilhada do jornalismo como produto comercial
Os últimos anos foram mortais para as empresas jornalísticas. O surgimento da internet abalou os pilares que sustentavam essas empresas e abriu caminho para que o monopólio da produção de notícias fosse ameaçado.
No Brasil, as empresas jornalísticas privadas gozavam do privilégio de serem, praticamente, as únicas produtoras de notícias para grandes massas. A barreira econômica de entrada para esta atividade empresarial sempre foi muito elevada e, portanto, reservada a grandes capitalistas, primeiro no meio impresso, depois no rádio e na televisão. Por integrarem um extrato da elite econômica, essas empresas também sempre tiverem o monopólio do discurso, impondo à sociedade uma agenda política, social e cultural baseada nos seus interesses de classe.
A Internet mudou isso. Novos grupos sociais, políticos e econômicos passaram a ter a possibilidade de produzir conteúdo informativo e opinativo, disputando a atenção de parcela da sociedade e criando um ambiente mais plural e diverso na arena da comunicação. O “valor” da notícia caiu. Informações das mais variadas fontes passaram a estar disponíveis “sem custo” para o internauta. Esse novo ambiente abalou o modelo de negócios no qual – principalmente a mídia impressa – se baseava.
Esse modelo era o da criação de uma escassez artificial da notícia. Mas o que é isso? Sinteticamente: A informação é um bem intangível (não existe fisicamente). Se eu te “dou” uma informação eu não deixo de tê-la. Eu a divido com você e nós dois passamos a ter a mesma informação. É diferente dos bens tangíveis, uma cadeira, por exemplo. Se eu dou a cadeira para você, eu deixo de tê-la. Bom, e daí? Daí, que este é um dos elementos que determinam o preço das coisas e todo o seu ciclo econômico. Com a informação, a notícia, não é assim. Por isso, o que as empresas faziam era criar uma escassez artificial da informação, a partir do controle de acesso (tiragem, bilhete, assinatura), da obsolescência programada (ninguém compra o jornal do dia anterior, ele perde a “validade e o valor” em 24 horas), propriedade intelectual e outros mecanismos.
O valor da produção da notícia em si é aproximadamente o mesmo para a Folha e para um site da mídia alternativa. O que muda é o preço da impressão e distribuição. A internet eliminou estes dois e “desmonetizou” a notícia.
Agora, a informação é dada em tempo real pela internet muito antes de sair nos jornais e está disponível em dezenas, centenas de páginas. Esse é o dilema das grandes empresas jornalísticas que se veem diante da iminência do já anunciado juízo final dos jornais impressos.
Os últimos anos foram mortais para as empresas jornalísticas. O surgimento da internet abalou os pilares que sustentavam essas empresas e abriu caminho para que o monopólio da produção de notícias fosse ameaçado.
No Brasil, as empresas jornalísticas privadas gozavam do privilégio de serem, praticamente, as únicas produtoras de notícias para grandes massas. A barreira econômica de entrada para esta atividade empresarial sempre foi muito elevada e, portanto, reservada a grandes capitalistas, primeiro no meio impresso, depois no rádio e na televisão. Por integrarem um extrato da elite econômica, essas empresas também sempre tiverem o monopólio do discurso, impondo à sociedade uma agenda política, social e cultural baseada nos seus interesses de classe.
A Internet mudou isso. Novos grupos sociais, políticos e econômicos passaram a ter a possibilidade de produzir conteúdo informativo e opinativo, disputando a atenção de parcela da sociedade e criando um ambiente mais plural e diverso na arena da comunicação. O “valor” da notícia caiu. Informações das mais variadas fontes passaram a estar disponíveis “sem custo” para o internauta. Esse novo ambiente abalou o modelo de negócios no qual – principalmente a mídia impressa – se baseava.
Esse modelo era o da criação de uma escassez artificial da notícia. Mas o que é isso? Sinteticamente: A informação é um bem intangível (não existe fisicamente). Se eu te “dou” uma informação eu não deixo de tê-la. Eu a divido com você e nós dois passamos a ter a mesma informação. É diferente dos bens tangíveis, uma cadeira, por exemplo. Se eu dou a cadeira para você, eu deixo de tê-la. Bom, e daí? Daí, que este é um dos elementos que determinam o preço das coisas e todo o seu ciclo econômico. Com a informação, a notícia, não é assim. Por isso, o que as empresas faziam era criar uma escassez artificial da informação, a partir do controle de acesso (tiragem, bilhete, assinatura), da obsolescência programada (ninguém compra o jornal do dia anterior, ele perde a “validade e o valor” em 24 horas), propriedade intelectual e outros mecanismos.
