Por Ricardo Kotscho, em seu blog:
Duas imagens nos jornais desta quinta-feira retratam com fidelidade a tragédia brasileira, dois anos após o golpe.
Numa delas (ver post anterior), João Doria e Sergio Moro festejam em Nova York a entrega do premio “Personalidade do Ano” outorgado ao juiz.
João Doria deveria estar em São Paulo, acudindo as vítimas do desabamento do prédio dos sem teto, mas abandonou o cargo 33 meses antes do final do mandato para se candidatar a governador.
Está praticamente eleito por WO, por absoluta falta de adversários no tucanistão.
Sergio Moro foi aclamado como “herói nacional” por empresários e banqueiros nos Estados Unidos.
Os dois são brasileiros que venceram na vida.
Diante do prédio que caiu no largo do Paissandu, em São Paulo, ficaram os derrotados: as vítimas da ocupação dos sem-teto que pegou fogo e caiu, deixando na rua centenas de desabrigados.
Na outra imagem do dia, o fotógrafo Danilo Verpa, da Folha, mostra crianças comendo e brincando no chão da praça ocupada por barracas dos desabrigados.
Se alguém me perguntar no futuro como era o Brasil em 2018 bastaria mostrar estas duas fotos. Nem precisam de legendas.
Entre os derrotados pelo sistema que gerou Moro e Doria estão também os 27,7 milhões de brasileiros sem trabalho ou subempregados, chegando a 24,7% da população economicamente ativa _ um entre cada quatro trabalhadores, segundo os novos dados do primeiro trimestre do ano divulgados pelo IBGE.
É o maior contingente desde o início da série histórica, em 2012, com taxa de desemprego de 13,1%, um crescimento de 1,3% em relação ao trimestre anterior.
Deste total, 13,7 milhões procuraram os empregos prometidos pelo governo, mas não encontraram.
Os demais são catalogados como “subocupados” por insuficiência de horas trabalhadas, e as pessoas que gostariam de trabalhar, mas nem se animaram a procurar emprego
Outro recorde registrado foi o da “taxa de desalento” dos trabalhadores, os 4,1% que simplesmente desistiram de procurar emprego por falta de ofertas.
A turma de smoking que está fazendo festa em Nova York não se mostra preocupada com estes números, tão distantes da realidade deles como o Brasil dos EUA.
Para distrair o andar de baixo, vêm aí a Copa do Mundo e as festas juninas e, em seguida, a campanha eleitoral, em que Doria poderá exibir a foto com Moro.
Enquanto isso, 50 famílias continuam acampadas com as crianças largadas no coração de São Paulo, esperando os R$ 400,00 por mês de auxílio-aluguel prometido pelas autoridades, mas não há prazo para isso acontecer.
O Brasil do andar de cima tem outras prioridades este ano.
Vida que segue.
Numa delas (ver post anterior), João Doria e Sergio Moro festejam em Nova York a entrega do premio “Personalidade do Ano” outorgado ao juiz.
João Doria deveria estar em São Paulo, acudindo as vítimas do desabamento do prédio dos sem teto, mas abandonou o cargo 33 meses antes do final do mandato para se candidatar a governador.
Está praticamente eleito por WO, por absoluta falta de adversários no tucanistão.
Sergio Moro foi aclamado como “herói nacional” por empresários e banqueiros nos Estados Unidos.
Os dois são brasileiros que venceram na vida.
Diante do prédio que caiu no largo do Paissandu, em São Paulo, ficaram os derrotados: as vítimas da ocupação dos sem-teto que pegou fogo e caiu, deixando na rua centenas de desabrigados.
Na outra imagem do dia, o fotógrafo Danilo Verpa, da Folha, mostra crianças comendo e brincando no chão da praça ocupada por barracas dos desabrigados.
Se alguém me perguntar no futuro como era o Brasil em 2018 bastaria mostrar estas duas fotos. Nem precisam de legendas.
Entre os derrotados pelo sistema que gerou Moro e Doria estão também os 27,7 milhões de brasileiros sem trabalho ou subempregados, chegando a 24,7% da população economicamente ativa _ um entre cada quatro trabalhadores, segundo os novos dados do primeiro trimestre do ano divulgados pelo IBGE.
É o maior contingente desde o início da série histórica, em 2012, com taxa de desemprego de 13,1%, um crescimento de 1,3% em relação ao trimestre anterior.
Deste total, 13,7 milhões procuraram os empregos prometidos pelo governo, mas não encontraram.
Os demais são catalogados como “subocupados” por insuficiência de horas trabalhadas, e as pessoas que gostariam de trabalhar, mas nem se animaram a procurar emprego
Outro recorde registrado foi o da “taxa de desalento” dos trabalhadores, os 4,1% que simplesmente desistiram de procurar emprego por falta de ofertas.
A turma de smoking que está fazendo festa em Nova York não se mostra preocupada com estes números, tão distantes da realidade deles como o Brasil dos EUA.
Para distrair o andar de baixo, vêm aí a Copa do Mundo e as festas juninas e, em seguida, a campanha eleitoral, em que Doria poderá exibir a foto com Moro.
Enquanto isso, 50 famílias continuam acampadas com as crianças largadas no coração de São Paulo, esperando os R$ 400,00 por mês de auxílio-aluguel prometido pelas autoridades, mas não há prazo para isso acontecer.
O Brasil do andar de cima tem outras prioridades este ano.
Vida que segue.
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