Editorial do site Vermelho:
Charlatanismo. Eis o melhor nome para o visto temporário para o mundo do patriotismo que o candidato presidencial Jair Bolsonaro se autoconcedeu. Sem a menor cerimônia, ele adota um tom cínico na campanha ao fazer acenos eleitoreiros que confrontam descaradamente seu programa de governo. Enquanto o candidato da direita fala em preservar o "miolo da Petrobrás" e frear a privatização da Eletrobras, prometendo inclusive uma inacreditável intervenção na margem de lucro na venda de combustíveis, o "Projeto Fênix", como é chamado o seu programa de governo, diz que a política de preços para derivados de petróleo deve ser mantida e seguir o mercado internacional e que a empresa deve vender parcela substancial da sua capacidade de refino, varejo, transporte e outras atividades, além de criar um "mercado livre de gás natural".
Em entrevista na GloboNews, na campanha do primeiro turno, o economista-chefe de Bolsonaro, o ultraliberal Paulo Guedes, disse em bom português que todas as estatais deveriam ser privatizadas. Bolsonaro também disse, na mesma GloboNews, que havia a possibilidade de privatizar a Petrobras. Há ainda a reveladora informação do presidente do PSL (o partido bolsonarista), Gustavo Bebianno, de que eles não pretendem privatizar a Petrobras no curto prazo, mas a possibilidade não pode ser descartada no médio ou longo prazo, após processo que chamou de “saneamento geral da estatal”. Soma-se a essa agenda privatista a defesa, pela candidatura de Bolsonaro, da entrega da Embraer, uma empresa nacional estratégica, à Boeing, um gigante mundial do setor.
O ponto é: qual dessas versões prevaleceria num hipotético governo Bolsonaro? A tendência clara é de submissão à força mais poderosa da sua campanha, o mercado financeiro, que conta com as privatizações radicais para que seu projeto seja realizado. O mesmo raciocínio se aplica a questões como o Bolsa Família, a Previdência Social, a "reforma" trabalhista, a Emenda Constitucional 95 (que congela os investimentos públicos por 20 anos) e os fundamentos ultraliberais e neocoloniais da sua proposta econômica.
Ou seja: há nessa história duas velas acesas, uma tentativa de servir a dois senhores, que pode ser resumida como empulhação. Bolsonaro, especialmente nesse segundo turno, tem se apresentado com essas duas caras, uma para os seus amos e outra bem diferente para o eleitor. Sem a demagogia eleitoreira, o candidato da extrema direita na verdade é um traidor da pátria que, como ele gosta de se vangloriar, surgiu no meio militar.
Com essas posições programáticas, Bolsonaro desonra a farda que já foi dos generais Horta Barbosa e Estilac Leal, entre outros, convictos defensores da soberania nacional na luta pela criação da Petrobras como um dos seus principais esteios. A memória patriótica brasileira guarda com reverência as conferências no Clube Militar contra os defensores da participação do capital privado estrangeiro na exploração das reservas brasileiras. Horta Barbosa alertava para a impossibilidade de se conciliar o controle nacional sobre a exploração do petróleo com a participação das grandes empresas internacionais. Tornou-se presidente-de-honra do Centro de Estudos e Defesa do Petróleo e da Economia Nacional, principal incentivador da campanha "O petróleo é nosso".
Com Bolsonaro, o Brasil está novamente diante de graves ameaças à sua soberania. A bandeira que o bolsonarismo diz ser brasileira na verdade tem como pano de fundo símbolos que afrontam os interesses nacionais e os direitos do povo. Sem as cores-fantasia, o que se vê são interesses do alto escalão do rentismo internacional, o mundo do capital especulativo apátrida sem alma e sem coração. Bolsonaro é um mero agente desses grupos interesseiros e se apresenta com a máscara de defensor de uma plataforma política e programática completamente divorciada do seu programa de governo e distante da sua ideologia fascista. Não à toa ele se recusa a debater suas propostas, fugindo da democracia como o Diabo da água benta.
Essas questões precisam ser expostas às claras para que o povo tenha conhecimento do grau de perigo que ele significa. Contra ele, emerge o pensamento democrático e progressista, essencialmente patriótico. Esse é o caminho para a busca de soluções dos graves problemas nacionais. O Brasil precisa de patriotismo, não de entreguismo. Precisa de democracia, não de fascismo. Precisa de união do povo, não de falsas soluções à base do arbítrio e da violência. São fundamentos essenciais para se entender as diferenças entre as candidaturas que apresentam propostas patrióticas e democráticas - a chapa Fernando Haddad-Manuela d´Ávila - e as que se utilizam do embuste para encobrir o descarado entreguismo autoritário - a chapa Jair Bolsonaro-Hamilton Mourão.
