Por Ricardo Kotscho, em seu blog:
Notícia publicada neste sábado na coluna de Mônica Bergamo, na Folha, confirmando informações anteriores:
“A pesquisa da XP Investimentos divulgada na sexta, confirmou sondagens de bancos e administradoras de fundos que mostram a real probabilidade de um segundo turno entre Fernando Haddad (PT-SP), “como candidato de Lula”, e Jair Bolsonaro (PSL-RJ).
Qual é a surpresa? Desde a primeira pesquisa para as eleições presidenciais no ano passado, o ex-presidente Lula, com ampla vantagem, seguido de Jair Bolsonaro, lideram todos os levantamentos divulgados até aqui.
A única novidade é que agora, em lugar do Lula, aparece o “candidato de Lula” para ir ao segundo turno contra Bolsonaro.
Ou seja, a grande aliança golpista montada para evitar uma nova vitória do PT, pela quinta vez seguida, conseguiu tirar Lula da disputa, mas não as suas ideias, como o próprio ex-presidente profetizou para uma multidão diante do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, poucas horas antes de ser preso em Curitiba.
Quatro anos de Operação Lava Jato, unindo mercado, mídia e todo o Judiciário, foram capazes de derrubar Dilma Rousseff, mas não de tirar Lula da disputa de 2018.
Agora com o nome de Fernando Haddad em lugar de Lula, o PT continua assustando o establishment, como também relata Bergamo em sua coluna:
“Nas palavras do diretor de uma administradora, o mercado ainda está em fase de negação do quadro, considerado o pior para seus interesses”.
Que interesses seriam esses?, poderia perguntar o preclaro leitor se não vivesse no Brasil (este Balaio tem mais de 2 mil leitores só nos Estados Unidos) e não soubesse o que está em jogo nestas eleições.
Chega a ser patético o desfecho do grande golpe de 2016: com Michel Temer escondido debaixo da cama no Jaburu para não atrapalhar, os candidatos governistas não conseguem encontrar um candidato competitivo para enfrentar Lula (ou Haddad) e Bolsonaro, que continuam liderando as pesquisas.
Certamente não foi para isso que condenaram e prenderam Lula em Curitiba.
Só falta agora dizerem que a XP Investimentos é do filho do Lula, e não do banco Itaú, que comprou dias atrás 49% da empresa.
Se Geraldinho Alckmin, o candidato tucano adotado por grande parte da elite, não conseguir emplacar, nem com a ajuda do Centrão, o que mais eles podem fazer?
Outra parte do establishment já se encantou com Jair Bolsonaro, por falta de opções melhores, como única alternativa para evitar a volta do PT ao poder.
Entre o militar troglodita da extrema direita e o picolé de chuchu do Tucanistão, o coração do mercado balança, mas eles não são de rasgar dinheiro.
Em último caso, vão mesmo de Bolsonaro, o mais antipetista dos candidatos, que fez disso a sua bandeira.
Num país em que o antipetismo virou razão de viver para tucanos descornados e idiotas em geral, que perderam a modéstia nas redes sociais, agora vale tudo, até mesmo melar o jogo, alegando que a ONU ofendeu a “soberania nacional”, aliás, já vendida na bacia das almas pelos golpistas triunfantes.
No circo de horrores dos debates entre presidenciáveis na televisão, agoniza a democracia brasileira tão duramente reconquistada apenas 33 anos atrás.
Se Bolsonaro for cassado em algum dos seus processos, e Alckmin continuar empacado nas pesquisas, eles não terão dúvidas em apoiar o cabo Daciolo, com sua bíblia sempre na mão.
Por que não?
Já que é para esculhambar a eleição, vale o cabo Daciolo e o capitão Bolsonaro, qualquer um, desde que seja para derrotar Lula e o PT.
Fico triste pelos meus colegas jornalistas que ainda são obrigados a levar a sério esta campanha eleitoral para mostrar que são “isentos”.
Do jeito que vai, acabarão desmoralizando as fake news porque ninguém é capaz de inventar tamanha esbórnia, nem Donald Trump e Gabriel Garcia Marquez juntos…
Vida que segue.
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