sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Oligarquia em pânico no Rio Grande do Norte

Por Altamiro Borges

A decrépita oligarquia do Rio Grande do Norte está desesperada. No primeiro turno, vários dos seus caciques foram derrotados nas urnas e uma liderança popular, a senadora Fátima Bezerra (PT), quase venceu a eleição para o governo estadual. Agora, para evitar a confirmação da derrota, a direita potiguar partiu para o tudo ou nada, desafiando inclusive o Judiciário. Nesta quinta-feira (25), a Justiça Eleitoral proibiu a distribuição de um folheto mentiroso produzido pelas campanhas de Jair Bolsonaro e de Carlos Eduardo Alves, que hoje compõem o campo do fascismo no Estado. A decisão, porém, está sendo desrespeitada pelos jagunços da direita.

A sentença da Justiça é explícita, determinando “a todos os representados a proibição de efetuar a distribuição dos panfletos ora questionados, a impossibilidade de efetuar nova produção, bem como a impossibilidade de publicá-lo em qualquer meio, seja na TV ou na Internet, tudo sob pena de R$ 50.000,00, montante necessário para que se evite a sua distribuição às vésperas da eleição do segundo turno de 2018″. Ainda de acordo com a decisão, o material da aliança fascista é criminoso. “É de se reconhecer a flagrante tentativa de chocar o eleitorado potiguar, induzindo-o a não votar na candidata ora representante”.

O pânico da oligarquia potiguar é compreensível. Caso seja derrotada no segundo turno, como apontam todas as pesquisas, ela terá muita dificuldade para se reagrupar. As suas principais lideranças foram abatidas nesta eleição. Como registrou a Folha, “os senadores Garibaldi Alves (MDB) e Agripino Maia (DEM), dois dos principais caciques do Rio Grande do Norte, saíram derrotados desta eleição. A política tradicional no estado desmoronou nos últimos meses, com lideranças presas e atingidas pela Operação Lava Jato. Garibaldi Alves, que tentava a reeleição, ficou em quarto lugar na disputa para senador, com 12,93% dos votos. Ele já apareceu em delações como destinatário de doações ilegais de campanha e foi denunciado no STF, mas nega as acusações”.

“Agripino Maia, também envolvido na Lava Jato, é réu em dois processos no STF, acusado de intermediar negociações de propina. Com mandato ininterrupto desde 1995, ele desistiu de concorrer à reeleição e tentava se eleger deputado federal. Não conseguiu. Ele sempre disse que o recuo não tinha a ver com as acusações e afirmou estar ‘absolutamente tranquilo’ com as investigações. O atual governador, Robinson Faria (PSD), ficou em terceiro lugar na disputa estadual. Ele foi denunciado à Justiça por causa de um esquema de funcionários fantasmas na Assembleia... Já Rogério Marinho (PSDB-RN), que tentava garantir a permanência na Câmara dos Deputados, ficou fora. O tucano ganhou projeção ao ser relator da reforma trabalhista do governo Michel Temer”.

O falso pedetista Carlos Eduardo Alves, hoje aliado da extrema-direita, é a única esperança de sobrevivência política da oligarquia no Rio Grande do Norte. Caso vença a disputa para o governo estadual, ele garantiria uma boquinha para os caciques derrotados nas urnas. O problema é que sua imagem está muito pregada à sujeira da oligarquia local, como registrou a própria revista Época: “A candidata do PT ao governo, Fátima Bezerra está prestes a expor a relação de seu adversário no segundo turno, Carlos Alves (PDT), com o ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves. Carlos e Henrique são primos de primeiro grau e trabalharam juntos no governo de Garibaldi Alves, primo dos dois. Os petistas insinuarão que Henrique Alves - que ficou preso em razão de investigação derivada da Lava Jato - mandará no governo de Carlos Alves, caso ele seja eleito no domingo”.

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