O jornalismo que usa como fonte única e exclusivamente as forças policiais do Rio de Janeiro cometeu mais um erro (?) gravíssimo nesta quarta-feira.
No RJTV2, às 19h22, a reportagem da jornalista Mônica Teixeira que abordava o assassinato do inspetor da Polícia Civil, Ellery Ramos de Lemos, na favela de Acari, trouxe a foto de um homem negro acompanhada da seguinte locução: “A Divisão de Homicídios da Polícia Civil identificou um suspeito, o criminoso que tem o apelido XXXX e seria cunhado de YYYY, chefe do tráfico do Amarelinho, que foi preso ontem”.
No entanto, XXXX já havia se apresentado à Polícia durante a tarde, desfazendo algum mal entendido, tanto que foi liberado pela polícia.
25 minutos depois, o G1 publicou esta reportagem aqui , que diz: “Um homem que era investigado por envolvimento na morte do inspetor de polícia Ellery de Ramos Lemos, de 51 anos, se apresentou na 58ªDP (Posse), na tarde desta quarta-feira (13). Após esclarecimentos, ele foi liberado”. Não houve qualquer menção à reportagem errada.
Na reportagem desta quinta, no Bom Dia Rio, outra vez, não houve qualquer correção ou mesmo referência ao “equívoco”. Quantas falhas o jornalismo diplomado cometeu até a foto deste ser humano negro estampar a casa de 100 milhões de uns?
1) chamou de criminoso uma pessoa suspeita
2) estampou a foto de uma pessoa suspeita
3) estampou a foto de uma pessoa suspeita pela Polícia do Rio
4 ) criminalizou o parente de um criminoso
5) omitiu o nome da pessoa que, agora se sabe, foi liberada
6) não admitiu o erro
7) pouco se lixou para a vida de um ser humano negro
8 ) patrocinou uma caçada (que já começou, aliás, com a presença de 3 caveirões em Acari)
9) defendeu, sempre, os militares
10) a “reportagem” com o erro grotesco segue no ar, na internet sem qualquer errata
#VidasNegrasImportam
#VidasNasFavelasImportam
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