sábado, 10 de novembro de 2018

A mídia e a imbecilização da nação

Por Adilson Filho, no blog Viomundo:

Cultivar a ignorância como valor social, será essa a contribuição do Brasil recém-saído das urnas para o mundo?

Pior do que a inclinação para se manter afastado do conhecimento e de ostentar a própria burrice por aí, crente que ‘tá abafando’, é a impossibilidade crônica que esse novo perfil nacional tem de pensar por si mesmo.

O nosso tipo de burrice não encontra paralelo.

Caracteriza-se pela total falta de originalidade: é todo-mundo-repetindo-a-mesma-coisa-somente-porque-tá-todo-mundo-repetindo-a-mesma-coisa e pronto.

A atrofia das capacidades de duvidar, questionar, aprofundar faz desse novo brasileiro - que, agora, bate mais forte no peito, pois viu que não está sozinho - o maior imitador de papagaio do planeta.

O que está acontecendo aqui precisa ser estudado urgente.

Povo que terceiriza opinião dessa forma tão vulgar está fadado a viver eternamente manipulado e alienado até dos seus sentimentos mais básicos de admiração, indignação, etc.

Eu acho que esse tipo de ignorância adoece de verdade. Eu vejo todo dia pessoas que estão nitidamente doentes.

O seu líder máximo, hoje, pode falar e fazer o que quiser que nada chocará nem despertará um pingo sequer de espanto em ninguém.

O sujeito pode até aparecer nu com metralhadora numa mão e megafone na outra, vociferando um repertório inédito de barbaridades…E nada.

Se não houver muitos formadores de opinião para bradar contra o óbvio, esse absurdo passa batido.

Assim, amanhã ocorrerá algo mais escabroso que também será solenemente ignorado na “República dos Apedeutas e Broncos”.
No Brasil, todos nós sabemos, que um absurdo só vira absurdo quando todo mundo, pelos quatro cantos do planeta, diz que aquilo  é um absurdo.
E para todo mundo achar que é um absurdo, o absurdo precisa ‘pegar’, virar moda, passar pelo JN, estar na capa da revista, na primeira página do jornal pendurado na banca, no rádio do taxista, e por aí vai.

Não precisa ser gênio para constatar que só há uma maneira (pelo menos, mais imediata) de esse “concreto pesado” começar a rachar.

É a imprensa brasileira cumprir o seu papel de informar com isenção e compromisso público, de fazer denúncia social com o mínimo de responsabilidade.

Quanto a isso, tem que ser por um bom tempo, pois a gente pode esquecer.

A mídia brasileira, a cada dia que passa, nos prova que, mais do que nunca, está firme e forte para ser sócia do projeto de imbecilização geral da nação.

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