Christine Lagarde e Mauricio Macri/Efe |
A imprensa nativa, com o seu “jornalismo de guerra”, sempre tratou a presidenta argentina Cristina Kirchner – principalmente após a aprovação da temida “Ley de Medios” – como inimiga ferrenha e vibrou com a derrota do seu candidato nas eleições de 2015. O ricaço Mauricio Macri, metido em inúmeros escândalos de sonegação e evasão de divisas, foi apresentado como o “salvador” do país vizinho. Como no Brasil, a mídia jurou que a economia argentina se recuperaria “instantaneamente” da crise e seria um exemplo para o restante do continente. A “calunista” global Míriam Leitão, porta-voz econômica da famiglia Marinho, foi uma das mais empolgadas com as medidas ultraliberais impostas pelo “audacioso” presidente portenho.
Em artigo postado no jornal O Globo em outubro de 2017, Míriam Leitão ainda estava deslumbrada, confundindo torcida com jornalismo. “A economia da Argentina está em recuperação e pode crescer 3% este ano e 4% no ano que vem. Isso explica em parte a vitória do presidente Mauricio Macri nas eleições [legislativas] do último final de semana. O ajuste promovido pelo governo já traz resultados concretos que começam a ser percebidos pela população. A recuperação do Brasil também tem ajudado, pelas fortes relações comerciais entre os dois países”, escreveu. Não é para menos que na semana passada, quando estourou mais uma grave crise na Argentina, a “previsão” de Míriam Leitão tenha viralizado na internet e virado chacota.
De fato, os “ajustes” do entreguista Mauricio Macri trouxeram “resultados concretos”. A Argentina está pendurada na brocha, sem reservas e totalmente endividada. Após 18 anos, o país volta a pedir empréstimos aos abutres do Fundo Monetário Internacional (FMI). Para conter a sangria interna e favorecer os rentistas, o governo elevou a taxa de juros de 22 para 40% e apresentará um duro plano de contenção de despesas, que paralisará de vez a economia e afetará principalmente as camadas mais vulneráveis da sociedade, inclusive os “coxinhas” locais que foram ludibriados pelas promessas da mídia, como o Grupo Clarín – que se equivale em manipulação ao Grupo Globo no Brasil.
Até o correspondente Ariel Palacios, outro “calunista” global que sempre fustigou Cristina Kirchner e bajulou Mauricio Macri, agora confirma a tragédia. “Desde o início do ano, o otimismo que havia predominado desde sua posse em dezembro de 2015 foi ultrapassado pelo pessimismo. Isto é, os slogans do início do seu governo, como ‘Estamos fazendo a revolução da alegria’, ‘O pior já passou’ e ‘O mundo está ávido por investir na Argentina’, ficaram – pelo menos temporariamente – enterrados no passado”, lamentou em matéria postada na revista Época neste sábado (12). Diante da quebradeira causada pelas políticas neoliberais de Mauricio Macri, fica uma dica. “Vai pra Argentina, Míriam Leitão”.
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