Por Maurício Dias, na revista CartaCapital:
O ódio a Lula, hoje divisor dos brasileiros estabelecido pela elite política e social, é extensão do preconceito a um metalúrgico que, após três derrotas eleitorais, tirou do poder um partido debilitado, cujo líder é um sociólogo da classe média, o dito FHC.
Lula tornou-se presidente da República com uma inédita agenda de programas sociais em um país onde 10% da população concentra quase a metade da renda, como atesta o IBGE em informação recentíssima.
Presidente por duas vezes, Lula arrombou a porta do chamado “Clube dos Eleitos”, em 2002. Havia por lá uma lei, não escrita, segundo a qual só se entrava com um diploma de bacharel ou com uma espada na cinta. Advogados, militares, médicos, economistas, um sociólogo e, de forma dissonante, um metalúrgico cujo pai foi enterrado como indigente. Ele não ligava para isso.
A partir do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, a mídia não mudou a roupagem. Reagiu ao intruso. Houve, inicialmente, momentos de armistício. O novo presidente, por exemplo, saiu de Brasília e chegou ao Rio de Janeiro para assistir ao velório na estupenda mansão de Roberto Marinho.
Leonel Brizola também esteve lá. Lula e Brizola, dois políticos de esquerda, devem ter se surpreendido com os dois flamingos presenteados por Fidel Castro ao poderoso dono da casa. Não demorou muito para “o pau comer na casa de Noca”.
O cientista político João Feres Júnior, do Laboratório de Estudos de Mídia e de Políticas Públicas, é autor de um estudo insuperável sobre Mídia e Democracia no Brasil, a partir da leitura de Folha de S.Paulo, Estado de S. Paulo, O Globo, Estado de Minas e Jornal Nacional. É um flagrante da relação entre Lula e a mídia, realizado de 2014 a 2016. Trata-se de um massacre que também se estende ao Partido dos Trabalhadores.
João Feres tem uma imagem primorosa ao dizer que testou a “hipótese do papel de cão de guarda da grande mídia brasileira” e usa como base o período que conduziu ao impeachment de Dilma Rousseff.
Do fim de 2014, quando a conspiração reacionária avançou, até o golpe contra a presidenta, Lula atuava intensamente (tabela). Tiraram Dilma do governo, mas Lula reapareceu para voltar ao governo. Foi preso agora com base na mera convicção dos procuradores e do juiz Sergio Moro.
Os repórteres e apresentadoras da Globo News, apêndice da TV Globo, reiteram um falso privilégio oferecido pela Polícia Federal ao ex-presidente: quarto de 15 metros quadrados, banheiro com pia, cama, além de uma sala conexa para receber advogados. Ele poderá tomar sol por duas horas isoladamente dos outros presos da Lava Jato. Quanta generosidade.
Orientados, os funcionários da Globo escondem que Lula está preso numa solitária. Ninguém poderá devolver a ele a perda da liberdade.
Lula tornou-se presidente da República com uma inédita agenda de programas sociais em um país onde 10% da população concentra quase a metade da renda, como atesta o IBGE em informação recentíssima.
Presidente por duas vezes, Lula arrombou a porta do chamado “Clube dos Eleitos”, em 2002. Havia por lá uma lei, não escrita, segundo a qual só se entrava com um diploma de bacharel ou com uma espada na cinta. Advogados, militares, médicos, economistas, um sociólogo e, de forma dissonante, um metalúrgico cujo pai foi enterrado como indigente. Ele não ligava para isso.
A partir do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, a mídia não mudou a roupagem. Reagiu ao intruso. Houve, inicialmente, momentos de armistício. O novo presidente, por exemplo, saiu de Brasília e chegou ao Rio de Janeiro para assistir ao velório na estupenda mansão de Roberto Marinho.
Leonel Brizola também esteve lá. Lula e Brizola, dois políticos de esquerda, devem ter se surpreendido com os dois flamingos presenteados por Fidel Castro ao poderoso dono da casa. Não demorou muito para “o pau comer na casa de Noca”.
O cientista político João Feres Júnior, do Laboratório de Estudos de Mídia e de Políticas Públicas, é autor de um estudo insuperável sobre Mídia e Democracia no Brasil, a partir da leitura de Folha de S.Paulo, Estado de S. Paulo, O Globo, Estado de Minas e Jornal Nacional. É um flagrante da relação entre Lula e a mídia, realizado de 2014 a 2016. Trata-se de um massacre que também se estende ao Partido dos Trabalhadores.
João Feres tem uma imagem primorosa ao dizer que testou a “hipótese do papel de cão de guarda da grande mídia brasileira” e usa como base o período que conduziu ao impeachment de Dilma Rousseff.
Do fim de 2014, quando a conspiração reacionária avançou, até o golpe contra a presidenta, Lula atuava intensamente (tabela). Tiraram Dilma do governo, mas Lula reapareceu para voltar ao governo. Foi preso agora com base na mera convicção dos procuradores e do juiz Sergio Moro.
Os repórteres e apresentadoras da Globo News, apêndice da TV Globo, reiteram um falso privilégio oferecido pela Polícia Federal ao ex-presidente: quarto de 15 metros quadrados, banheiro com pia, cama, além de uma sala conexa para receber advogados. Ele poderá tomar sol por duas horas isoladamente dos outros presos da Lava Jato. Quanta generosidade.
Orientados, os funcionários da Globo escondem que Lula está preso numa solitária. Ninguém poderá devolver a ele a perda da liberdade.
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