O valor da produção da notícia em si é aproximadamente o mesmo para a Folha e para um site da mídia alternativa. O que muda é o preço da impressão e distribuição. A internet eliminou estes dois e “desmonetizou” a notícia.
Agora, a informação é dada em tempo real pela internet muito antes de sair nos jornais e está disponível em dezenas, centenas de páginas. Esse é o dilema das grandes empresas jornalísticas que se veem diante da iminência do já anunciado juízo final dos jornais impressos.
Facebook alavanca novos produtores
O Facebook condensou na sua plataforma mecanismos de distribuição de conteúdo que romperam a lógica dos grandes jornais e portais, permitindo a ampliação do alcance de outras veículos. Novas fontes de informação e opinião ganharam um grande alcance na rede social. O fenômeno já vinha desde o final de 2010. Mas, em particular no Brasil, houve um boom de novos coletivos de comunicação e cultura, que passaram a ser referência e ter grande alcance. Um deles é a própria Mídia Ninja.
É nesta fase que se dá uma disputa mais acirrada pela audiência entre a mídia tradicional e as “novas mídias”. Isso se refletiu, inclusive, na distribuição de publicidade privada e estatal. É neste período que empresas e governos passam a investir mais recursos de publicidade na internet e em plataformas como Google e Facebook.
Parecia inevitável que, em algum momento, a contradição entre os interesses deste novo gigante da internet e os da mídia tradicional fossem se chocar.
O Facebook condensou na sua plataforma mecanismos de distribuição de conteúdo que romperam a lógica dos grandes jornais e portais, permitindo a ampliação do alcance de outras veículos. Novas fontes de informação e opinião ganharam um grande alcance na rede social. O fenômeno já vinha desde o final de 2010. Mas, em particular no Brasil, houve um boom de novos coletivos de comunicação e cultura, que passaram a ser referência e ter grande alcance. Um deles é a própria Mídia Ninja.
É nesta fase que se dá uma disputa mais acirrada pela audiência entre a mídia tradicional e as “novas mídias”. Isso se refletiu, inclusive, na distribuição de publicidade privada e estatal. É neste período que empresas e governos passam a investir mais recursos de publicidade na internet e em plataformas como Google e Facebook.
Parecia inevitável que, em algum momento, a contradição entre os interesses deste novo gigante da internet e os da mídia tradicional fossem se chocar.
Bate a assopra
Há alguns anos o Facebook buscou estabelecer uma “aliança” com os tradicionais veículos de mídia, criando a funcionalidade dos “instant articles”. O recurso, lançado em 2015, permitia que as empresas de comunicação “hospedassem” seus conteúdos no Facebook. Desta forma, a pessoa poderia ler o conteúdo diretamente na plataforma do Zuckerberg sem ser direcionado para a página do jornal. A vantagem para o jornal seria o carregamento mais rápido do seu conteúdo e o estímulo ao usuário ler seus artigos na integra.
Esse recurso coincide, mais ou menos, com o crescimento das ofertas de Facebook grátis para os planos de internet móvel, o chamado zero-rating. Operadoras e plataforma firmavam algum tipo de parceria e na hora de adquirir um pacote de dados para acesso à internet pelo celular, o cliente ganhava o Facebook – ou seja, a navegação na plataforma do Zuckerberg não descontava do plano de dados do usuário.
Isso parecia interessante naquele momento, já que dados da Organização União Internacional das Telecomunicações (UIT) mostravam (e ainda mostram) que a maior parte das pessoas com acesso à internet estão conectadas pelo celular. Grandes empresas jornalísticas aderiram à proposta do Facebook: The New York Times, National Geographic, The Atlantic, NBC News. No Brasil o Estadão, a revista Exame e Catraca Livre.
