O espetáculo não podia ser mais deprimente.
O PSDB de São Paulo – vale dizer, o PSDB nacional, porque a seção paulista sempre foi a cabeça do partido – viveu uma troca de ofensas, gravada e publicada, com acusações de traição e falsidade a João Doria.
Doria, depois de ter mandado um aliado pedir a renúncia de Alckmin da presidência do partido, fez queixas sobre a distribuição do Fundo Partidário, insinuando que Alckmin gastou demais em sua campanha e deu-lhe poucos recursos.
E fez questão de humilhar o ex-governador ao dizer que lhe dá “o perdão”.
Embora tudo isso seja de conhecimento público, o jogo da hipocrisia vai continuar.
Alckmin fingirá que apoia Doria e perderá com ele, outra vez.
Perderá também se Doria ganhar, porque será expurgado do tucanato pelo seu novo “dono”.
O PSDB, polo da política nacional não existe mais e morreu de morte morrida, não da morte matada que se tentou impor ao PT.
Desmilinguiu-se, derretido por duas mediocridades – o próprio Alckmin e Aécio Neves – e um picareta aventureiro, João Dória que, em dois anos, catalisou o processo.
Doria, agora, vai se ajoelhar diante de Bolsonaro.
O que Fernando Henrique tentou fazer e Mario Covas impediu ao tentar aderir a Fernando Collor, Doria tentará fazer agora.
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