Por Renato Rovai e Ivan Longo, na revista Fórum:
O pais está em alerta não mais com a greve dos caminhoneiros, mas com o que ela pode gerar. As consequências com a possível paralisação de aeroportos e desabastecimento a partir de amanhã podem criar um ambiente mais do que propício para intervenções radicais.
A paralisação dos caminhoneiros por conta dos sucessivos aumentos no preço do diesel já fazem postos de combustível vender gasolina a quase R$9,00 o litro, como acontece em um posto de Recife. Além disso, temendo mais aumentos, a população faz filas e lota postos de combustível em todo o país. Assim como os supermercados, que são afetados com a paralisação por conta do abastecimento de alimentos.
O pais está em alerta não mais com a greve dos caminhoneiros, mas com o que ela pode gerar. As consequências com a possível paralisação de aeroportos e desabastecimento a partir de amanhã podem criar um ambiente mais do que propício para intervenções radicais.
A paralisação dos caminhoneiros por conta dos sucessivos aumentos no preço do diesel já fazem postos de combustível vender gasolina a quase R$9,00 o litro, como acontece em um posto de Recife. Além disso, temendo mais aumentos, a população faz filas e lota postos de combustível em todo o país. Assim como os supermercados, que são afetados com a paralisação por conta do abastecimento de alimentos.
No Ceasa do Rio de Janeiro, que é a principal central de abastecimento de alimentos da cidade, por exemplo, já há falta de produtos, provocando a alta dos preços. O saco de batatas que era vendido a R$60 chega a ser comercializado por R$400. Já a BRF, maior empresa brasileira de carne de frango e carne suína, informou hoje que paralisou totalmente quatro unidades por conta dos protestos. Além disso, outros nove frigoríficos da companhia terão atividades suspensas (total ou parcialmente) pois a greve, de acordo com nota da empresa, inviabilizou o recebimento de matérias-primas.
Aeroportos podem parar amanhã
As consequências caóticas não param por aí. A Infraero divulgou um relatório alertando que os aeroportos de Congonhas, em São Paulo; de Palmas (TO), Recife (PE), Maceió (AL) e Aracaju (SE) só têm combustível suficiente para abastecer os aviões até esta quarta-feira (23), com o risco de caos aéreo para os próximos dias. Com a paralisação, portos pelo país também vêm tendo a distribuição de produtos comprometida. A não distribuição de combustíveis afeta ainda os Correios, que suspendeu, nesta quarta-feira, as postagens com dia e hora marcados.
Supermercados desabastecidos, preços de combustíveis e alimentos nas alturas, serviços interrompidos e insatisfação popular generalizada: um ambiente mais do que propício para que cresça o apoio a uma intervenção militar.
Intervenção pode ser via acordo jurídico-militar
Em grupos de direita pelas redes sociais as mensagens defendendo uma intervenção militar já estão viralizando. Inúmeros vídeos falando sobre o “caos” brasileiro com o aumento do preço dos combustíveis e invocando as Forças Armadas para resolver a crise tem sido espalhados fortemente. Uma mensagem que circula com força convoca uma paralisação nesta quinta-feira (24) a partir das 15h, em apoio à greve dos caminhoneiros.
Os indícios são de que parte dessas mensagens está sendo enviada não de maneira orgânica ou espontânea, mas por postagens pagas e provavelmente a partir de distribuição por linhas telefônicas do exterior.
A intervenção militar pura é algo que poderia escancarar o golpe no Brasil e prejudicar a continuidade do projeto neoliberal radical que vem sendo implementado pelo governo Temer. Mas uma solução “café com leite”, com o Supremo e com tudo, poderia ser melhor aceita e envolver também as Forças Armadas.
Os próximos dias são decisivos para o país. E o adiamento das eleições com a constituição de um governo interventor jurídico-militar é uma possibilidade que não pode ser descartada. Por isso, mais do que nunca as forças progressistas têm que disputar as ruas e articular fortemente um campo civil democrático para resistir ao que pode estar sendo construído nas sombras e nas casernas. O momento não é apenas de mais uma crise. Mas de uma grave crise político-institucional. Que pode nos levar a um túnel ainda mais escuro do que o atual.
Aeroportos podem parar amanhã
As consequências caóticas não param por aí. A Infraero divulgou um relatório alertando que os aeroportos de Congonhas, em São Paulo; de Palmas (TO), Recife (PE), Maceió (AL) e Aracaju (SE) só têm combustível suficiente para abastecer os aviões até esta quarta-feira (23), com o risco de caos aéreo para os próximos dias. Com a paralisação, portos pelo país também vêm tendo a distribuição de produtos comprometida. A não distribuição de combustíveis afeta ainda os Correios, que suspendeu, nesta quarta-feira, as postagens com dia e hora marcados.
Supermercados desabastecidos, preços de combustíveis e alimentos nas alturas, serviços interrompidos e insatisfação popular generalizada: um ambiente mais do que propício para que cresça o apoio a uma intervenção militar.
Intervenção pode ser via acordo jurídico-militar
Em grupos de direita pelas redes sociais as mensagens defendendo uma intervenção militar já estão viralizando. Inúmeros vídeos falando sobre o “caos” brasileiro com o aumento do preço dos combustíveis e invocando as Forças Armadas para resolver a crise tem sido espalhados fortemente. Uma mensagem que circula com força convoca uma paralisação nesta quinta-feira (24) a partir das 15h, em apoio à greve dos caminhoneiros.
Os indícios são de que parte dessas mensagens está sendo enviada não de maneira orgânica ou espontânea, mas por postagens pagas e provavelmente a partir de distribuição por linhas telefônicas do exterior.
A intervenção militar pura é algo que poderia escancarar o golpe no Brasil e prejudicar a continuidade do projeto neoliberal radical que vem sendo implementado pelo governo Temer. Mas uma solução “café com leite”, com o Supremo e com tudo, poderia ser melhor aceita e envolver também as Forças Armadas.
Os próximos dias são decisivos para o país. E o adiamento das eleições com a constituição de um governo interventor jurídico-militar é uma possibilidade que não pode ser descartada. Por isso, mais do que nunca as forças progressistas têm que disputar as ruas e articular fortemente um campo civil democrático para resistir ao que pode estar sendo construído nas sombras e nas casernas. O momento não é apenas de mais uma crise. Mas de uma grave crise político-institucional. Que pode nos levar a um túnel ainda mais escuro do que o atual.
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