A força centrípeta do Facebook e seu crescimento no último período tornava de certa forma inquestionável que, apesar das contradições, as empresas jornalísticas ainda tinham algo a ganhar de visibilidade e audiência compartilhando seus conteúdos na rede social. Um pouco na lógica de ruim com ele, pior sem ele.
Mas em janeiro desse ano, Mark Zuckerberg anuncia mais uma mudança nos algoritmos do Facebook e diz que sua plataforma vai mudar os critérios de indexação dos conteúdos para dar mais visibilidade a compartilhamentos pessoais, de amigos e família.
Em sua página, o CEO do Facebook disse que uma pesquisa feita internamente mostra que “quando nós usamos as redes sociais para nos conectarmos com pessoas que gostamos, pode ser bom para nosso bem-estar”. E segundo ele esse é o objetivo da sua plataforma.“Uma vez que há mais conteúdo público do que posts de amigos e da família, o feed afastou-se da coisa mais importante que o Facebook pode fazer: ajudar a nos conectarmos uns com os outros”.
Na sua avaliação, “nós podemos nos sentir mais conectados e menos sozinhos, e isso faz um paralelo com uma série de medidas sobre felicidade e saúde. Por outro lado, ler artigos passivamente ou assistir a vídeos — mesmo que eles sejam para entretenimento ou informativos — pode não ser tão bom.”
A medida foi mal recebida pelas empresas jornalísticas, por outros produtores de conteúdo para o Facebook e inclusive para a bolsa de valores de Nova York – Nasdaq.
As ações da companhia caíram, só em 12 de janeiro (um dia depois do anúncio), 4,47%. Essa queda representou uma perda de U$ 24,2 bilhões de dólares no valor de mercado do Facebook.
Essa foi a gota da água, pelo menos para a Folha de S.Paulo, que ousou ao anunciar sua “retirada” do Facebook. Desde meados de 2017, mudanças nos algoritmos da plataforma já estavam afetando o alcance e a visualização de conteúdos de páginas, inclusive da mídia alternativa. No caso da Folha, “a importância do Facebook como canal de distribuição já vinha diminuindo significativamente antes mesmo da mudança do mês passado, tendência também observada em outros veículos”.
Eles mostram que “o volume total de interações obtido pelas 10 maiores páginas de jornais brasileiros no Facebook caiu 32% na comparação com o mesmo mês do ano passado”.
O fato é que ninguém sabe ao certo como funcionam os algorítimos do Facebook.
Não há nenhuma transparências nos parâmetros que definem o que aparece ou não na nossa timeline.
Não há mecanismos de accountability e os usuários (indivíduos ou empresas) são completamente reféns da caixa-preta do Facebook e do que o CEO considera que deva ser a missão da plataforma. Nos últimos anos, a plataforma de Zuckerberg foi se tornando cada vez mais um grande filtro de informação, ou como se diz no jargão jornalístico, um gatekeeper. Passou a direcionar o que a gente vê, lê ou assiste, de acordo com nossos “gostos”. O Facebook criou grandes bolhas que têm trazido impactos preocupantes para a vida em sociedade, amplificando a intolerância ao impedir a saudável contraposição de opiniões.
Há alguns anos o Facebook buscou estabelecer uma “aliança” com os tradicionais veículos de mídia, criando a funcionalidade dos “instant articles”. O recurso, lançado em 2015, permitia que as empresas de comunicação “hospedassem” seus conteúdos no Facebook. Desta forma, a pessoa poderia ler o conteúdo diretamente na plataforma do Zuckerberg sem ser direcionado para a página do jornal. A vantagem para o jornal seria o carregamento mais rápido do seu conteúdo e o estímulo ao usuário ler seus artigos na integra.
Esse recurso coincide, mais ou menos, com o crescimento das ofertas de Facebook grátis para os planos de internet móvel, o chamado zero-rating. Operadoras e plataforma firmavam algum tipo de parceria e na hora de adquirir um pacote de dados para acesso à internet pelo celular, o cliente ganhava o Facebook – ou seja, a navegação na plataforma do Zuckerberg não descontava do plano de dados do usuário.
Isso parecia interessante naquele momento, já que dados da Organização União Internacional das Telecomunicações (UIT) mostravam (e ainda mostram) que a maior parte das pessoas com acesso à internet estão conectadas pelo celular. Grandes empresas jornalísticas aderiram à proposta do Facebook: The New York Times, National Geographic, The Atlantic, NBC News. No Brasil o Estadão, a revista Exame e Catraca Livre.
