Vereador Toninho Vespoli (PSol) |
Ontem a Câmara Municipal de São Paulo viveu mais um dos seus dias de vergonha. Numa sexta-feira, véspera de Natal, o prefeito Bruno Covas colocou sua base para aprovar a reforma da previdência dos servidores municipais.
Um tema complexo e que merecia ampla discussão entrava em pauta para ser votado de afogadilho. A oposição resistia. A vereadora Samia Bonfim (PSoL), recém-eleita deputada federal, estava no microfone questionando tais métodos, quando irrompe à mesa dos trabalhos o vereador Fernandinho Holiday (DEM), um dos meninos do MBL, especialista em tretas e provocações.
Ele e o vereador Toninho Vespoli (PSoL) começam a discutir. Holidayzinho avança sobre Vespoli e no meio dos xingos pra cá e pra lá lhe dá uma peitada.
Vespoli fica indignado e não se intimida, mas não agride o mebelento.
Um dos vereadores mais experientes da Câmara, Antonio Donato (PT), que já foi presidente da Casa, parte pra cima do moço, que sai andando pra trás na postura típica dos covardes. Donato lhe dá um enquadro e a guarda da Câmara acaba com o confronto.
Depois de causar todo este tumulto, Holyday faz uma live anunciando que vai pedir a cassação de Donato por ter sido agredido.
Nada mais canalha e ao mesmo tempo nada mais simbólico dos tempos políticos que estamos vivendo.
A verdade passou a ser apenas uma caricatura da realidade. O que importa é a versão para grupos que se especializaram em mentir sem nenhum pudor.
O mentiroso se tornou o esperto da vez, aquele que leva vantagem, que consegue o que quer passando por cima de todos os limites éticos.
A expressão maior disso no mundo é Donald Trump, no Brasil é Bolsonaro, mas o que mais assusta é que a partir de 2019 o Congresso Nacional e as assembleias legislativas terão centenas de novos políticos especialistas em tretas e difamação.
Gente desqualificada que não tem condição de construir absolutamente nada. E que tem no grito e nas ameaças sua plataforma eleitoral. Tipos como Holyday.
O próximo período não será fácil, mas se há uma chance rápida de escapar do que se anuncia é derrotar essa trupe.
Há na direita gente muito mais comprometida com o bom debate do que esses tipos. Não há, por exemplo, como comparar Alexandre Frota a Rodrigo Maia. E antes que a direita no Brasil se torne a cara do primeiro e não do segundo, quem vai ter que preservar seu espaço é o campo civilizado do lado de lá. Não é tarefa só da esquerda derrotar os direitopatas. Ao contrário, é principalmente da direita civilizada. Que existe e pode se reconstruir. Ou se tornará refém de pequenos como Holyday.
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