Por Mauro Donato, no blog Diário do Centro do Mundo:
Os mais ricos ficaram ainda mais ricos desde que puxaram o tapete de Dilma Rousseff. Até aí nada demais pois a intenção era essa mesmo.
Mas um levantamento recente do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) confirma o que para muitos poderia tratar-se de mera impressão. Para a entidade, a renda dos super-ricos cresceu mais de 2% no período entre 2014 e 2016 enquanto o restante da população teve uma redução de 3,3%. Ou seja, ficaram 5 pontos mais distantes um do outro.
O estudo foi comandado pelo economista Sérgio Gobetti e considerou como super-ricos aqueles que ganham acima de 160 salários mínimos. Sim, existem. Enquanto algumas pessoas precisam trabalhar um mês inteiro para ganhar um salário mínimo, outros ganham 7 vezes isso, por dia.
Mas um levantamento recente do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) confirma o que para muitos poderia tratar-se de mera impressão. Para a entidade, a renda dos super-ricos cresceu mais de 2% no período entre 2014 e 2016 enquanto o restante da população teve uma redução de 3,3%. Ou seja, ficaram 5 pontos mais distantes um do outro.
O estudo foi comandado pelo economista Sérgio Gobetti e considerou como super-ricos aqueles que ganham acima de 160 salários mínimos. Sim, existem. Enquanto algumas pessoas precisam trabalhar um mês inteiro para ganhar um salário mínimo, outros ganham 7 vezes isso, por dia.
“É possível destacar que a renda dos muito ricos cresceu acima da inflação em uma época em que o PIB e a renda nacional caíram”, afirmou Gobetti.
É o retrato em números do país (e números não mentem) após o impeachment financiado pelos idealizadores do pato amarelo.
Fato é que o degrau aumentou e aumenta de tamanho a cada dia. O modus-operandi dessa turma pode não ter uma causa-consequência tão eloquente e imediata como a cometida pelo governador Sergio Cabral.
Porém essa postura é mais difundida do que se pensa, nas ações cotidianas dos ricos, que aprofundam a desigualdade continuamente.
O reflexo são os tratamentos díspares dispensados às diferentes camadas do extrato social.
É por isso que vemos a moça Jéssica, grávida, ser presa e dar a luz na delegacia e depois permanecer presa durante dias por causa de 90 gramas de maconha que estavam com o marido, ao passo que o filho de uma desembargadora teve uma força-tarefa ágil – e de peso – a seu favor.
O caso de Jéssica foi resolvido mas há mais de 4.500 mulheres em situações semelhantes. São milhares de crianças em prisões femininas pelo Brasil, cumprindo ‘pena’ junto com suas mães (como é de se imaginar, o descontrole sobre o sistema penitenciário é tão gritante que não há uma fonte confiável ou números exatos sobre quantas mulheres grávidas, amamentando ou que sejam mães de menores de 12 anos estão presas).
É por essas distorções econômicas que a moça negra e pobre ficou presa com seu filho enquanto Adriana Ancelmo, a senhora Cabral, foi solta rapidamente por ter filhos menores de idade (os filhos de Adriana não são bebês e têm toda a infraestrutura dos ricos para ‘sobreviver’).
Enquanto tudo isso acontece, magistrados federais ameaçam entrar em greve caso a votação marcada pela presidente do STF, Carmem Lúcia, para extinguir o auxílio-moradia vá adiante.
Gente que ganha mais de 30 mil reais por mês não quer perder os demais ‘penduricalhos’. O auxílio-moradia é de R$ 4.378,00. Então responda, leitor, há uma relação economia/justiça ou não?
A mídia internacional não está deixando de observar as consequências do golpe parlamentar aplicado pelos donos do dinheiro. O The Guardian publicou nesta semana que “Um em cada dez políticos graduados é financiado por empresas ligadas à escravidão moderna. Entre eles, Michel Temer”.
O francês L’Express destacou as dicas coletadas num vídeo feito por negros cariocas sobre como agir para não morrer nas operações comandadas pelo exército na intervenção do RJ.
E a correspondente do Wall Street Journal, Samantha Pearson, postou em sua rede social uma foto de alguns livros do começo da década que exaltavam a arrancada do país nos anos Lula e a redução da desigualdade em alguns índices socias “Ah, o otimismo do Brasil em 2010”.
Pois é. O golpe deu ruim, mas só para os mais pobres.
É o retrato em números do país (e números não mentem) após o impeachment financiado pelos idealizadores do pato amarelo.
Fato é que o degrau aumentou e aumenta de tamanho a cada dia. O modus-operandi dessa turma pode não ter uma causa-consequência tão eloquente e imediata como a cometida pelo governador Sergio Cabral.
Porém essa postura é mais difundida do que se pensa, nas ações cotidianas dos ricos, que aprofundam a desigualdade continuamente.
O reflexo são os tratamentos díspares dispensados às diferentes camadas do extrato social.
É por isso que vemos a moça Jéssica, grávida, ser presa e dar a luz na delegacia e depois permanecer presa durante dias por causa de 90 gramas de maconha que estavam com o marido, ao passo que o filho de uma desembargadora teve uma força-tarefa ágil – e de peso – a seu favor.
O caso de Jéssica foi resolvido mas há mais de 4.500 mulheres em situações semelhantes. São milhares de crianças em prisões femininas pelo Brasil, cumprindo ‘pena’ junto com suas mães (como é de se imaginar, o descontrole sobre o sistema penitenciário é tão gritante que não há uma fonte confiável ou números exatos sobre quantas mulheres grávidas, amamentando ou que sejam mães de menores de 12 anos estão presas).
É por essas distorções econômicas que a moça negra e pobre ficou presa com seu filho enquanto Adriana Ancelmo, a senhora Cabral, foi solta rapidamente por ter filhos menores de idade (os filhos de Adriana não são bebês e têm toda a infraestrutura dos ricos para ‘sobreviver’).
Enquanto tudo isso acontece, magistrados federais ameaçam entrar em greve caso a votação marcada pela presidente do STF, Carmem Lúcia, para extinguir o auxílio-moradia vá adiante.
Gente que ganha mais de 30 mil reais por mês não quer perder os demais ‘penduricalhos’. O auxílio-moradia é de R$ 4.378,00. Então responda, leitor, há uma relação economia/justiça ou não?
A mídia internacional não está deixando de observar as consequências do golpe parlamentar aplicado pelos donos do dinheiro. O The Guardian publicou nesta semana que “Um em cada dez políticos graduados é financiado por empresas ligadas à escravidão moderna. Entre eles, Michel Temer”.
O francês L’Express destacou as dicas coletadas num vídeo feito por negros cariocas sobre como agir para não morrer nas operações comandadas pelo exército na intervenção do RJ.
E a correspondente do Wall Street Journal, Samantha Pearson, postou em sua rede social uma foto de alguns livros do começo da década que exaltavam a arrancada do país nos anos Lula e a redução da desigualdade em alguns índices socias “Ah, o otimismo do Brasil em 2010”.
Pois é. O golpe deu ruim, mas só para os mais pobres.
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