Por Marcelo Zero
Em condições de normalidade democrática, as cerimônias de posse do novo presidente são festas da democracia. Elas são a manifestação maior do principio da soberania popular.
Contudo, neste 1º de janeiro de 2019, a cerimônia de posse do candidato neofascista terá um tom lúgubre.
Não será, de forma alguma, uma comemoração da democracia.
Ao contrário, será uma espécie de funeral das instituições democráticas e dos direitos que as conformam.
Com efeito, como comemorar democraticamente a posse de um candidato que manifestou, inúmeras vezes, seu total desprezo pela democracia?
Como alegrar-se com a chegada ao poder de forças claramente antidemocráticas, que defendem a ditadura, a tortura e a eliminação dos adversários? Como festejar a hegemonia de racistas, misóginos e homofóbicos?
Como ter empatia com as forças obscurantistas que só pregam ódio e intolerância?
Mas não se trata apenas da natureza neofascista e antidemocrática dos que chegam ao poder. Trata-se também do processo que as levou ao poder.
Tal processo foi antidemocrático.
De fato, os neofascistas alcançaram o poder graças à destruição da normalidade democrática no Brasil.
Primeiro, criaram o ódio ao PT, à esquerda e à quimera do “marxismo cultural”, com mitologias e falsidades variadas, como a de que o “PT havia quebrado o Brasil”, tinha “instituído o maior esquema de corrupção da história”, havia distribuído o “kit gay’ nas escolas e mamadeiras de pênis nas creches etc.
Depois, aproveitando-se dos primeiros impactos da crise internacional no Brasil, direcionaram esse ódio ao governo Dilma Rousseff.
Impediram-na de governar, com as pautas bombas, para mais tarde dar um golpe contra a presidenta honesta e a soberania popular, utilizando a invenção descarada do “crime”, definido a posteriori, das "pedaladas fiscais”, feitas à larga por governos anteriores.
Para completar o trabalho autoritário, instituíam, com o prestimoso auxílio de um judiciário grosseiramente partidarizado, uma lawfare destinada a criminalizar o PT e prender sua principal liderança.
Essa lawfare, já condenada até pela própria ONU, foi definitivamente confirmada com a nomeação de Moro para superministro da repressão no governo Bolsonaro.
Nesse processo, as forças retrógradas, que pretendiam reconquistar o poder na marra, saíram às ruas junto com Bolsonaro, MBL e outros grupos protofascistas, que pediam intervenção militar e condenavam a democracia e a política de um modo geral.
Chocaram o ovo da serpente que injetaria veneno mortal em nossas instituições democráticas.
Em sua obsessão irracional de tirar o PT do poder a qualquer custo, abriram a caixa de Pandora do nosso fascismo tupiniquim, que agora floresce e os engole.
Na sua sanha em derrubar a presidenta eleita, destruíram a democracia e jogaram na lama o voto popular.
Em sua tentativa de limar a credibilidade do PT, destruíram a legitimidade de todo o sistema de representação política. De quebra, instituíram um Estado de exceção seletivo, destinado a reprimir movimentos socais ou partidos políticos que se oponham à restauração do paradigma neoliberal no Brasil.
Em suma, romperam com o pacto democrático, instituído com a Constituição de 1988 e a Nova República, e reintroduziram o culto à ditadura e ao militarismo. E, mais ainda, chegaram ao poder com um esquema criminoso comprovado de disseminação de fake news com dinheiro sujo.
O pior, contudo, é que o governo neofascista e militarista de Bolsonaro, representa ameaça séria e concreta ao que restou da democracia brasileira.
Ao que tudo indica, a ruptura com a democracia e com o pacto político e social da Constituição de 1988 foi planejada e veio para ficar.
É uma estratégia de longo prazo que intenta consolidar a agenda ultraneoliberal regressiva e uma “semidemocracia”, que não permitirá mais a alternância de poder e quaisquer políticas que se desviem dos dogmas da ortodoxia econômica e de uma inserção internacional subalterna.
