Por Renato Rovai, em seu blog:
O general Augusto Heleno, que foi nomeado ministro da Defesa antes mesmo de Bolsonaro vencer as eleições, disse ao site oficial da extrema direita brasileira e do futuro governo, O Antagonista, que o ex-ministro da Defesa e das Relações Internacionais Celso Amorim “é o primeiro ex-chanceler a usar vários diplomatas a ele ligados em uma campanha no exterior contra o seu próprio país, mentindo sobre a prisão de Lula. Atitude impatriótica, vergonhosa e injustificável”.
Não se pode dizer que foi uma declaração, afinal soa muito mais como uma ameaça.
Nunca um futuro ministro da Defesa se referiu a um colega que ocupou o cargo desta forma na história do Brasil. Ou seja, sua afirmação antes de mais nada é uma ruptura com o código de ética que prevalece nesses ambientes.
Mas ela é mais grave, por ser uma ameaça não somente a Celso Amorim, mas a todos que porventura ousem discordar do novo governo. A partir de agora, esses serão os impatriotas.
É uma nova categoria da política à la Bolsonaro. Adversários são tratados como inimigos e para que isso possa ocorrer, eles são taxados de inimigos da Nação. Impatriotas é só um dos epítetos.
Na ditadura militar o amor à pátria foi usado como combustível para perseguir estudantes que pichavam a palavra democracia em muros, para massacrar greves e lideranças sindicais que buscavam reajustes salariais, para mandar ao exílio intelectuais e professores universitários que não se calavam, para censurar jornais e artistas em geral.
O amor à pátria nunca moveu países para destinos melhores.
O amor à pátria foi usado por Hitler para fazer a 2ª guerra mundial, eliminar judeus, ciganos e militantes de esquerda. Foi também a arma de Mussolini e de Franco. Tem sido usado numa lógica diferente por Trump para separar mães e filhos imigrantes em jaulas.
O amor à pátria é alma dos governos de inspiração nazi-fascistas.
É muito difícil debater neste terreno, porque o senso comum opera na lógica do “Brasil, ame-o ou deixe-o”. Que certamente vai se tornar adesivo e camisetas em breve (e de novo).
Os impatriotas serão colocados em listas para serem perseguidos como já está acontecendo com artistas que declararam voto em Haddad.
Os impatriotas terão suas casas pichadas, seus carros atacados, suas vidas vasculhadas por órgãos de segurança. Haverá um chamamento à população para que as pessoas denunciem os impatriotas.
Porque os governos de inspiração nazi-fascistas precisam disseminar o ódio não só na política geral, mas no âmbito das relações familiares, do trabalho, dos espaços de convivência.
E sempre haverá um perigo real para que os impatriotas sejam denunciados. Na ditadura era a ameaça comunista.
Agora, pode ser a declaração de guerra à Venezuela ou ataques terroristas de grupos muçulmanos se o Brasil vier a mudar a embaixada para Jerusalém, contrariando resolução do Conselho de Segurança da ONU.
Mas o fato de ser isso o que esconde a declaração-ameaça do general Heleno, não pode intimidar o lado de cá (aqueles que serão os impatriotas). Esse lado não pode se recolher.
Muito pelo contrário, essa ação num primeiro momento pode vir a obter algum sucesso, mas no médio prazo levará o futuro governo a se isolar na sua bolha inicial. Aquela que foi muito importante para que Bolsonaro vencesse a eleição, mas que não é grande o suficiente para que ele governe.
Não haverá brioches para oferecer ao povo na ausência de pão. E muitos dos que apostaram no capitão querem mudanças nas suas vidas. Querem emprego, saúde, alimentação.
Esses não serão soldados de uma causa sem consequência por muito tempo.
Por este motivo, se a declaração de guerra do general Heleno assusta pelo que tem de fascista, ela pode significar a senha para a sua derrota.
A oposição precisa assumir como mote a defesa do país inteiro. De todos e todas. Dos torcedores de todos os times, e de todas as posições políticas. O todo contra a parte. É assim que se derrota o fascismo. Mas especialmente, sem ter medo.
Não se pode dizer que foi uma declaração, afinal soa muito mais como uma ameaça.
Nunca um futuro ministro da Defesa se referiu a um colega que ocupou o cargo desta forma na história do Brasil. Ou seja, sua afirmação antes de mais nada é uma ruptura com o código de ética que prevalece nesses ambientes.
Mas ela é mais grave, por ser uma ameaça não somente a Celso Amorim, mas a todos que porventura ousem discordar do novo governo. A partir de agora, esses serão os impatriotas.
É uma nova categoria da política à la Bolsonaro. Adversários são tratados como inimigos e para que isso possa ocorrer, eles são taxados de inimigos da Nação. Impatriotas é só um dos epítetos.
Na ditadura militar o amor à pátria foi usado como combustível para perseguir estudantes que pichavam a palavra democracia em muros, para massacrar greves e lideranças sindicais que buscavam reajustes salariais, para mandar ao exílio intelectuais e professores universitários que não se calavam, para censurar jornais e artistas em geral.
O amor à pátria nunca moveu países para destinos melhores.
O amor à pátria foi usado por Hitler para fazer a 2ª guerra mundial, eliminar judeus, ciganos e militantes de esquerda. Foi também a arma de Mussolini e de Franco. Tem sido usado numa lógica diferente por Trump para separar mães e filhos imigrantes em jaulas.
O amor à pátria é alma dos governos de inspiração nazi-fascistas.
É muito difícil debater neste terreno, porque o senso comum opera na lógica do “Brasil, ame-o ou deixe-o”. Que certamente vai se tornar adesivo e camisetas em breve (e de novo).
Os impatriotas serão colocados em listas para serem perseguidos como já está acontecendo com artistas que declararam voto em Haddad.
Os impatriotas terão suas casas pichadas, seus carros atacados, suas vidas vasculhadas por órgãos de segurança. Haverá um chamamento à população para que as pessoas denunciem os impatriotas.
Porque os governos de inspiração nazi-fascistas precisam disseminar o ódio não só na política geral, mas no âmbito das relações familiares, do trabalho, dos espaços de convivência.
E sempre haverá um perigo real para que os impatriotas sejam denunciados. Na ditadura era a ameaça comunista.
Agora, pode ser a declaração de guerra à Venezuela ou ataques terroristas de grupos muçulmanos se o Brasil vier a mudar a embaixada para Jerusalém, contrariando resolução do Conselho de Segurança da ONU.
Mas o fato de ser isso o que esconde a declaração-ameaça do general Heleno, não pode intimidar o lado de cá (aqueles que serão os impatriotas). Esse lado não pode se recolher.
Muito pelo contrário, essa ação num primeiro momento pode vir a obter algum sucesso, mas no médio prazo levará o futuro governo a se isolar na sua bolha inicial. Aquela que foi muito importante para que Bolsonaro vencesse a eleição, mas que não é grande o suficiente para que ele governe.
Não haverá brioches para oferecer ao povo na ausência de pão. E muitos dos que apostaram no capitão querem mudanças nas suas vidas. Querem emprego, saúde, alimentação.
Esses não serão soldados de uma causa sem consequência por muito tempo.
Por este motivo, se a declaração de guerra do general Heleno assusta pelo que tem de fascista, ela pode significar a senha para a sua derrota.
A oposição precisa assumir como mote a defesa do país inteiro. De todos e todas. Dos torcedores de todos os times, e de todas as posições políticas. O todo contra a parte. É assim que se derrota o fascismo. Mas especialmente, sem ter medo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente: