Por Ricardo Kotscho, em seu blog:
Os números divulgados esta semana pelo Ibope sobre as eleições em São Paulo não poderiam ser mais dramáticos para o que sobrou do PSDB de Mario Covas.
Padrinho e afilhado, Geraldo Alckmin e João Doria sentem agora na própria carne os efeitos da traição de que foram vítimas nesta campanha.
Tudo começou quando, ainda no ano passado, logo depois de tomar posse na prefeitura, Doria já se lançou como presidenciável, furando a fila de Alckmin, candidato natural do tucanato por tempo de serviço.
Como não deu certo, o prefeito largou o cargo com 15 meses de mandato e, em seguida, lançou-se candidato a governador, achando que era só correr para o abraço.
Agora, os dois afundam juntos, colocando em risco o futuro do reinado do Tucanistão que instalaram há um quarto de século em São Paulo.
Na eleição presidencial, Alckmin está 19 pontos (33% a 14%) atrás de Jair Bolsonaro, em São Paulo, estado que governou por quatro vezes, já praticamente fora do segundo turno.
Na projeção de segundo turno da eleição para governador, Doria perde por 8 pontos (39% a 31%) para Paulo Skaf, o empresário dos patos amarelos.
E a rejeição a Doria bateu nos 33%, contra 19% de Skaf.
Para completar, fracassou a última tentativa de Geraldo Alckmin de unir a direita, agora chamada de “centro democrático”, em torno dele, para salvar sua candidatura presidencial.
Também, tendo como grande estrategista o advogado Miguel Reale Júnior, o Miguelzinho, parceiro de Janaína Paschoal no impeachment de Dilma, o que mais os tucanos poderiam esperar?
Só o nanico Álvaro Dias aceitou o convite para uma “concertação” em torno de Alckmin na reunião marcada por Miguelzinho, na terça-feira, em São Paulo.
Henrique Meirelles, João Amoêdo e até Marina Silva deram uma solene banana para o ex-governador paulista empacado com um dígito nas pesquisas e abandonado até pelo Centrão de Eduardo Cunha.
Enquanto isso, o ex-prefeito fujão roda pelo interior de São Paulo em busca dos votos que perdeu na capital, agora a bordo da chapa “Bolsodoria”.
Para se ter uma ideia do tamanho da traição no ninho tucano, 41% dos eleitores que declararam voto em Doria no Ibope, vão votar no capitão para presidente, e apenas 24%, em Alckmin.
A 12 dias da eleição, está dando tudo errado para o criador Geraldo e a criatura João Trabalhador, que dispõem do maior tempo de propaganda na TV, mas não viram o tempo passar pela janela.
Golpistas de primeira hora, os dois tucanos confiaram demais no marketing, sem ter café no bule para oferecer à freguesia.
O antipetismo do eleitorado paulista agora encontrou outros candidatos para chamar de seus, um ex-capitão do Exército e o presidente da Fiesp, aliado de Michel Temer.
Nos bons tempos das eleições anteriores, Alckmin e Doria venceram no primeiro turno e achavam que a festa nunca iria acabar.
Qual será o futuro político dos dois, se as pesquisas do Ibope se confirmarem?
Quem tiver alguma sugestão pode mandar aqui para o Balaio.
Vida que segue.
Dória vai se ajeitar num programa de tv sobre maquiagem masculina; Geraldo vai criar um instituto que ensina a montar editais espertissimos.
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