quarta-feira, 2 de maio de 2018

Blairo Maggi, outro atolado no covil golpista

Por Altamiro Borges

Pelo jeito, não vai sobrar ninguém no covil golpista de Michel Temer. O site G1, do sempre suspeito Grupo Globo, informou nesta quarta-feira (2) que o bilionário ruralista Blairo Maggi, “ministro” da Agricultura do governo ilegítimo, foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República por corrupção ativa. “De acordo com a PGR, em 2009, o então governador do Mato Grosso participou de um suposto esquema de compra e venda de cadeiras no Tribunal de Contas do Estado. Caberá ao STF decidir se abre um processo e torna Blairo Maggi réu nesse caso. O G1 procurou a assessoria do ministro, que disse que vai divulgar uma nota com o seu posicionamento”.

Na denúncia apresentada, a procuradora-geral Raquel Dodge afirma “que há provas de que o grupo pagou propina que pode chegar a até R$ 12 milhões para que o então conselheiro do TCE-MT, Alencar Soares, pedisse aposentadoria e assim abrisse vaga para a indicação do ex-deputado estadual Sérgio Ricardo de Almeida. Depois, segundo a denúncia, houve uma mudança de ideia e o então governador fez um novo acerto com Alencar Soares para que continuasse no cargo. O objetivo era nomear o então secretário da Fazenda, Eder de Moraes. De acordo com a investigação, Eder de Moraes teria oferecido, por ordem de Maggi, R$ 4 milhões para que Alencar permanecesse no cargo. A transação, aponta o PGR, teria impedido naquele momento a nomeação de Sérgio Ricardo. Depois, em 2012, ele assumiu uma cadeira no TCE e, em 2017, ele foi afastado”.

A denúncia contra o atual ministro do covil golpista foi apresentada no âmbito da Operação Ararath, que investiga lavagem de dinheiro e crimes financeiros no Mato Grosso, governado pelo ruralista de 2003 a 2010. O esquema teria atuado por meio de empréstimos fajutos e por empresas de fachada. “A suspeita, de acordo com a PGR, é de que o esquema de empréstimos fraudulentos teria fornecido recursos que se destinavam a ‘finalidades espúrias’ na política do Estado”, completa o site G1. As denúncias contra Blairo Maggi não são novas, mas andavam meio esquecidas pela mídia chapa-branca – que é nutrida com milhões em publicidade oficial. Em setembro do ano passado, o ricaço já havia sido acusado de falcatruas.

Na ocasião, o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou buscas em endereços vinculados ao ministro da Agricultura. O número dois da pasta, o coronel Eumar Novacki, foi o principal alvo da operação. De acordo com o então chefe do PGR, Rodrigo Janot, o secretário executivo do ministério teria agido para “unificar as linhas de defesa” e para solicitar a um dos futuros colaboradores da Procuradoria, Gércio Marcelino Mendonça, que “não mencionasse nada a respeito da pessoa de Blairo Maggi em seus depoimentos, com o objetivo claro de blindá-lo de quaisquer acusações”. A ação já indicava que havia algo de muito podre. Mesmo assim, o assunto foi “arquivado” pelo Ministério Público e “esquecido” pela mídia chapa-branca.

Agora, quando o odiado e isolado Michel Temer dá sinais evidentes de que morreu – só falta ser enterrado –, o assunto volta à tona. A conferir como será o fim de carreira do bilionário ruralista Blairo Maggi, um conhecido oportunista e um golpista convicto.

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