A força centrípeta do Facebook e seu crescimento no último período tornava de certa forma inquestionável que, apesar das contradições, as empresas jornalísticas ainda tinham algo a ganhar de visibilidade e audiência compartilhando seus conteúdos na rede social. Um pouco na lógica de ruim com ele, pior sem ele.
Mas em janeiro desse ano, Mark Zuckerberg anuncia mais uma mudança nos algoritmos do Facebook e diz que sua plataforma vai mudar os critérios de indexação dos conteúdos para dar mais visibilidade a compartilhamentos pessoais, de amigos e família.
Em sua página, o CEO do Facebook disse que uma pesquisa feita internamente mostra que “quando nós usamos as redes sociais para nos conectarmos com pessoas que gostamos, pode ser bom para nosso bem-estar”. E segundo ele esse é o objetivo da sua plataforma.“Uma vez que há mais conteúdo público do que posts de amigos e da família, o feed afastou-se da coisa mais importante que o Facebook pode fazer: ajudar a nos conectarmos uns com os outros”.
Na sua avaliação, “nós podemos nos sentir mais conectados e menos sozinhos, e isso faz um paralelo com uma série de medidas sobre felicidade e saúde. Por outro lado, ler artigos passivamente ou assistir a vídeos — mesmo que eles sejam para entretenimento ou informativos — pode não ser tão bom.”
A medida foi mal recebida pelas empresas jornalísticas, por outros produtores de conteúdo para o Facebook e inclusive para a bolsa de valores de Nova York – Nasdaq.
As ações da companhia caíram, só em 12 de janeiro (um dia depois do anúncio), 4,47%. Essa queda representou uma perda de U$ 24,2 bilhões de dólares no valor de mercado do Facebook.
Essa foi a gota da água, pelo menos para a Folha de S.Paulo, que ousou ao anunciar sua “retirada” do Facebook. Desde meados de 2017, mudanças nos algoritmos da plataforma já estavam afetando o alcance e a visualização de conteúdos de páginas, inclusive da mídia alternativa. No caso da Folha, “a importância do Facebook como canal de distribuição já vinha diminuindo significativamente antes mesmo da mudança do mês passado, tendência também observada em outros veículos”.
Eles mostram que “o volume total de interações obtido pelas 10 maiores páginas de jornais brasileiros no Facebook caiu 32% na comparação com o mesmo mês do ano passado”.
O fato é que ninguém sabe ao certo como funcionam os algorítimos do Facebook.
Não há nenhuma transparências nos parâmetros que definem o que aparece ou não na nossa timeline.
Não há mecanismos de accountability e os usuários (indivíduos ou empresas) são completamente reféns da caixa-preta do Facebook e do que o CEO considera que deva ser a missão da plataforma. Nos últimos anos, a plataforma de Zuckerberg foi se tornando cada vez mais um grande filtro de informação, ou como se diz no jargão jornalístico, um gatekeeper. Passou a direcionar o que a gente vê, lê ou assiste, de acordo com nossos “gostos”. O Facebook criou grandes bolhas que têm trazido impactos preocupantes para a vida em sociedade, amplificando a intolerância ao impedir a saudável contraposição de opiniões.
Folha x Facebook
A disputa econômica é o pano de fundo da decisão da Folha, que está apostando em outros mecanismos para recuperar relevância e audiência na internet. Entre eles, a mudança nos algoritmos do Google, que ao contrário do Facebook, passaram a privilegiar os veículos de grande mídia na indexação de suas buscas sob o argumento de combater as “fake news”. Ou seja, se a notícia foi produzida por uma empresa jornalística sai ganhando na hora de aparecer nas primeiras colocações dos resultados do Google.
Se o que moveu a Folha foi o fator econômico, o argumento público para justificar o “abandono” do Facebook é justamente o do combate às notícias falsas, ou “fake news”.
Segundo avaliação do jornal, ao tirar a “prioridade” dos conteúdos jornalísticos do seu feed, o Facebook está aumento o espaço para a disseminação de “fake news” e reduzindo o do jornalismo profissional.
