As convenções partidárias que definirão candidatos a presidente e alianças começam nesta sexta-feira, 20, com aquela trupe política fisiológica a negociar sem qualquer pudor seu passe na eleição. A turma namorou Ciro Gomes, do PDT, e Geraldo Alckmin, do PSDB, dupla que mais cobiça o apoio do autointitulado “Centrão” para enfrentar o lulismo e o bolsonarismo.
Nos últimos dias, não faltou reunião de representantes desse tal de “Centrão” com emissários de Ciro e com o próprio Alckmin. Em uma nota divulgada na quinta-feira, 19, PP, PR, PRB, DEM e Solidariedade garantem que vão agir em conjunto e que a intenção é “anunciar publicamente uma decisão comum na semana que vem”.
Na quinta-feira 19 à noite, após um dia de reuniões entre si e com Alckmin, uma acordo com o tucano parecia próximo, com negociadores a dizer anonimamente à mídia que compromissos de parte a parte estavam praticamente selados.
A turma quer a vaga de vice do eventual apoiado, destinada ao empresário Josué Gomes da Silva, filho do falecido José Alencar, vice por oito anos do ex-presidente Lula. Josué é do PR, partido com o qual o pai foi eleito ao lado de Lula em 2003.
Volúvel, o PR já tinha namorado o presidenciável da extrema-direita, Jair Bolsonaro, do PSL, o qual sonhava em ter como vice o senador evangélico Magno Malta, do PR capixaba.
Em troca da vaga de vice e, claro, de benesses em um futuro governo, o dito “Centrão” tem a oferecer tempo de tevê na propaganda eleitoral de gratuita que irá ao ar a partir de 31 de agosto. Unidos a essa turma, Alckmin e Ciro no mínimo dobrariam a duração de suas propagandas.
Antes da maratona de conversas com o PSDB na quinta-feira, 19, as negociações em dias anteriores tinham sido com emissários de Ciro. Em uma recente conversa reservada, o presidente do DEM, Antonio Carlos Magalhães Neto, prefeito de Salvador, comentou que não há condição de fazer campanha por Alckmin na Bahia, devido à antipatia despertada por ele no eleitor local.
O flerte com Ciro é complicado, no entanto. As posições econômicas defendidas pelo pedetista, críticas ao rentismo e ao “mercado”, estão à esquerda das ideias do “Centrão” - se é que é possível enxergar alguma “ideia” no grupo.
Na terça-feira, 17, o pedetista participou de um debate na Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) e reafirmou certas posições. Disse que os campos de petróleo pré-sal entregues a multinacionais no governo Michel Temer serão desapropriados. E repetiu que vai rever a reforma trabalhista de Temer, embora tenha usado palavras mais leves.
Em uma eleição que será marcada pelo sentimento de mudança de governo, vide os alarmantes índices de desaprovação de Temer, Alckmin precisa ainda mais do que Ciro do apoio do dito “Centrão” .
Afinal, Ciro é explicitamente anti-Temer e anti-MDB, a quem chama de “quadrilha”. Já o PSDB é sócio de primeira hora do governo, cujos resultados na economia são os seguintes até agora: PIB anão (de 1% em 2017 e, prevê o FMI, de 1,8% este ano), desemprego gigante, miséria em alta, Brasil prestes a voltar ao mapa da fome.
Aliás, até o mais governista dos presidenciáveis, Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda de Temer, parece envergonhado da própria obra, a julgar pelo que escreveu numa rede social em 14 de julho: “Dezenas de milhões de brasileiros, entre 2003 e 2010, saíram das classes de renda mais baixa e passaram para a classe média. Essa é a grande lembrança que a população tem desse período em que fui presidente do Banco Central”.
Quer dizer, prefere se vender como colaborador do governo Lula. Sua candidatura pelo MDB deverá confirmada em uma convenção em 2 de agosto, apesar da performance de Meirelles nas pesquisas estar à altura de sua obra na Fazenda, 1%.
A explicação para o aparente desatino do MDB? O milionário Meirelles promete pagar a campanha do próprio bolso, sem gastar a cota emedebista do fundo público eleitoral. Mais: há sinais de que vai ter grana dele até para uns candidatos emedebistas.
De volta ao PSDB. Além de não poder recorrer à economia como trunfo, os apuros criminais de emplumados como Aécio Neves e José Serra matam qualquer pretensão tucana de posar de vestal na eleição, um figurino usado em 2014, quando o partido pregou que bastava tirar o PT do poder para a corrupção acabar.
