segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Custa entender que estamos em guerra?

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                           

O TSE ao barrar a candidatura de Lula apenas formalizou uma decisão já há muito tomada pelos togados corrompidos que hoje junto com a Globo dão as cartas no país. A justiça eleitoral deu continuidade ao roteiro do golpe: tentar destruir o PT, apear Dilma do governo, caçar Lula até prendê-lo e impedir a todo custo que ele seja candidato a presidente.

Até aí morreu o Neves. O que assusta é o pânico que tomou conta de um número considerável de militantes da esquerda nas redes sociais. Noves fora os robôs que tentam se passar por petistas, o alarmismo de tanta gente que quer bem ao país e ao povo brasileiro se sustenta em teorias absurdamente conspiratórias (como uma suposta trama de Haddad e de parte do PT contra Lula), ou num derrotismo antecipado, ou ainda em bobagens do tipo “é Lula ou nada.”

Quer dizer, então, que muitos dos nossos levavam fé que o TSE fosse subitamente convertido à condição de tribunal respeitador dos princípios constitucionais e dos tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário? Não é fácil entender como pode causar tamanha estupefação o voto de um ministro alinhado até a medula ao golpe e à quebra da ordem constitucional como Barroso.

Suspeito que alimentem no fundo da alma a vã esperança de que a ditadura do judiciário, regime autoritário de novo tipo urdido para dar cabo do PT, possa se render ao clamor da banda democrática da sociedade. Por mais pesaroso que seja, é importante reconhecer que não há no horizonte sinais de que isso possa ocorrer no curto prazo.

Os placar de 6x1 em desfavor de Lula no TSE só realça o acerto da tática do PT de esticar a corda da candidatura de Lula até onde der. Cada violência cometida contra Lula só contribui para fortalecer no povo brasileiro a certeza de que o ex-presidente sofre uma perseguição implacável comandada pelos endinheirados da Casa Grande, pela mídia e pelas instituições do estado.

Ainda mais agora que, oficialmente, para martirizar Lula, o Brasil descumpriu decisão da ONU e se transformou numa espécie de pária internacional. E vai pagar por isso. Os adversários estão atordoados com a insistência petista com Lula, ao mesmo tempo em que o nome de Haddad é projetado. O PT se movimenta no campo de batalha a partir de uma estratégia de guerra bem definida, pautada pelos contornos dramáticos desta eleição. Envolve riscos? Claro que sim, mas, fora da rendição, é a única saída possível.

Outra coisa: o alarido em torno das intenções de voto em Haddad captadas pelas últimas pesquisas do Ibope e do Datafolha não fazem nenhum sentido. Até os inimigos do povo reconhecem que a candidatura de Haddad está fadada ao crescimento, se Lula for definitivamente impedido pelo STF, o que muito provavelmente ocorrerá.

Aos céticos de plantão recomendo especial atenção à pontuação do ex-prefeito de São Paulo nas pesquisas depois de 15 dias da propaganda eleitoral de rádio e TV no ar.Todos os que usaram parâmetros convencionais para avaliar as ações de Lula quebraram a cara. Lula, como um dos maiores fenômenos da política de todos os tempos no mundo, será capaz de transferir os votos necessários para levar Haddad ao segundo turno e à vitória sobre o golpe e o fascismo. Quem viver verá.

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