Aqui tem um termo que vale a reflexão: Jornalismo Profissional. Ele foi cunhado há mais um menos um ano, quando a Folha de S.Paulo lançou o seu novo Projeto Editorial.
Estava claro, ali, que o objetivo já era tentar diferenciar o conteúdo produzido pelo jornal dos produzidos pela mídia alternativa.
Ao adjetivar o jornalismo com o termo profissional, a Folha buscava recuperar a sua credibilidade, bastante comprometida pela cobertura explicitamente pró impeachment e subordinada ao projeto de retomada de uma agenda regressiva na área econômica, política e social.
O termo profissional é uma maneira de qualificar o conteúdo da Folha, e desqualificar todo e qualquer conteúdo produzido por sites da mídia alternativa, independente, popular, comunitária. É uma forma de recuperar o valor comercial da notícia. Assim, tudo o que for produzido por coletivos e outros veículos que não sejam de empresas jornalísticas privadas não é “jornalismo profissional” e, portanto, não merece credibilidade.
Se não é da grande mídia não tem qualidade, é suspeito e pode ser, potencialmente, uma notícia falsa. Por detrás do alarde criado em torno das “fakes news” há um velho conglomerado de empresas midiáticas monopolistas, que passaram a ter a sua hegemonia econômica e política abaladas e que precisam a todo custo recuperar sua posição.
Este divórcio entre Folha e Facebook é importante porque contribui para trazer à tona tanto o caráter prejudicial da rede social, quanto para mostrar as verdadeiras intenções dos jornalões que fazem de tudo para sobreviver.
A disputa econômica é o pano de fundo da decisão da Folha, que está apostando em outros mecanismos para recuperar relevância e audiência na internet. Entre eles, a mudança nos algoritmos do Google, que ao contrário do Facebook, passaram a privilegiar os veículos de grande mídia na indexação de suas buscas sob o argumento de combater as “fake news”. Ou seja, se a notícia foi produzida por uma empresa jornalística sai ganhando na hora de aparecer nas primeiras colocações dos resultados do Google.
Se o que moveu a Folha foi o fator econômico, o argumento público para justificar o “abandono” do Facebook é justamente o do combate às notícias falsas, ou “fake news”.
Segundo avaliação do jornal, ao tirar a “prioridade” dos conteúdos jornalísticos do seu feed, o Facebook está aumento o espaço para a disseminação de “fake news” e reduzindo o do jornalismo profissional.
Aqui tem um termo que vale a reflexão: Jornalismo Profissional. Ele foi cunhado há mais um menos um ano, quando a Folha de S.Paulo lançou o seu novo Projeto Editorial.
Estava claro, ali, que o objetivo já era tentar diferenciar o conteúdo produzido pelo jornal dos produzidos pela mídia alternativa.
Ao adjetivar o jornalismo com o termo profissional, a Folha buscava recuperar a sua credibilidade, bastante comprometida pela cobertura explicitamente pró impeachment e subordinada ao projeto de retomada de uma agenda regressiva na área econômica, política e social.
O termo profissional é uma maneira de qualificar o conteúdo da Folha, e desqualificar todo e qualquer conteúdo produzido por sites da mídia alternativa, independente, popular, comunitária. É uma forma de recuperar o valor comercial da notícia. Assim, tudo o que for produzido por coletivos e outros veículos que não sejam de empresas jornalísticas privadas não é “jornalismo profissional” e, portanto, não merece credibilidade.
Se não é da grande mídia não tem qualidade, é suspeito e pode ser, potencialmente, uma notícia falsa. Por detrás do alarde criado em torno das “fakes news” há um velho conglomerado de empresas midiáticas monopolistas, que passaram a ter a sua hegemonia econômica e política abaladas e que precisam a todo custo recuperar sua posição.
Este divórcio entre Folha e Facebook é importante porque contribui para trazer à tona tanto o caráter prejudicial da rede social, quanto para mostrar as verdadeiras intenções dos jornalões que fazem de tudo para sobreviver.
ou seja, que bosta. A articulista poderia assumir uma posição mais definida em relação ao tema.
ResponderExcluirE não se considera nem por um momento que a redução da audiência da Folha nas redes sociais se deva justamente à perda de credibilidade que suas vergonhosas fake news vêm produzindo?
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