segunda-feira, 19 de novembro de 2018

#LulaLivre no G-20 em Buenos Aires

Por Antonio Barbosa Filho

Reuniões de líderes internacionais como a do G-20, que acontecerá em Buenos Aires no dia 30 de novembro e 1o de dezembro próximos, costumam ter dois efeitos correlatos: a grande atenção de toda a mídia planetária; e os protestos de grupos contrários a ordem econômica mundial defendida por esse e outros organismos globalistas, como o Banco Mundial, o Fórum Econômico Mundial de Davos, a Organização Internacional do Comércio, etc.
O G-20 completa dez anos de sua fundação, que foi uma resposta a crise capitalista de 2008. Hoje o grupo congrega 24 países (o número pode variar conforme convites ocasionais a novos participantes), sendo cinco da África, seis da Ásia, três da Europa (mais a União Européia), e dez das Américas. A cobertura da mídia está garantida pelas presenças de estrelas da política internacional como Emmanuel Macron, Theresa May, Angela Merkel, Vladimir Putin, Justin Trudeau, Donald Trump, Xi Jinping e o anfitrião Maurício Macri.

A direção do PT já recebeu nossa sugestão de enviar uma comitiva de alto nível, com deputados do Parlasul que possuem imunidade na área do Mercosul e intelectuais, para aproveitar o momento e lançar ampla campanha pela libertação do ex-presidente Lula, hoje o mais notório preso político do mundo ocidental. Com apoio de entidades, partidos e sindicatos argentinos, poderiam ser feitas panfletagens, atos públicos, eventos artísticos, e entrevistas coletivas ou individuais aos principais meios de comunicação do mundo. O Prêmio Nobel argentino Adolfo Pérez Esquivel já lidera grande campanha internacional pela concessão do mesmo prêmio a Lula, em 2019, apoiado pelas Mães e Avós da Praça de Maio, igualmente premiadas.

Sugerimos esta ação internacional por acharmos que nada mais se pode esperar do Judiciário brasileiro em favor do ex-presidente. Ele é um preso político e o Judiciário, em todas as instâncias, pretende mantê-lo na cadeia por longuíssimo prazo, talvez até sua morte. Nem se pode saber se isso é uma decisão tomada pelo próprio Judiciário, ou se obedece a pressões e ameaças, algumas confessadas, como a do comandante do Exército, general Villas Bôas, outras intuidas, como as do governo norte-americano. O fato é que dos juízes não se pode esperar Justiça, neste caso: Lula está previamente condenado em qualquer processo que tramita ou venha a tramitar contra ele.

Outro fator é que as bases do PT e de setores progressistas exigem uma elevação do tom da resistência e do protesto contra a perseguição a Lula e a criminalização do próprio partido e da Esquerda. Notas oficiais e pronunciamentos nas tribunas parlamentares não sensibilizam o Judiciário e a velha mídia, comprometidos com o processo golpista, do qual a eliminação política, se não física, de Lula, é ponto primordial.

Há tempo para se organizar os protestos em Buenos Aires, sem o vandalismo usado contra o G-8 em Gênova ou a Organização Mundial do Comércio, em Settle, em 1999, mas com espaço para ampla repercussão e mobilização. Prisões políticas em pleno século 21 são uma excrescência e contrariam valores hoje assimilados por todo o Ocidente. A partir de Buenos Aires, com a cobertura midiática, a campanha por #LulaLivre, #FreeLula, #LulaPoliticalPrisioner ganhará enorme impulso em muitos países, único constrangimento possível aos seus algozes togados ou não.

* Antonio Barbosa Filho é jornalista e coordenador do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé no Vale do Paraíba-SP.

3 comentários:

  1. Louvável o ato MAS inócuo LULA como PRESO POLÍTICO NÃO TEM chance ENQUANTO O POVO NÃO se rebelar e partir PRA PORRADA

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  2. Excelente ideia, porque é justa e viável!

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  3. Aguardo manifestação das secretarias de relações internacionais, de mobilização e outras, do PT. Agradeço os comentários positivos ou críticos.

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