Por Ricardo Kotscho, em seu blog:
Nenhuma pessoa com quem tenho falado é capaz de dizer qualquer coisa sobre Joaquim Barbosa, além do fato de ele ter sido presidente do STF e o relator do mensalão do PT que mandou a cúpula do partido para a cadeia.
A mesma dificuldade enfrentam meus colegas colunistas que se encantaram com a figura, apesar de ele ainda não ter assumido a candidatura nem se manifestado sobre os seus planos.
Alguém sabe o que ele fazia antes de ser indicado por Lula para o Supremo Tribunal Federal?
Alguém sabe o que ele foi fazer depois de pedir aposentadoria precoce no STF alegando problemas de saúde?
Alguém tem ideia sobre o que pensa a respeito de qualquer tema econômico, político ou social?
Mesmo assim, o ex-ministro surgiu de repente como um furacão no cenário eleitoral, para se tornar o candidato do desespero de quem está sem candidato, a começar pelos grandes eleitores do mercado e da mídia, e chegando ao cidadão comum que até outro dia declarava voto em “Ninguém”, o favorito nas pesquisas sem Lula.
No Barômetro Político Estadão-Ipsos divulgado nesta quarta-feira, que analisa a opinião dos brasileiros sobre personalidades do mundo político e jurídico, a desaprovação ao ex-presidente do STF caiu de 42% para 36%, e a aprovação oscilou de 38% para 40% na primeira quinzena de abril, em comparação com a pesquisa do mês anterior.
Condenado e preso em Curitiba há 18 dias, o ex-presidente Lula também viu sua aprovação subir de 41% para 42%, e a desaprovação cair de 57% para 54%.
Os demais pré-candidatos não se mexeram na pesquisa. Em desaprovação, o presidente Michel Temer continua imbatível, com a marca de 94%, certamente um recorde mundial.
No desespero, acossado por Joaquim, de um lado, e Jair Bolsonaro, do outro, o MDB de Temer já está até admitindo apoiar o tucano Geraldo Alckmin na tentativa de manter um aliado no poder, ainda que não seja muito confiável.
A cada dia mudam as peças no tabuleiro e, a esta altura do campeonato, tudo é possível.
Assim como setores do mercado e FHC, que não botam fé na candidatura de Alckmin, o MDB também acredita que o ex-prefeito João Doria, amigo do peito de Temer, ainda possa tomar o lugar do ex-governador como presidenciável do PSDB, a depender das próximas pesquisas.
Na verdade, ninguém mais confia em ninguém. Fica tudo por conta das novas pesquisas, que definirão candidaturas e alianças.
Nessa terra de ninguém, os generais Ibope e Datafolha, mais os togados do STF, tornaram-se os grandes oráculos da eleição de 2018.
Por mais que seja dado como carta fora do baralho, a resiliência de Lula nas pesquisas continua preocupando os adversários, ainda mais agora com as idas e vindas dos supremos ministros que ameaçam tirar os processos do ex-presidente das mãos do juiz-promotor Sergio Moro.
Já se fala até em anular as condenações porque descobriram que o Guarujá do triplex e o sítio de Atibaia ficam em São Paulo e não na jurisdição da 13ª Vara Federal de Curitiba, e o juiz Moro não conseguiu até agora estabelecer a ligação entre esses processos e a Petrobras, que tem sede no Rio de Janeiro.
Como era fácil prever, vamos ter este ano uma campanha eleitoral sub-judice, sem saber até o último momento quais os nomes que chegarão à urna eletrônica.
Se o silêncio sobre o passado e o futuro até agora foi um aliado de Joaquim Barbosa, no momento em que assumir sua candidatura certamente também ele vai entrar no fogo cruzado dos adversários, que já devem estar pesquisando a vida pregressa do magistrado.
Uma coisa é acusar os outros; outra, bem diferente, é se defender de acusações.
Como Joaquim Barbosa vai reagir ao jogo pesado da política é uma das incertezas sobre a a viabilidade desta candidatura extemporânea de quem só agora se filiou a um partido para disputar a primeira eleição da sua vida.
Experiências anteriores com outsiders presidenciais, como Fernando Collor, Jânio Quadros e Dilma Rousseff, não deram muito certo.
Com a bandeira do combate à corrupção, Collor era o caçador de marajás; Jânio, o homem da vassoura, e Dilma começou se apresentando como faxineira no primeiro mandato, lembram-se? - e deu no que deu.
Por enquanto, Joaquim Barbosa não passa de um grande mistério.
E vida que segue.
Nenhuma pessoa com quem tenho falado é capaz de dizer qualquer coisa sobre Joaquim Barbosa, além do fato de ele ter sido presidente do STF e o relator do mensalão do PT que mandou a cúpula do partido para a cadeia.
