quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Derrota do fascismo será derrota do sistema

Por Jeferson Miola, em seu blog:           

Nesses dias derradeiros que antecedem a eleição de domingo, dissiparam-se todas as indefinições; o sistema está abraçado ao candidato de extrema-direita.

Bolsonaro é o candidato da Globo, da mídia, do TSE, STF, MP, PF, do judiciário; dos bancos, dos empresários, das forças armadas, das oligarquias.

O fascista é o candidato do establishment, é o candidato em quem o sistema aposta todas as fichas, não importa o quão tenebroso seria um eventual governo dele.

Repete-se, no Brasil do século 21, a experiência da Alemanha de 1933, quando as frações da classe dominante, cegadas pelo delírio, sucumbiram a Hitler e ao hitlerismo, abrindo as portas do inferno que tragou o sistema político-institucional alemão.

Nada parece despertar o instinto de auto-preservação do sistema. Nem mesmo as ameaças totalitárias e sanguinárias antecipadas pelos milicianos nazi-bolsonaristas, que prometem fechar o STF e perseguir para assassinar os oponentes do fascismo. Esses anúncios repugnam o mundo civilizado, mas não comovem a abastardada oligarquia brasileira.

É acintosa a conivência do tribunal eleitoral diante da fraude da eleição e da manipulação grosseira financiada por empresários corruptos com milhões de reais de caixa 2.

Nos partidos de centro-direita mais importantes, PSDB e MDB, que se supunha prestarem lealdade incondicional à democracia para além das divergências com o PT, a adesão ao nazi-bolsonarismo foi chocante.

Líderes do PSDB, como FHC e outros políticos, assim como intelectuais tucanos que [ainda] não aderiram abertamente à candidatura do Bolsonaro criam sofismas, mitigam os perigos da eleição do Bolsonaro e vendem ilusões para não declarar apoio ao Haddad, em que pese conhecerem as atrocidades e práticas milicianas da família Bolsonaro.

Também desprezam os apelos de autoridades, intelectuais e políticos do mundo inteiro para se somarem aos democratas na missão de salvar o Brasil do abismo fascista.

A essas alturas, seria ilusório crer que a oligarquia possa ter algum constrangimento em ser governada por um personagem tosco, torpe, truculento.

Bolsonaro é o elo de união da burguesia e de todas as frações da classe dominante num novo pacto de dominação para sair da crise neoliberal desde uma perspectiva totalitária, centrada no terrorismo estatal e paramilitar para o extermínio da esquerda e do PT.

A elite brasileira, em aliança com o grande capital internacional, encomendou a Bolsonaro a execução de um plano econômico ultraliberal, selvagem, e cujo conteúdo anti-povo, anti-nação e neocolonial devastaria o país.

A contenção do avanço fascista é a tarefa histórica que não pode prescindir da união de todos os democratas e progressistas do Brasil. É necessário, nos dias que restam até a eleição, continuar e intensificar o esforço para alertar as consciências e conquistar a adesão do povo à resistência ativa ao fascismo.

A derrota do fascismo significará a derrota do sistema. Os próximos dias serão de guerra titânica da democracia e da liberdade para impedir que o país seja arruinado pela loucura e pelo desatino do establishment.

Um comentário:

  1. pastor Henrique Vieira fez um discurso emocionante para as mais de 100 mil pessoas presentes na Lapa na noite do dia 23 de outubro.
    "Jesus foi vítima de tortura então não podemos apoiar quem homenageia torturadores", disse o pastor.
    https://www.youtube.com/watch?time_continue=137&v=XgEd8YmZ_nk

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