quinta-feira, 19 de abril de 2018

Barbosa é candidato a “Rei dos chuchus”

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:



A Folha, ao que parece, embarcou na candidatura Joaquim Barbosa, embora esta esteja ainda no dique das pretensões do ex-ministro do Supremo.

Anuncia hoje encontros de Barbosa com Delfim Netto e com Eduardo Gianetti, ex-guru de Marina Silva. Mas, lendo com atenção a reportagem vê-se que “Barbosa conversou com Delfim Netto há cerca de um ano, e com o economista Eduardo Giannetti, há cerca de seis meses”.

Deus do céu!

É muita vontade de achar uma “pauta econômica” para o ex-ministro. Duvido que alguém se lembre em detalhes de uma conversa sobre temas econômicos seis meses ou um ano depois de mantê-la. Se ficar, ficam generalidades, impressões, nada que nem de longe possa assemelhar-se a um programa de governo na economia.

Mas isso não é tudo:

Segundo um aliado, o ex-ministro esteve em pelo menos dois eventos de bancos de investimento nos últimos anos e tentará contato com o ex-presidente do Banco Central, Arminio Fraga, ligado ao PSDB.
Desculpem a informalidade, mas fala sério: dois eventos nos últimos anos (!!!) diz alguma coisa das ideias econômicas de alguém?

Joaquim Barbosa, ao menos que já tenha revelado de público, não tem ideia alguma para mostrar, em matéria de economia e se prepara, como diz o jornal, para fazer um “aceno ao mercado financeiro”, isto se trata de simples gesto eleitoral para ser o rei dos chuchus, aqueles candidatos sem idéias próprias, vasto elenco estrelado por Geraldo Alckmin, Marina Silva e Álvaro Dias.

Incrível que os nossos exegetas de homens públicos possam se assanhar com candidatos assemelhados a manequins de loja, que podem receber a roupa de ocasião, a “da moda”, esquecidos que eles deveriam ser o simbolo, a representação dos anseios de um pais.

Esquecem que, mesmo dispostos a vestir a fatiota que lhes convenha, os bonecos têm vontade e movimentos próprios, frequentemente inesperados.

Tanto é que, na reportagem, comemora-se o fato de que ele esteja de boca fechada, para fugir dos prejuízos de sua “personalidade difícil e turrona”.

Destas feitiçarias é que vêm os Collor.

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