Aracaju, 20/10/18 |
O poder econômico está onde sempre esteve: do lado oposto. Alunos e professores da Universidade de São Paulo resolveram fazer sua parte naquilo que consideram a mais efetiva ação para conquistar votos: a campanha boca a boca. Para organizarem os trabalhos, reuniram-se no auditório da Faculdade de Educação.
O professor José Sérgio Carvalho, da Faculdade de Educação da USP, leu o artigo “Lembrai-vos” do professor Flávio Brayner da Universidade Federal de Pernambuco:
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LEMBRAI-VOS! (por Flávio Brayner, 18/10/2018, Jornal do Commercio)
Quando Péricles, o estadista ateniense, pronunciou sua famosa Oração Fúnebre, diante dos mortos do Peloponeso, ele disse que aqueles homens morreram para que a ideia da Polis não sucumbisse: a Polis não era um lugar, mas algo que se levava dentro de si: uma disposição para, através da palavra argumentada, resolver os conflitos humanos.
Quando Abraham Lincoln fez seu famoso Discurso de Gettysburg (1863), diante dos mortos daquela batalha, disse que aqueles homens morreram para que o “governo do povo, pelo povo e para o povo não desaparecesse da face da Terra!”.
Na praça principal dos vilarejos franceses há sempre uma coluna de granito com os nomes dos habitantes que deixaram suas vidas nos campos de batalha, ou que foram fuzilados pelas forças nazistas de ocupação.
Esta lista termina sempre com uma advertência imperativa: SOUVENEZ-VOUS! (LEMBRAI-VOS!). Mas, do que precisamos LEMBRAR? “Passante. Aqui estão registrados em pedra os nomes daqueles que doaram suas vidas para que você pudesse gozar da liberdade das instituições da República Francesa. LEMBRAI-VOS!”.
É disto que precisamos recordar: que somos herdeiros; que as instituições políticas sob as quais vivemos não foram “doadas”; que só é digno da liberdade aquele que sabe conquistá-la; que a conservação e o avanço de instituições democráticas exigem um estado de alerta social permanente.
Estamos às vésperas de uma ruptura que vai exigir dos “herdeiros” um enorme esforço de memória. Foi com o sacrifício de nossos antepassados que a sociedade brasileira reconquistou a democracia (1985), esta crença, ao mesmo tempo frágil e vigorosa, de que a política é arte de convencer (uso da palavra), não de vencer (uso das armas). Não dispomos de nenhuma garantia de que, uma vez colocado o pé na civilização moderna – com suas instituições políticas- não correríamos mais o risco de voltar atrás. “As civilizações, sabemos agora, são mortais!”, dizia Paul Valéry.
Como o Brasil é este estranho país em que a cada 20 anos esquece o que se passou nos últimos 20 anos, é aqui onde o esforço de memória se faz necessário: “Cidadão. Vós que caminhastes para as urnas, saiba que este direito de escolher Vosso destino só foi possível porque muitos brasileiros se sacrificaram para que as instituições democráticas e republicanas não desaparecessem de nosso país. LEMBRAI-VOS!”. Pode parecer estranho, mas é em nome dos caídos do Peloponeso, dos mortos de Gettysburg, dos fuzilados da Resistência francesa, dos desaparecidos da ditadura no Brasil que eu votarei.
Flávio Brayner é professor titular da UFPE e é um cidadão que tem memória!
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“O que eu tenho visto é que, na realidade, há uma espécie deformação da imagem daqueles que militam com direitos humanos, daqueles que trabalham pelo direito à vida. Isso tem aparecido na voz das pessoas e, o que eu tenho feito, é tentado resgatar um pouco essa valorização do humano. E contrapor à ideia de que o humano direito é que merece os direitos humanos”, ressaltou a professora Sandra Nunes, pesquisadora do Diversitas – Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos, que busca através da arte e dos clássicos deslocar as pessoas de suas posições cristalizadas.
O professor Paulo Endo, do Instituto de Psicologia da USP e membro do grupo Psicanalistas pela Democracia, lembrou da necessidade de retirarmos o horror de dentro de nós e devolvê-lo àquele ou àquilo que de fato é portador desse horror.
O jornalista livre, César Locatelli, buscou inspirar, para o trabalho de base, através de um texto do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra:
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Posição política do MST em relação ao 2° turno das eleições presidenciais no Brasil
O MST manifesta seu apoio à candidatura de Fernando Haddad e Manuela D’ Avila a presidência da República e convoca as famílias assentadas e acampadas, os apoiadores e apoiadoras da luta pela reforma agrária à somarem-se na luta para elegermos um projeto popular para o Brasil neste segundo turno.
Entendemos que nestas eleições estão em disputas dois projetos. E nos posicionamos a favor do projeto que defende os trabalhadores e trabalhadoras, a democracia e um país mais justo e soberano. Por isso, convocamos a todos e todas para a tarefa do trabalho de base, de debate, conscientização e de construção de um Brasil para todos e todas.
Em nossos 34 anos, sempre defendemos a democracia, os direitos humanos e os direitos sociais. Assim como aprendemos na prática que o discurso da violência do Estado sempre se dirige contra os mais pobres. Portanto, nosso lado sempre foi o da vida, o da luta, o da justiça, o da democracia e a defesa dos direitos.
Apoiamos Haddad porque acreditamos que a saída para a grave crise social, política e econômica do nosso país só é possível com um projeto popular que garanta geração de emprego e renda sem retirada dos direitos.
Porque lutamos por vida digna e justiça no campo, com a produção de alimentos saudáveis, com respeito aos bens comuns da natureza, com políticas sociais que desenvolvam as agroindústrias e a agroecologia, a educação do campo e o combate a toda forma de discriminação e preconceito apoiamos Haddad.
Por isso, convocamos também a sociedade para combater o retrocesso, o autoritarismo e a intolerância expressos na outra candidatura. Para isso é importante o engajamento de todos e todas, em cada espaço, em cada bairro, em cada município, para que o medo e a violência não nos derrotem, nem submetam nosso país a um projeto de retrocesso, de retirada de direitos e de subordinação ao capital e aos interesses internacionais.
Reafirmamos nosso compromisso em seguir lutando pela liberdade do presidente Lula, denunciando as violações constitucionais e manipulações do judiciário e da mídia burguesa que interferem e violam a vida democrática do país.
Os brasileiros e brasileiras derrotarão o medo, a intolerância e a violência.
Lula Livre!
Lutar, construir reforma agrária popular!
Direção Nacional do MST
São Paulo, 11 de Outubro de 2018.
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“13 motivos para votar contra Bolsonaro” é um exemplo de folheto que pode ser impresso e distribuído nos trabalhos de base e na campanha boca a boca.
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