Por Gilberto Maringoni
Vamos ao calendário: o 7 de outubro de 2018 marca uma efeméride fundamental na luta contra a extrema-direita no Brasil. Nessa data, em 1934 (também um domingo!), a Ação Integralista Brasileira (AIB) havia marcado um comício na praça da Sé, em São Paulo, para comemorar dois anos do lançamento de seu Manifesto.
Não contavam com a disposição e iniciativa de um largo movimento antifascista, nucleado pelo Partido Comunista do Brasil (PCB), então na clandestinidade. Praticamente todas as organizações progressistas e de esquerda do movimento popular aderiram à convocação da contramanifestação.
O integralismo era uma versão tropical do fascismo. Liderado por Plínio Salgado, tinha numa carolice extremada e no anticomunismo visceral suas razões de existir. Tornou-se um movimento de massas no início dos anos 1930.
A adesão democrática às vésperas do final de semana veio em cascata, após a criação da FUA (Frente Única Antiintegralista).
Conheci um dos participantes, o comunista Alberto de Souza (1908-1991), ex-soldado da Força Pública e dirigente do Partido em Bauru. Em depoimento inédito a Arthur Monteiro Junior, que em breve lançará sua biografia, Souza contou o que se segue:
"Dia 7 de outubro. Domingo. Meio-dia. Desfilando, chegam à praça mulheres e crianças trajando roupas verdes, postando-se nas escadarias da Catedral, entoando hinos partidários e dando vivas ao integralismo. Posteriormente, em marcha, chegam os demais integralistas, muitos armados.
Um tiro ecoa na cercania da praça. Não se sabe de onde partiu, mas foi o bastante para o início do embate campal, quando os militantes da Frente tomaram a praça, realizando mini comícios, em meio ao tiroteio que durou cerca de quatro horas.
A presença maciça dos frentistas levaram os integralistas a abandonarem a praça em debandada; livrando-se pelo caminho das camisas verdes que usavam, símbolo do integralismo. Não foi por acaso que o confronto entrou para a história como a “Batalha da Praça da Sé” ou “Revoada dos Galinhas Verdes”.
O 7 de outubro deveria ser oficializado nacionalmente como o Dia da Luta Contra o Fascismo. É preciso, 84 anos depois, colocar os galinhas verdes para correr. Desta vez nas urnas!
Vamos ao calendário: o 7 de outubro de 2018 marca uma efeméride fundamental na luta contra a extrema-direita no Brasil. Nessa data, em 1934 (também um domingo!), a Ação Integralista Brasileira (AIB) havia marcado um comício na praça da Sé, em São Paulo, para comemorar dois anos do lançamento de seu Manifesto.
Não contavam com a disposição e iniciativa de um largo movimento antifascista, nucleado pelo Partido Comunista do Brasil (PCB), então na clandestinidade. Praticamente todas as organizações progressistas e de esquerda do movimento popular aderiram à convocação da contramanifestação.
O integralismo era uma versão tropical do fascismo. Liderado por Plínio Salgado, tinha numa carolice extremada e no anticomunismo visceral suas razões de existir. Tornou-se um movimento de massas no início dos anos 1930.
A adesão democrática às vésperas do final de semana veio em cascata, após a criação da FUA (Frente Única Antiintegralista).
Conheci um dos participantes, o comunista Alberto de Souza (1908-1991), ex-soldado da Força Pública e dirigente do Partido em Bauru. Em depoimento inédito a Arthur Monteiro Junior, que em breve lançará sua biografia, Souza contou o que se segue:
"Dia 7 de outubro. Domingo. Meio-dia. Desfilando, chegam à praça mulheres e crianças trajando roupas verdes, postando-se nas escadarias da Catedral, entoando hinos partidários e dando vivas ao integralismo. Posteriormente, em marcha, chegam os demais integralistas, muitos armados.
Um tiro ecoa na cercania da praça. Não se sabe de onde partiu, mas foi o bastante para o início do embate campal, quando os militantes da Frente tomaram a praça, realizando mini comícios, em meio ao tiroteio que durou cerca de quatro horas.
A presença maciça dos frentistas levaram os integralistas a abandonarem a praça em debandada; livrando-se pelo caminho das camisas verdes que usavam, símbolo do integralismo. Não foi por acaso que o confronto entrou para a história como a “Batalha da Praça da Sé” ou “Revoada dos Galinhas Verdes”.
O 7 de outubro deveria ser oficializado nacionalmente como o Dia da Luta Contra o Fascismo. É preciso, 84 anos depois, colocar os galinhas verdes para correr. Desta vez nas urnas!
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