Luís Nassif alertou ontem, no GGN; Tereza Cruvinel avisa hoje, no Jornal do Brasil: é tão estranho que, ao apagar das luzes de um governo obscuro, decrete-se a criação – como fez Michel Temer com o decreto Nº 9.527, publicado na terça feira – de uma “Força-Tarefa de Inteligência para o enfrentamento ao crime organizado no Brasil” que fica a suspeita de que isso seja o embrião de uma”central de monitoramento político” encomendada por brucutus que se animaram com a perspectiva de instituir uma ditadura pelas urnas.
No decreto, diz-se que a a tarefa da Força é a “produzir relatórios de inteligência com vistas a subsidiar a ação governamental no enfrentamento a organizações criminosas que afrontam o Estado brasileiro e suas instituições”.
Perfeitamente. Mas que organizações criminosas? De conhecidas, sabe-se das do narcotráfico. Se é este o alvo, porque não dizê-lo, claramente?
Se não são, ou não são apenas estas, que outras? Que crimes estas misteriosas “organizações criminosas” estão cometendo?
Como não temos parlamento nem imprensa, haverá alguém que pergunte isso ao sr. Temer ou ao chefe, na prática, desta Força Tarefa, o general Sérgio Etchegoyen?
Do contrário, terá razão Cruvinel ao supor que possa ser “o primeiro instrumento de força que será colocado a serviço de Bolsonaro se ele vencer, para reprimir eventuais insurgências”.
“Estará montado antes do pleito. Temer o faz em perfeita coerência com a promoção do poder dos militares em seu governo, amparando-se neles para compensar sua debilidade política. Colocou-os em cargos estratégicos e entregou-lhes o Rio com uma intervenção fracassada.”
Será, como disse Luís Nassif, “o AI-1 do novo regime”.
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