Por Maurício Dias, na revista CartaCapital:
O Brasil está diante de uma das mais importantes disputas eleitorais ocorridas na história republicana. Mais uma vez, o destino do País está verdadeiramente em jogo. A democracia, já incomodada de qualquer modo, pode decidir.
Nascida nos quartéis, a República sempre se viu às voltas com os militares. Parece um vício. Remeta-se, como exemplo, a Deodoro da Fonseca, o primeiro presidente do País. A comprovação da interferência do Exército tem sido feita com votos nas urnas ou, com frequência, com um chute na porta. Assim é a “democracia tropical”.
Após o Estado Novo, foi restabelecido o sistema de voto democrático contaminado pela disputa de oficiais da mais alta patente: o general Eurico Gaspar Dutra e o brigadeiro Eduardo Gomes. Ganhou Dutra.
Eduardo Gomes, representante da barulhenta UDN, perdeu para Vargas. Na sequência, o general Juarez Távora perdeu para JK. Em 1960, o general Teixeira Lott foi batido por Jânio Quadros, que, em poucos meses, renunciou. O vice assumiu. João Goulart foi derrubado pelos generais.
Ocuparam o poder manu militari. Foram 21 anos de ditadura. Após isto, desgastados, os militares entregaram o poder de mão beijada aos civis. Basicamente, aos políticos da conciliação a qualquer preço. Daí foi possível convocar oito eleições, à sombra, porém, de uma frágil democracia facilmente desmontada pelo golpe de 2016.
Jair Bolsonaro é mais um autoritário atrás do poder. Está disposto a tudo. Com ele, o Brasil está sob ameaça.
Contra Lula, não faltou quem espalhasse ódio e preconceito. Lula e o PT entraram na mira. Ele, vencedor em duas eleições, deu a vitória duas vezes a Dilma Rousseff. Um peso insuportável para os adversários.
O ex- metalúrgico está barrado pelas tramas da Justiça (Justiça?), sem que a perseguição ponha em risco sua condição de grande líder popular.
Proibido de falar, calado no período eleitoral, Lula conduziu da cadeia o processo político-eleitoral do PT e suportou altivamente os dissabores criados por alguns tristes trêfegos: um juiz de primeira instância, sete juízes de um tribunal eleitoral e outros 11 inquisidores envolvidos nos conflitos da instância final de uma alta corte de fancaria.
Nascida nos quartéis, a República sempre se viu às voltas com os militares. Parece um vício. Remeta-se, como exemplo, a Deodoro da Fonseca, o primeiro presidente do País. A comprovação da interferência do Exército tem sido feita com votos nas urnas ou, com frequência, com um chute na porta. Assim é a “democracia tropical”.
Após o Estado Novo, foi restabelecido o sistema de voto democrático contaminado pela disputa de oficiais da mais alta patente: o general Eurico Gaspar Dutra e o brigadeiro Eduardo Gomes. Ganhou Dutra.
Eduardo Gomes, representante da barulhenta UDN, perdeu para Vargas. Na sequência, o general Juarez Távora perdeu para JK. Em 1960, o general Teixeira Lott foi batido por Jânio Quadros, que, em poucos meses, renunciou. O vice assumiu. João Goulart foi derrubado pelos generais.
Ocuparam o poder manu militari. Foram 21 anos de ditadura. Após isto, desgastados, os militares entregaram o poder de mão beijada aos civis. Basicamente, aos políticos da conciliação a qualquer preço. Daí foi possível convocar oito eleições, à sombra, porém, de uma frágil democracia facilmente desmontada pelo golpe de 2016.
Jair Bolsonaro é mais um autoritário atrás do poder. Está disposto a tudo. Com ele, o Brasil está sob ameaça.
Contra Lula, não faltou quem espalhasse ódio e preconceito. Lula e o PT entraram na mira. Ele, vencedor em duas eleições, deu a vitória duas vezes a Dilma Rousseff. Um peso insuportável para os adversários.
O ex- metalúrgico está barrado pelas tramas da Justiça (Justiça?), sem que a perseguição ponha em risco sua condição de grande líder popular.
Proibido de falar, calado no período eleitoral, Lula conduziu da cadeia o processo político-eleitoral do PT e suportou altivamente os dissabores criados por alguns tristes trêfegos: um juiz de primeira instância, sete juízes de um tribunal eleitoral e outros 11 inquisidores envolvidos nos conflitos da instância final de uma alta corte de fancaria.
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