A mesma dificuldade enfrentam meus colegas colunistas que se encantaram com a figura, apesar de ele ainda não ter assumido a candidatura nem se manifestado sobre os seus planos.
Alguém sabe o que ele fazia antes de ser indicado por Lula para o Supremo Tribunal Federal?
Alguém sabe o que ele foi fazer depois de pedir aposentadoria precoce no STF alegando problemas de saúde?
Alguém tem ideia sobre o que pensa a respeito de qualquer tema econômico, político ou social?
Mesmo assim, o ex-ministro surgiu de repente como um furacão no cenário eleitoral, para se tornar o candidato do desespero de quem está sem candidato, a começar pelos grandes eleitores do mercado e da mídia, e chegando ao cidadão comum que até outro dia declarava voto em “Ninguém”, o favorito nas pesquisas sem Lula.
No Barômetro Político Estadão-Ipsos divulgado nesta quarta-feira, que analisa a opinião dos brasileiros sobre personalidades do mundo político e jurídico, a desaprovação ao ex-presidente do STF caiu de 42% para 36%, e a aprovação oscilou de 38% para 40% na primeira quinzena de abril, em comparação com a pesquisa do mês anterior.
Condenado e preso em Curitiba há 18 dias, o ex-presidente Lula também viu sua aprovação subir de 41% para 42%, e a desaprovação cair de 57% para 54%.
Os demais pré-candidatos não se mexeram na pesquisa. Em desaprovação, o presidente Michel Temer continua imbatível, com a marca de 94%, certamente um recorde mundial.
No desespero, acossado por Joaquim, de um lado, e Jair Bolsonaro, do outro, o MDB de Temer já está até admitindo apoiar o tucano Geraldo Alckmin na tentativa de manter um aliado no poder, ainda que não seja muito confiável.
A cada dia mudam as peças no tabuleiro e, a esta altura do campeonato, tudo é possível.
Assim como setores do mercado e FHC, que não botam fé na candidatura de Alckmin, o MDB também acredita que o ex-prefeito João Doria, amigo do peito de Temer, ainda possa tomar o lugar do ex-governador como presidenciável do PSDB, a depender das próximas pesquisas.
Na verdade, ninguém mais confia em ninguém. Fica tudo por conta das novas pesquisas, que definirão candidaturas e alianças.
Nessa terra de ninguém, os generais Ibope e Datafolha, mais os togados do STF, tornaram-se os grandes oráculos da eleição de 2018.
Por mais que seja dado como carta fora do baralho, a resiliência de Lula nas pesquisas continua preocupando os adversários, ainda mais agora com as idas e vindas dos supremos ministros que ameaçam tirar os processos do ex-presidente das mãos do juiz-promotor Sergio Moro.
Já se fala até em anular as condenações porque descobriram que o Guarujá do triplex e o sítio de Atibaia ficam em São Paulo e não na jurisdição da 13ª Vara Federal de Curitiba, e o juiz Moro não conseguiu até agora estabelecer a ligação entre esses processos e a Petrobras, que tem sede no Rio de Janeiro.
Como era fácil prever, vamos ter este ano uma campanha eleitoral sub-judice, sem saber até o último momento quais os nomes que chegarão à urna eletrônica.
Se o silêncio sobre o passado e o futuro até agora foi um aliado de Joaquim Barbosa, no momento em que assumir sua candidatura certamente também ele vai entrar no fogo cruzado dos adversários, que já devem estar pesquisando a vida pregressa do magistrado.
Uma coisa é acusar os outros; outra, bem diferente, é se defender de acusações.
Como Joaquim Barbosa vai reagir ao jogo pesado da política é uma das incertezas sobre a a viabilidade desta candidatura extemporânea de quem só agora se filiou a um partido para disputar a primeira eleição da sua vida.
Experiências anteriores com outsiders presidenciais, como Fernando Collor, Jânio Quadros e Dilma Rousseff, não deram muito certo.
Com a bandeira do combate à corrupção, Collor era o caçador de marajás; Jânio, o homem da vassoura, e Dilma começou se apresentando como faxineira no primeiro mandato, lembram-se? - e deu no que deu.
Por enquanto, Joaquim Barbosa não passa de um grande mistério.
E vida que segue.
ResponderExcluirAlem do que, uma das causas da prisão de Lula, ademais da inveja e quejandos, é o maldito ódio de classe que é um cacoete da tal "elite branca". Obviamente o quincas não tem nada de invejável, não tem as monumentais qualidades do Lula mas a sua etnia, que até onde percebo ele nega é odiadíssima por esta "elite branca. A história dirá.