Diante de todas essas dificuldades e com uma posição pífia nas pesquisa até aqui, na casa dos 5%, arrancar o apoio do “Centrão” é mais importante do que nunca para Alckmin...
Nos últimos dias, não faltou reunião de representantes desse tal de “Centrão” com emissários de Ciro e com o próprio Alckmin. Em uma nota divulgada na quinta-feira, 19, PP, PR, PRB, DEM e Solidariedade garantem que vão agir em conjunto e que a intenção é “anunciar publicamente uma decisão comum na semana que vem”.
Na quinta-feira 19 à noite, após um dia de reuniões entre si e com Alckmin, uma acordo com o tucano parecia próximo, com negociadores a dizer anonimamente à mídia que compromissos de parte a parte estavam praticamente selados.
A turma quer a vaga de vice do eventual apoiado, destinada ao empresário Josué Gomes da Silva, filho do falecido José Alencar, vice por oito anos do ex-presidente Lula. Josué é do PR, partido com o qual o pai foi eleito ao lado de Lula em 2003.
Volúvel, o PR já tinha namorado o presidenciável da extrema-direita, Jair Bolsonaro, do PSL, o qual sonhava em ter como vice o senador evangélico Magno Malta, do PR capixaba.
Em troca da vaga de vice e, claro, de benesses em um futuro governo, o dito “Centrão” tem a oferecer tempo de tevê na propaganda eleitoral de gratuita que irá ao ar a partir de 31 de agosto. Unidos a essa turma, Alckmin e Ciro no mínimo dobrariam a duração de suas propagandas.
Antes da maratona de conversas com o PSDB na quinta-feira, 19, as negociações em dias anteriores tinham sido com emissários de Ciro. Em uma recente conversa reservada, o presidente do DEM, Antonio Carlos Magalhães Neto, prefeito de Salvador, comentou que não há condição de fazer campanha por Alckmin na Bahia, devido à antipatia despertada por ele no eleitor local.
O flerte com Ciro é complicado, no entanto. As posições econômicas defendidas pelo pedetista, críticas ao rentismo e ao “mercado”, estão à esquerda das ideias do “Centrão” - se é que é possível enxergar alguma “ideia” no grupo.
Na terça-feira, 17, o pedetista participou de um debate na Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) e reafirmou certas posições. Disse que os campos de petróleo pré-sal entregues a multinacionais no governo Michel Temer serão desapropriados. E repetiu que vai rever a reforma trabalhista de Temer, embora tenha usado palavras mais leves.
Em uma eleição que será marcada pelo sentimento de mudança de governo, vide os alarmantes índices de desaprovação de Temer, Alckmin precisa ainda mais do que Ciro do apoio do dito “Centrão” .
Afinal, Ciro é explicitamente anti-Temer e anti-MDB, a quem chama de “quadrilha”. Já o PSDB é sócio de primeira hora do governo, cujos resultados na economia são os seguintes até agora: PIB anão (de 1% em 2017 e, prevê o FMI, de 1,8% este ano), desemprego gigante, miséria em alta, Brasil prestes a voltar ao mapa da fome.
Aliás, até o mais governista dos presidenciáveis, Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda de Temer, parece envergonhado da própria obra, a julgar pelo que escreveu numa rede social em 14 de julho: “Dezenas de milhões de brasileiros, entre 2003 e 2010, saíram das classes de renda mais baixa e passaram para a classe média. Essa é a grande lembrança que a população tem desse período em que fui presidente do Banco Central”.
Quer dizer, prefere se vender como colaborador do governo Lula. Sua candidatura pelo MDB deverá confirmada em uma convenção em 2 de agosto, apesar da performance de Meirelles nas pesquisas estar à altura de sua obra na Fazenda, 1%.
A explicação para o aparente desatino do MDB? O milionário Meirelles promete pagar a campanha do próprio bolso, sem gastar a cota emedebista do fundo público eleitoral. Mais: há sinais de que vai ter grana dele até para uns candidatos emedebistas.
De volta ao PSDB. Além de não poder recorrer à economia como trunfo, os apuros criminais de emplumados como Aécio Neves e José Serra matam qualquer pretensão tucana de posar de vestal na eleição, um figurino usado em 2014, quando o partido pregou que bastava tirar o PT do poder para a corrupção acabar.
Diante de todas essas dificuldades e com uma posição pífia nas pesquisa até aqui, na casa dos 5%, arrancar o apoio do “Centrão” é mais importante do que nunca para Alckmin...
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