Em condições de normalidade democrática, as cerimônias de posse do novo presidente são festas da democracia. Elas são a manifestação maior do principio da soberania popular.
Contudo, neste 1º de janeiro de 2019, a cerimônia de posse do candidato neofascista terá um tom lúgubre.
Não será, de forma alguma, uma comemoração da democracia.
Ao contrário, será uma espécie de funeral das instituições democráticas e dos direitos que as conformam.
Com efeito, como comemorar democraticamente a posse de um candidato que manifestou, inúmeras vezes, seu total desprezo pela democracia?
Como alegrar-se com a chegada ao poder de forças claramente antidemocráticas, que defendem a ditadura, a tortura e a eliminação dos adversários? Como festejar a hegemonia de racistas, misóginos e homofóbicos?
Como ter empatia com as forças obscurantistas que só pregam ódio e intolerância?
Mas não se trata apenas da natureza neofascista e antidemocrática dos que chegam ao poder. Trata-se também do processo que as levou ao poder.
Tal processo foi antidemocrático.
De fato, os neofascistas alcançaram o poder graças à destruição da normalidade democrática no Brasil.
Primeiro, criaram o ódio ao PT, à esquerda e à quimera do “marxismo cultural”, com mitologias e falsidades variadas, como a de que o “PT havia quebrado o Brasil”, tinha “instituído o maior esquema de corrupção da história”, havia distribuído o “kit gay’ nas escolas e mamadeiras de pênis nas creches etc.
Depois, aproveitando-se dos primeiros impactos da crise internacional no Brasil, direcionaram esse ódio ao governo Dilma Rousseff.
Impediram-na de governar, com as pautas bombas, para mais tarde dar um golpe contra a presidenta honesta e a soberania popular, utilizando a invenção descarada do “crime”, definido a posteriori, das "pedaladas fiscais”, feitas à larga por governos anteriores.
Para completar o trabalho autoritário, instituíam, com o prestimoso auxílio de um judiciário grosseiramente partidarizado, uma lawfare destinada a criminalizar o PT e prender sua principal liderança.
Essa lawfare, já condenada até pela própria ONU, foi definitivamente confirmada com a nomeação de Moro para superministro da repressão no governo Bolsonaro.
Nesse processo, as forças retrógradas, que pretendiam reconquistar o poder na marra, saíram às ruas junto com Bolsonaro, MBL e outros grupos protofascistas, que pediam intervenção militar e condenavam a democracia e a política de um modo geral.
Chocaram o ovo da serpente que injetaria veneno mortal em nossas instituições democráticas.
Em sua obsessão irracional de tirar o PT do poder a qualquer custo, abriram a caixa de Pandora do nosso fascismo tupiniquim, que agora floresce e os engole.
Na sua sanha em derrubar a presidenta eleita, destruíram a democracia e jogaram na lama o voto popular.
Em sua tentativa de limar a credibilidade do PT, destruíram a legitimidade de todo o sistema de representação política. De quebra, instituíram um Estado de exceção seletivo, destinado a reprimir movimentos socais ou partidos políticos que se oponham à restauração do paradigma neoliberal no Brasil.
Em suma, romperam com o pacto democrático, instituído com a Constituição de 1988 e a Nova República, e reintroduziram o culto à ditadura e ao militarismo. E, mais ainda, chegaram ao poder com um esquema criminoso comprovado de disseminação de fake news com dinheiro sujo.
O pior, contudo, é que o governo neofascista e militarista de Bolsonaro, representa ameaça séria e concreta ao que restou da democracia brasileira.
Ao que tudo indica, a ruptura com a democracia e com o pacto político e social da Constituição de 1988 foi planejada e veio para ficar.
É uma estratégia de longo prazo que intenta consolidar a agenda ultraneoliberal regressiva e uma “semidemocracia”, que não permitirá mais a alternância de poder e quaisquer políticas que se desviem dos dogmas da ortodoxia econômica e de uma inserção internacional subalterna.
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