Charlatanismo. Eis o melhor nome para o visto temporário para o mundo do patriotismo que o candidato presidencial Jair Bolsonaro se autoconcedeu. Sem a menor cerimônia, ele adota um tom cínico na campanha ao fazer acenos eleitoreiros que confrontam descaradamente seu programa de governo. Enquanto o candidato da direita fala em preservar o "miolo da Petrobrás" e frear a privatização da Eletrobras, prometendo inclusive uma inacreditável intervenção na margem de lucro na venda de combustíveis, o "Projeto Fênix", como é chamado o seu programa de governo, diz que a política de preços para derivados de petróleo deve ser mantida e seguir o mercado internacional e que a empresa deve vender parcela substancial da sua capacidade de refino, varejo, transporte e outras atividades, além de criar um "mercado livre de gás natural".
Em entrevista na GloboNews, na campanha do primeiro turno, o economista-chefe de Bolsonaro, o ultraliberal Paulo Guedes, disse em bom português que todas as estatais deveriam ser privatizadas. Bolsonaro também disse, na mesma GloboNews, que havia a possibilidade de privatizar a Petrobras. Há ainda a reveladora informação do presidente do PSL (o partido bolsonarista), Gustavo Bebianno, de que eles não pretendem privatizar a Petrobras no curto prazo, mas a possibilidade não pode ser descartada no médio ou longo prazo, após processo que chamou de “saneamento geral da estatal”. Soma-se a essa agenda privatista a defesa, pela candidatura de Bolsonaro, da entrega da Embraer, uma empresa nacional estratégica, à Boeing, um gigante mundial do setor.
O ponto é: qual dessas versões prevaleceria num hipotético governo Bolsonaro? A tendência clara é de submissão à força mais poderosa da sua campanha, o mercado financeiro, que conta com as privatizações radicais para que seu projeto seja realizado. O mesmo raciocínio se aplica a questões como o Bolsa Família, a Previdência Social, a "reforma" trabalhista, a Emenda Constitucional 95 (que congela os investimentos públicos por 20 anos) e os fundamentos ultraliberais e neocoloniais da sua proposta econômica.
Ou seja: há nessa história duas velas acesas, uma tentativa de servir a dois senhores, que pode ser resumida como empulhação. Bolsonaro, especialmente nesse segundo turno, tem se apresentado com essas duas caras, uma para os seus amos e outra bem diferente para o eleitor. Sem a demagogia eleitoreira, o candidato da extrema direita na verdade é um traidor da pátria que, como ele gosta de se vangloriar, surgiu no meio militar.
Com essas posições programáticas, Bolsonaro desonra a farda que já foi dos generais Horta Barbosa e Estilac Leal, entre outros, convictos defensores da soberania nacional na luta pela criação da Petrobras como um dos seus principais esteios. A memória patriótica brasileira guarda com reverência as conferências no Clube Militar contra os defensores da participação do capital privado estrangeiro na exploração das reservas brasileiras. Horta Barbosa alertava para a impossibilidade de se conciliar o controle nacional sobre a exploração do petróleo com a participação das grandes empresas internacionais. Tornou-se presidente-de-honra do Centro de Estudos e Defesa do Petróleo e da Economia Nacional, principal incentivador da campanha "O petróleo é nosso".
Com Bolsonaro, o Brasil está novamente diante de graves ameaças à sua soberania. A bandeira que o bolsonarismo diz ser brasileira na verdade tem como pano de fundo símbolos que afrontam os interesses nacionais e os direitos do povo. Sem as cores-fantasia, o que se vê são interesses do alto escalão do rentismo internacional, o mundo do capital especulativo apátrida sem alma e sem coração. Bolsonaro é um mero agente desses grupos interesseiros e se apresenta com a máscara de defensor de uma plataforma política e programática completamente divorciada do seu programa de governo e distante da sua ideologia fascista. Não à toa ele se recusa a debater suas propostas, fugindo da democracia como o Diabo da água benta.
Essas questões precisam ser expostas às claras para que o povo tenha conhecimento do grau de perigo que ele significa. Contra ele, emerge o pensamento democrático e progressista, essencialmente patriótico. Esse é o caminho para a busca de soluções dos graves problemas nacionais. O Brasil precisa de patriotismo, não de entreguismo. Precisa de democracia, não de fascismo. Precisa de união do povo, não de falsas soluções à base do arbítrio e da violência. São fundamentos essenciais para se entender as diferenças entre as candidaturas que apresentam propostas patrióticas e democráticas - a chapa Fernando Haddad-Manuela d´Ávila - e as que se utilizam do embuste para encobrir o descarado entreguismo autoritário - a chapa Jair Bolsonaro-Hamilton Mourão.
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