Por Altamiro Borges
Na noite desta terça-feira (13), a Câmara Federal aprovou a flexibilização completa do horário de exibição do programa A Voz do Brasil – criado em 1935, durante o governo de Getúlio Vargas, como um instrumento de democratização das informações dos poderes públicos. Segundo o Portal Imprensa, que não esconde seus vínculos com os barões da mídia privada, “a decisão é considerada um momento histórico para a radiodifusão brasileira. Há 15 anos, a Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV) se articulava em prol do assunto, envolvendo executivos de emissoras de rádio e parlamentares da Câmara e do Senado. O projeto de lei (PL 59/5/03) segue agora para a sanção do presidente da República”.
De acordo com o projeto aprovado, a transmissão do programa com notícias dos três poderes segue sendo obrigatória, mas as rádios comerciais poderão levá-lo ao ar entre 19 e 22 horas – o que, na prática, representa o seu sumiço em milhares de lares espalhados no país. No maior cinismo, o presidente da Abert, Paulo Tonet Camargo, vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Globo, comemorou: “Essa é uma das maiores vitórias da radiodifusão dos últimos anos. É um momento histórico. Depois de tanto tempo, os parlamentares entenderam que todos vão ganhar com a flexibilização do programa: a rádio poderá adequar a sua transmissão de acordo com a programação e o cidadão poderá ouvir a Voz do Brasil em diferentes horários”.
A pressão da mídia monopolista foi violenta e os parlamentares – que mantêm uma relação acovardada de sedução e medo diante da velha imprensa – acabaram cedendo. Segundo matéria do Estadão, nos últimos anos as emissoras privadas de rádio ingressaram com cerca de 3 mil ações judiciais contra a transmissão da Voz do Brasil. Elas nunca ficaram satisfeitas com os privilégios que já gozam como concessões públicas. Elas sempre almejaram abocanhar o horário nobre das 19 horas. A Band e a Jovem Pan, por exemplo, há muito destilavam o seu veneno contra o programa. Agora, os barões da mídia festejam. Sabe-se lá o que prometeram para os “nobres deputados”!
Durante a votação, os partidos de oposição ao covil golpista de Michel Temer ainda tentaram resistir, mas foram tratorados. A deputada federal Jô Moraes (PCdoB-MG) foi uma das que se opôs a aprovação do projeto. “A Voz do Brasil é um dos últimos instrumentos da pluralidade de opiniões emitidas neste país. Foi criado há 83 anos e atravessou todo esse processo como um instrumento fundamental de acesso à informação, especialmente dos ouvintes das cidades longínquas”. Para ela, a aprovação do projeto representa a vitória “do monopólio absoluto das ideias, ambiente em que a democracia está ameaçada, ambiente de instabilidade institucional absoluta... É um golpe contra a democracia, contra o mundo da política”.
Leia também:
- 'A Voz do Brasil" e os interesses comerciais
- Em defesa da "Voz do Brasil"
- EBC e o valor da comunicação pública
- TV Brasil cancela programa sobre mídia
- O debate estratégico sobre o papel da mídia
Na noite desta terça-feira (13), a Câmara Federal aprovou a flexibilização completa do horário de exibição do programa A Voz do Brasil – criado em 1935, durante o governo de Getúlio Vargas, como um instrumento de democratização das informações dos poderes públicos. Segundo o Portal Imprensa, que não esconde seus vínculos com os barões da mídia privada, “a decisão é considerada um momento histórico para a radiodifusão brasileira. Há 15 anos, a Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV) se articulava em prol do assunto, envolvendo executivos de emissoras de rádio e parlamentares da Câmara e do Senado. O projeto de lei (PL 59/5/03) segue agora para a sanção do presidente da República”.
De acordo com o projeto aprovado, a transmissão do programa com notícias dos três poderes segue sendo obrigatória, mas as rádios comerciais poderão levá-lo ao ar entre 19 e 22 horas – o que, na prática, representa o seu sumiço em milhares de lares espalhados no país. No maior cinismo, o presidente da Abert, Paulo Tonet Camargo, vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Globo, comemorou: “Essa é uma das maiores vitórias da radiodifusão dos últimos anos. É um momento histórico. Depois de tanto tempo, os parlamentares entenderam que todos vão ganhar com a flexibilização do programa: a rádio poderá adequar a sua transmissão de acordo com a programação e o cidadão poderá ouvir a Voz do Brasil em diferentes horários”.
A pressão da mídia monopolista foi violenta e os parlamentares – que mantêm uma relação acovardada de sedução e medo diante da velha imprensa – acabaram cedendo. Segundo matéria do Estadão, nos últimos anos as emissoras privadas de rádio ingressaram com cerca de 3 mil ações judiciais contra a transmissão da Voz do Brasil. Elas nunca ficaram satisfeitas com os privilégios que já gozam como concessões públicas. Elas sempre almejaram abocanhar o horário nobre das 19 horas. A Band e a Jovem Pan, por exemplo, há muito destilavam o seu veneno contra o programa. Agora, os barões da mídia festejam. Sabe-se lá o que prometeram para os “nobres deputados”!
Durante a votação, os partidos de oposição ao covil golpista de Michel Temer ainda tentaram resistir, mas foram tratorados. A deputada federal Jô Moraes (PCdoB-MG) foi uma das que se opôs a aprovação do projeto. “A Voz do Brasil é um dos últimos instrumentos da pluralidade de opiniões emitidas neste país. Foi criado há 83 anos e atravessou todo esse processo como um instrumento fundamental de acesso à informação, especialmente dos ouvintes das cidades longínquas”. Para ela, a aprovação do projeto representa a vitória “do monopólio absoluto das ideias, ambiente em que a democracia está ameaçada, ambiente de instabilidade institucional absoluta... É um golpe contra a democracia, contra o mundo da política”.
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Os golpistas não tem limites. Até a Voz do Brasil, com mais de 80 anos de existência, e até em momentos difíceis como durante a ditadura militar, ousaram mudar seu formato. Os golpistas sem nenhum pudor e compromisso com o país estão destruindo tudo.
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