É de dar engulhos estomacais o noticiário sobre a euforia que tomou do chamado mercado diante da votação obtida pelo capitão nazista no primeiro turno das eleições presidenciais.
Como boa parte da mídia monopolista reflete os interesses do tal mercado, um grande contingente de brasileiros e brasileiras não se dá conta do que ele realmente significa. Na certa, imagina que tem a ver com a economia real, com produção, com salário, com emprego.Ledo engano.
Na realidade, o mercado se limita a um conglomerado formado por um pequeno número de bancos - que se dedicam à agiotagem oficializada -, corretoras de valores, casas de câmbio, fundos de investimentos, etc.
Essa turma, embora não produza um parafuso sequer, navega ao sabor da especulação, dos juros extorsivos e da compra de papeis da dívida pública para pressionar e chantagear governos.
Em suma, é um caso típico de vagabundagem altamente remunerada. Ah, faltou dizer: goza também de escandalosos privilégios tributários, pois através de uma lei de FHC o Brasil se somou à Estônia como os dois únicos países em que os dividendos estão a salvo da cobrança de imposto de renda.
É alarmante a falta de compromisso do mercado com o Brasil e o destino de seu povo. Na esteira de suas ações, fica claro que preconiza um país para no máximo 40 milhões de pessoas. Os 160 milhões restantes que se virem sem emprego, salário, renda, saúde, educação e direitos. Pela lógica macabra que orienta a atuação do mercado, se morrerem, não farão falta alguma.
Não é por outro motivo que todos os ataques à democracia, aos interesses do país, da classe trabalhadora e do povo brasileiro movem os índices do mercado para cima.
Golpe de estado contra uma presidenta eleita democraticamente – apoteose no mercado; fim da CLT com a aprovação da reforma trabalhista - festa no mercado; congelamento dos gastos sociais por 20 anos – êxtase no mercado; entrega das riquezas do pré-sal às petroleiras estrangeiras – delírio no mercado; condenação via processo fraudulento e prisão de Lula - otimismo no mercado.
E o mercado, historicamente, se comporta no sentido inverso sempre que um candidato de esquerda sobe nas pesquisas, ou a reforma da previdência empaca no Congresso, ou é aprovada alguma lei sintonizada com a soberania nacional.
Está mais do que na hora de enfrentar esse bando de parasitas, que inclusive se beneficia dos spreads bancários mais elevados do mundo e de uma concentração bancária lesiva aos usuários do sistema.
E Haddad faz muito bem ao não tergiversar sobre o assunto. Um dos pontos da reforma tributária, que o candidato da civilização contra a barbárie aponta como uma de suas prioridades, é pra lá de bem-vindo: quanto mais juros os banqueiros cobrarem, mais imposto pagarão.
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